Durante essa semana fiz uma brincadeira no Instagram para os meus seguidores descobrirem qual é meu Top 5 da minha lista de desejos de viagens. Fiquei pensando em como essa lista já mudou de destinos, e de como nesse último ano eu fiquei pesquisando novos lugares, verificando se estavam aceitando turistas brasileiros, pensando se era prudente ir ou esperar para a situação estar mais controlada. Foi muito legal a troca que tive com as pessoas que participaram, dizendo que também era um destino de desejo deles, outros que nunca pensaram nesse tipo de viagem, outros que já tinham ido e acharam maravilhoso e que se eu quisesse tinham as dicas para compartilhar, esses com certeza são sempre os mais empolgados.
Comecei a pesquisar o que escrever para a coluna de hoje e vi alguns artigos de “por que sentimos tanta falta das viagens”. Apesar de eu ter feito alguns passeios pelo Quintal de Casa e ter ido para a Amazônia, que foi maravilhoso, voltado para o Alagoas, ainda assim parece que esse sentimento não passa, as restrições, os lugares que estão fechados para turismo nos deixam com a sensação de impotência, de não liberdade.
Viajar faz bem para o seu corpo, para a sua mente e para as suas emoções, e sim é comprovado pela ciência. Jens Pruessner, PhD e professor da Universidade McGill, em Montreal no Canadá, afirma: “Viajar não é um luxo. É um investimento em sua saúde”. Lembrei do segundo texto que fiz em 2018 para a coluna Beltranas aqui do O Munícipio, sobre os benefícios das viagens. Para ajudar a responder o por que estamos sentindo tanta falta das viagens, segue a coluna, que vale a pena ler de novo.
Você já parou para pensar que quando estamos viajando o dia parece ser muito mais longo do que apenas as 24 horas? Que aquela preguiça de levantar da cama cedo simplesmente desaparece e você acorda com a energia toda?
Que é muito mais fácil lembrar de momentos de uma viagem do que o que você fez na semana passada? A ciência explica: somos animais de rotina. Nosso instinto foi programado para seguir uma rotina. Porém, com o tempo, essa rotina acaba se tornando monótona, sem graça. Lembra quando você começou a dirigir? A sensação de novidade, tudo era diferente, pensar e fazer várias coisas ao mesmo tempo. Hoje, você dirige no automático e toda aquela sensação de euforia se perdeu.
Quando viajamos, nosso cérebro volta ao estado alerta, pois ele sai da rotina, do automático. Assim, ampliando todas as nossas percepções, os cheiros parecem mais marcantes, a comida fica mais gostosa, o tempo parece passar mais devagar. A percepção do tempo é realmente alterada pelo modo de alerta moderado. Serotonina, o “hormônio da felicidade” que faz com que nos sintamos assim. Nas viagens com nossos sentidos apurados e com uma dose moderada de adrenalina faz com que nosso corpo funcione muito melhor, nos deixando mais dispostos, com sentidos aguçados, e as lembranças mais vívidas.
Quando pensamos no próximo destino, na possibilidade de viajar, pesquisamos preços, roteiros, lugares. Já nos imaginamos passeando pela areia branca, calçada de pedra, aquele drink no final do dia. Nosso cérebro se beneficia, pois criamos várias imagens novas e isso o exercita.
Criar roteiros, escolher o hotel, exige concentração, foco, pesquisa, acaba sendo um calmante natural para os ansiosos, pois o planejamento é prazeroso. Você fala algum outro idioma? Isso, sem sombra de dúvida, é um desafio para o cérebro, falar novos idiomas faz novas conexões nos neurônios. Mesmo que você não seja fluente, só se arriscar a pedir um café, dar bom dia, já é estimulante. É comprovado que, desde o momento de comprar as passagens até o final da viagem, os benefícios são enormes. É por isso que, quando chegamos de última vagem já estamos à procura e a espera do próximo destino.
Viajar nos deixa vivos. Resta ainda alguma dúvida? Vá viajar, não deixe a rotina te dominar.