Moradores de Itabuna e Buerarema, na Bahia, têm Brusque como referência e procuram cidade para morar
Movimento migratório na década de 2000 levou baianos a Brusque; vereador cultiva relações políticas
Movimento migratório na década de 2000 levou baianos a Brusque; vereador cultiva relações políticas
Grande parte dos moradores de Itabuna e Buerarema, dois municípios baianos, conhecem Brusque e têm a cidade como referência. Muitos deles deixaram ou conhecem pessoas que deixaram a vida no sul da Bahia em busca de novos rumos em Brusque, já que as duas cidades possuem boa relação política há muitos anos.
Foi por meio de um “marketing boca a boca” que Brusque ganhou notoriedade em Itabuna e Buerarema. Em outras cidades do sul da Bahia, como Ilhéus e Itajuípe, o município catarinense também é conhecido pelos moradores.
A operadora de caixa Micaella dos Santos Melo é natural de Itabuna. Em 2003, ela se mudou para Brusque em busca de emprego. Micaella morou por dez anos na cidade e retornou para o sul da Bahia, desta vez para residir na vizinha Buerarema. Os momentos em Brusque permanecem vivos na memória da baiana.
“Morei em Brusque por aproximadamente dez anos. Foram experiências incríveis, oportunidade de trabalho e de conhecimento que nunca mais teria na vida. Foram dez anos de muita história. Brusque esteve com as portas abertas para mim”, afirma.
Micaella conta que, em Itabuna e Buerarema, grande parte dos moradores conheceram Brusque por meio dos relatos de outras pessoas que visitaram o município. A própria Micaella descobriu Brusque por causa do irmão, que já havia passado pela cidade.
“Soube da existência de Brusque pelo meu irmão mais velho, que foi primeiro e depois nos apresentou”, conta. “Todo mundo conhece [Brusque]”, detalha Micaella.
Itabuna, maior que Brusque em quantidade populacional, teve uma queda de 204 mil para 187 mil habitantes em 12 anos, conforme aponta o Censo 2022. A diminuição da população também é registrada em Buerarema, que saiu de 18 mil habitantes em 2010 para 15 mil em 2022.
Jean Pirola, vereador de Brusque e advogado, visitou Itabuna e outras cidades da região diversas vezes. O parlamentar é conhecido no sul da Bahia e, durante as visitas, exerceu um papel de divulgação de Brusque nas cidades, o que auxiliou para tornar o município referência.
“Antes de ser vereador, eu já tinha uma ligação com o pessoal do sul da Bahia, pois, como advogado, defendi algumas pessoas de lá”, explica Jean. O vereador também possui uma boa relação com os políticos da região. Em 2017, ele recebeu o título de cidadão itabunense.
As relações políticas mais recentes entre Brusque e os municípios do sul da Bahia passaram a existir por meio de Jean. O ex-prefeito Ari Vequi chegou a visitar Itabuna com o vereador para apresentar a parceria entre Brusque e o distrito de Karlsruhe, na Alemanha.
Entre os políticos que o vereador se tornou amigo, estão o ex-vice-governador baiano João Leão; o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre; o prefeito de Buerarema, Vinícius Ibrann; e também o ex-prefeito itabunense Fernando Gomes, este já falecido. Muitos deles, posteriormente, também visitaram Brusque.
“O vice-governador João Leão e os prefeitos que vieram a Brusque ficaram admirados que o nosso cemitério não tem muro. Tive que levá-los ao cemitério todas as vezes que eles vieram para Brusque”, relembra Jean, em tom de brincadeira.
Jean conta que, no início da década de 2000, alguns baianos migraram para Brusque em busca de oportunidades de emprego. Eles traziam os familiares. Depois, os familiares traziam outros familiares e o número de novos moradores crescia. Segundo o vereador, houve época em que chegou a vir um ônibus por dia com itabunenses para Brusque.
“A cidade de Brusque é muito conhecida naquela região porque dificilmente alguém não tem algum parente em Brusque”, avalia. “As pessoas que moram aqui e voltam para lá falam muito bem de Brusque. O sonho de muitos deles é conhecer a cidade e voltar”, comenta.
Há diversas características semelhantes entre Brusque e Itabuna. Ambas as cidades são cortadas por um rio. O rio Cachoeira, na cidade baiana, também passa por períodos de cheia, assim como o rio Itajaí-Mirim, de Brusque.
“Itabuna é um polo comercial muito grande da região sul da Bahia. O município tinha mais de 200 mil habitantes e chega a receber 500 mil pessoas, pois há muitas faculdades e hospitais. O polo comercial é gigantesco. É uma terra de natureza muito rica”.
A economia de Itabuna e dos demais municípios do sul baiano era voltada antigamente à produção de cacau. No entanto, décadas atrás, houve uma devastação de vassoura-de-bruxa, uma praga mortal aos cacaueiros que destruiu a produção e empobreceu a rica região.
“Há em Itabuna várias fazendas com barcaças de cacau, com mais de dez casas de pessoas que moravam lá e hoje estão vazias, pois não há mais empregados e não trabalham mais com cacau. São fazendas muito bonitas”, conta Jean.
A monitora Catiana Gomes dos Santos passou a morar em Brusque em 2005. Primeiro, veio o esposo, e depois, ela e o filho Cristian. A família deixou a terra natal em busca de emprego em Brusque. Catiana é natural de Itabuna, mas sempre morou em Buerarema.
“Ficamos sabendo da existência de Brusque por meio do amigo do meu marido, que foi para a cidade antes que nós. Meu esposo entrou em contato com ele e pediu apoio [para nossa ida a Brusque]. Ele deu o apoio e fomos para a cidade”, relembra.
Ela relata que os empregos são concorridos na região baiana e que o pagamento geralmente é um salário mínimo. Catiana construiu uma nova vida em Brusque e possui parentes da mesma região que também deixaram a Bahia para morar na cidade.
“O município de Brusque ficou muito conhecido em outras cidades da Bahia, não somente em Itabuna. Na minha avaliação, os moradores de Itabuna e Buerarema foram para Brusque em busca de oportunidade e de uma vida melhor para os filhos”, opina.
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