Cenários incríveis que misturam tranquilidade com muita aventura é isso que vivi essa última semana na viagem mais exótica que fiz até hoje. Que experiência incrível! Conexão com a natureza, seus habitantes, flora, fauna. Cheiro fresco das águas do rio, da mata, a sinfonia do vento, pássaros, galhos quebrando, o sentir da casca grossa das arvores e o sabor de novas frutas, peixes e temperos. Poderia escrever um texto imenso das sensações que tive, espero poder passar um pouquinho aqui pra vocês.Anavilhanas Jungle Lodge, escolhi esse hotel por ter todo um conforto em meio a floresta bem como as refeições inclusas e os passeios. Fui surpreendida positivamente em todos os aspectos: Acomodações, gastronomia, acolhimento, serviços em geral, guias, estrutura, eu amei tudo.

Mapa do hotel, fiquei hospedada no Chalé 09 – Coruja

Há 3 categorias de quartos, o meu era o chalé 09, Coruja.

Cada quarto tem um bicho, e junto com uma cartinha de boa vindas você é presenteado com uma escultura feita por artesãos locais do “seu bicho”

Os hóspedes são presenteados com garrafinhas de água que pode ser enchida em um fonte no hotel. Aconselhado sempre em levar nos passeios.

– Piscina com vista pro Rio Negro, que visual!

–  Academia conta com uma esteira, uma bicicleta, um step. Alguns pesos, aparelho multi articulado, bolas e colchonetes. O básico para quem gosta de nas férias continuar praticando atividade física. 

– Massagem

Entre um passeio e outro que tal relaxar com uma massagem? Esse serviço não está incluso mas se você quiser é só agendar com a recepção. Eu como sou fã de massagem aproveitei e fui relaxar.

Fica a 186km do centro de Manaus, o caminho é todo de asfalto, duração de aproximadamente 3 horas de viagem, o hotel tem 2 horários de transfer disponíveis e está incluso no pacote para os hóspedes, basta agendar. Há a opção de hidroavião, que deve ser também agendado pelo hotel, porém esse tem custo adicional.

Todas as refeições inclusas: café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Bebidas somente água.

O cardápio do café da manhã era sempre o mesmo, sendo que você pode pedir livremente qualquer um dos pratos

Para o almoço e jantar o cardápio sempre mudava, tinha pratos típicos da região e os “confort food“, que são comidas mais simples, exemplo: carne, arroz e fritas.

As sobremesas tinham um cardápio fixo. A gastronomia para mim foi maravilhosa, amei cada sabores novos que provei, excelente. Abaixo algumas fotos das refeições:

A região apresenta duas estações bem diferentes, a Estação das Chuvas e a Estação da Seca. Estação das chuvas que vai de Dezembro a Maio e a cheia do Rio Negro tem seu ponto máximo em meados do mês de Junho. A temperatura costuma ser mais amena porém como o nome fala, o volume das chuvas mais intenso, mas isso não quer dizer que chova o dia todo, costuma a ser mais na parte da noite, o que deixa os dias livres para os passeios.

Estação da seca é de Junho a Novembro e a maior vazante do Rio Negro acontece no mês de Setembro, é aí que se formam as praias de areia branca ao longo do arquipélago. O calor costuma ser muito mais intenso, e por isso pode ocorrer pancadas de chuvas. Os passeios podem mudar em decorrência da época do ano, então se você quer ver algo em especifico é melhor pesquisar antes.

Eu perguntei a todos os guias sobre qual a melhor época, todos falaram que cada estação têm suas belezas porém que eles acham mais bonito e os melhores passeios na cheia.

O hotel tem pacotes de 4, 5 ou 6 dias. Achei a quantidade de dias que fiquei excelente, 5 dias e 4 noites.

Todos os passeios estão inclusos no pacote do hotel, e sempre feito com os guias. Na hora do check in recebemos a nossa programação de acordo com o número de dias de hospedagem.

– Tour de boas vindas e reconhecimento do Norte do Parque de Anavilhanas

Nosso guia nos deu diversas informações sobre o local nos explicando um pouco sobre a região. O parque é formado por um arquipélago de mais de 400 ilhas, 600 lagos e lagoas, e inúmeros canais no Rio Negro. O Rio Negro tem canais com 2km de largura, e o rio de uma margem a outra total de 22km.

Essas são as copas das árvores, no período da seca o rio chegar a baixar 10 metros, ou seja, imagine essas árvores com mais 10 metro para baixo.
Literalmente navegando por cima de uma floresta alagada.

– Focagem Noturna

Saímos pelas 18:30 em canoas motorizadas, o céu começa a escurecer e as estrelas davam um show a parte. Que céu incrível, só por isso já valeu o passeio, eu nunca vi um céu tão estrelado na minha vida, fantástico.

Nosso guia com uma lanterna de luz forte procurava pelos animais entre as árvores, a habilidade de achar foi um show a parte! Encontramos alguns bichos, casal de pássaros que não me recordo o nome, duas cobras, filhotes de jacarés, coloquei flechas para facilitar:

-Canoagem pelos Igapós e Igarapés

Um dos passeio que mais gostei. Fomos em canoas caboclas de madeira e remamos por entre árvores e rios, foi supertranquilo e leve. Pelo caminho desfrutamos os sons, as paisagens que se abria a cada curva. O Rio Negro parecia uma espelho e refletia as copas das árvores em suas aguas, o que tornava o cenário ainda mais mágico.

Igarapé e Igapó embora parecidos geram muitas confusões.

