Se você estiver em dúvidas para onde ir viajar: “Paris é sempre uma boa ideia”, como diria Audrey Hepburn.
Como uma boa turista, eu amo “bater ponto” nos cartões-postais dos lugares que visito, porém, quando eu retorno ao local que já viajei, os passeios alternativos, fora do circuito comum, acabam sendo quase sempre mais interessantes. Eu gosto de descobrir esses outros lugares.
Alguns que vou listar aqui já estavam há um bom tempo na minha lista, outros eu não consegui visitar por estarem fechados – ótima desculpa para voltar – e também tem os que já visitei em outras viagens.
Essa é a minha queridinha da cidade Luz, o endereço sei de memória: 140 Rue du Bac. Foi em 1830, quando a Santíssima Virgem Maria apareceu para uma de suas irmãs na capela, a Santa Catarina Labouré. Deu-lhe a Medalha Milagrosa, em que se acredita ter o poder de fazer milagres e receber a cura. Assim, a capela e a Medalha Milagrosa ganharam fama e é local de adoração de milhões de fiéis que vem pedir e agradecer.
Oração escrita por toda capela e na Medalha Milagrosa: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Para acompanhar as missas, todos os horários estão no site. Uma vez consegui assistir uma em português. Há uma loja com produtos religiosos voltados a Medalha, eu adoro comprar e dar para meus amigos e familiares de presente.
Por ficar localizado no início do Jardim da Tulherias é fácil de colocar no seu roteiro, além de ser uma visita rápida, pois é um pequeno museu. O museu é dedicado aos imensos e famosos painéis das Ninfeias de Claude Monet, obra que levou 12 anos para ser concluída. Há também exposições temporárias e permanentes do período de 1880 a 1930, com nomes como Cézanne, Renoir, Picasso, Matisse entre outros.
A exposição das Ninféias representa as plantas aquáticas do lago do jardim da casa de Monet. São 22 painéis retangulares de 2 metros de altura. Como são muito grandes não foi possível pintar em uma única tela, assim, para cada “quadro” foi preciso unir mais de uma tela. O “quadro” maior tem 17 metros de comprimento, e o menor tem 6 metros.
Para os apaixonados por arte impressionista, em especial Monet. Eu sempre achei que a maioria de suas obras estavam no Museu D´Orsay, também em Paris – que já fui e super recomendo a visita – o maior acervo do pintor está no Marmottan, 66 obras, inclusive é ali que está a obra que deu origem ao movimento do Impressionismo, “Impressão, Nascer do Sol”. Além das suas obras, há exposições temporárias e eu amei conhecer a artista Julie Manet, nada mais nada menos que sobrinha de Manet, filha de Beth Morisot e protegida de Renoir!
O museu é uma antiga mansão que pertenceu a Jules Marmottan, que era colecionador de artes. Depois de sua morte seu filho reformou a casa e dou para Academia de Belas Artes Francesa.
Sala dedicada as obras de Monet.
É um programa super parisiense, onde os locais vão no fim de semana (funciona de sábado a segunda-feira) para “flanar” (pechinchar) pelos 14 mercados que formam o “mercadão”, que hoje é considerado o maior do mundo. São mais de 7 hectares de lojas, galpões, tendas espalhadas ao longo da sua rua principal, Rue des Rosiers.
Mesmo que você não queira comprar nada, vale muito a pena a visita e se perder ao longo do passeio. Aproveite para se encantar com os móveis antigos e super refinados. Os quadros são um mundo a parte, vontade de trazer vários para casa. Também tem a parte de brechós com roupas de marcas de luxo como, Chanel, Dior, Hermes, Tiffanys, Cartier entre tantas outras. É uma mistura de clássico com moderno, elegante com objetos bizarros.
Os que eu mais gostei:
– Biron, móveis e objetos únicos da Europa e Ásia; joias e artes gráficas do século 17 ao design do século 20, é um dos mais antigos.
– Paul Bert e Serpette: dois mercados juntos. Haut de gamme, traduzindo: luxo. Móveis, artefatos e itens decorativos do século XVII; relíquias sofisticadas da Antiguidade aos anos 1970.
Errar é humano. Flanar é parisiense. (Victor Hugo)
Esse museu entrou na minha lista pelas fotos da famosa escada que vi no Instagram. Fui procurar mais sobre e achei interessante fazer a visita. Gustave Moreau nasceu em 1826, estudou na Escola de Belas Artes de Paris. Não há uma definição que se encaixe nas suas obras, então o definiram como eclético. Os temas favoritos para suas obras eram as cenas bíblicas, principalmente a história de Salomé, e as obras literárias clássicas.
Antes de morrer, Moreau decidiu transformar sua residência em museu. Construiu dois imensos estúdios onde pudesse expor sua obra.
“Lego ao Estado, minha casa situada no n° 14, rue de La Rochefoucauld, com tudo o que nela conté: pinturas, desenhos, esboços, etc., um trabalho de cinquenta anos, bem como a própria residência, os antigos apartamentos outrora ocupados pelo meu pai e minha mãe […] à condição expressa de que o Estado preserve por mais tempo possível – esse seria o meu mais profundo desejo – esta coleção, conservando o caráter original do conjunto da obra, que permite constatar todo o trabalho e esforço do artista ao longo de sua vida”. Trecho do testamento de Gustave Moreau, datado de 10 de setembro de 1897.