Igapó X Igarapé

Igapó, um tipo de vegetação da Amazônia que consegue sobreviver em áreas inundadas (período das cheias). Em tupi, significa ” raiz de água”

Igarapé, é o curso de um rio ou canal dentro das matas. Nos igarapés só navegam embarcações pequenas devido as dificuldades encontradas pela vegetação densa ao seu entorno e pela profundidade baixa. Em tupi, significa “caminho de canoa”

-Tour de reconhecimento pelo Arquipélago à procura de botos cor-de-rosa

Mais uma vez saímos de barco, foi logo depois de uma rápida chuva que o caminho foi bom pois os pássaros saíram das tocas e pudemos ver algumas araras, tucanos entre outros nomes que não me recordo (tenho que começar a anotar). Paramos em um lago e logo os botos-rosa começaram a chegar, quando eles levantavam para respirar conseguimos ver um pouquinho deles. Durante todo o passeio nosso guia nos contou sobre o trabalho que vem sendo feito para a preservação da espécie, essa que hoje se encontra fora da zona de extinção.

-Tour pelo Arquipélago a bordo de um barco regional
Experiência de um dia inteiro navegando pelas águas do Rio Negro, explorando canais, lagos e ilhas. Passeio de contemplação das lindas paisagens.

Depois de um tempo navegando o barco faz uma parada para quem quiser mergulhar, e claro que eu fui. Saltei do segundo andar do barco, tchibum!

Mergulho nas águas do Rio Negro

Depois pedi uma caipirinha no bar do barco e continuei apreciando a paisagem até uma nova parada. Desse vez fomos explorar a região com o barco de alumímio e o guia nos mostrou a Base 1 do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O Instituto é responsável por executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, além de realizar pesquisas na área de biodiversidade. E adivinha quem encontramos logo abaixo da base? O Jacaré Jack, ele já é conhecido dessa região, sempre fica rondando a base, acredita-se que deve ter uns 45 anos.

Base 1 – ICM Bio | Jacaré Jack

E daí eu pensei né: Céus, eu acabei de pular nessa agua que tem jacarés e cobras, que louca! – Mas não precisa ficar dentro do barco com medo se você for pra lá. Os guias nos explicam que esse animais só saem para caçar a noite.

Na volta tinha um belo almoço nos aguardando, Matrixã (peixe local) feito na brasa e acompanhamentos, sensacional. E para ficar ainda mais maravilhoso esse momento alguns botos-rosa ficaram circulando e dando “show” ao redor do barco.

É no balanço da rede.

Para fechar o passeio com chave de ouro tiramos um soninho em redes, confesso que para mim foi mais que um soninho, eu capotei! O balanço da rede + do barco me dez dormir por quase 1 hora e meia, acordei e já estávamos chegando!!!

-Pescaria Recreativa de Piranhas 

Esse foi o perrengue chique da viagem, choveu muita durante toda a noite e não parou como de costume na parte da manhã. Mesmo assim colocamos capa de chuva e fomos! A chuva chegou a dar uma trégua mais logo voltava porém para a atividade da pescaria era possível. Confesso que não era o meu passeio favorito mas foi legal, os guias sempre nos passavam bastante informações e claro acabavam contando histórias então sempre era divertido. Eu confesso que não consegui pescar nenhuma, o guia me “emprestou” a dele para foto.

-Trilha na Mata de Terra Firme

Hora de explorar a floresta, até então os passeios foram todos de barco. Nosso guia deu uma aula de biologia (todos deram na verdade), enquanto caminhamos por entre a mata foi explicando sobre as curiosidades dali. Cortou um pedaço de casca da árvore e perguntou se sabíamos qual era o cheiro, era de Chanel 5! 

Depois nos mostrou um pó que os índios passam na ponta da flecha para que o bicho acertado com ela fique paralisado com o veneno. Explicou a diferença ente cipó e raiz voadora. O som que faz a arvore de Itaúba. Ficamos em silêncio para ouvir os pássaros e sons da floresta, e para finalizar a experiência eu ainda e pendurei e “voei” em um cipó igual o Tarzan (que na verdade é raiz voadora, cipó vem do chão).

-Técnicas e Prática com Arco e Flecha
Foi uma divertida brincadeira com artefatos originais da etnia Waimiri-Atroari em busca de prática e técnica para acertar a pontaria e o alvo. Depois de um pouco de paciência e treino fica gostosa a brincadeira.

Teve dois passeios que não conseguimos fazer, a Contemplação do Nascer do Sol por causa da chuva, mas tudo bem que um dia acordei bem cedinho pra minha prática de yoga e deu um leve nascer do sol.

Pier da chegada dos passeios.E a Visita à comunidade local por causa do covid-19.

  • O hotel Anavilhanas a algum tempo optou por não mais promover em seus passeios ações que possam a vier prejudicar a fauna e flora local. Não pega mais os bichos nas mãos e passa aos turistas como pequenos jacarés e cobras. Não faz mergulho com o boto-rosa. É feito somente observação.

Roupas leves! Os únicos passeios que precisa usar calça e sapato fechado foi da Trilha e do Arco e Flecha (pois passa em uma trilha) os demais pode ir o mais leve possível. Lembre-se sempre do protetor solar, por incrível que pareça quase não há mosquitos por causa da acidez da água do rio, incrível né! Mesmo assim nas trilhas eu acabei passando pois como era mata preferi prevenir e repelir outros bichos.

Não precisa levar salto alto, roupas muito chiques para jantar, nem maquiagem, nada disso, aproveita que você estará em um lugar despojado e tranquilo. O cabelo também, por causa do vento nos passeios, mergulhos no rio, piscina, não adianta passar horas arrumando. Um coque, rabo de cavalo ou tranças são ideais. Ah, e um acessório útil e bonito é o chapéu, opte por um com cordinha para não voar.

Afinal, é Amazonas ou Amazônia? Qual a diferença?

Amazonas é o estado brasileiro localizado no norte do Brasil, Amazônia é uma grande floresta localizada nesse mesmo estado.