Moradores fazem mutirão para manutenção da via que liga Brusque a Canelinha
"Se o governo esquece, a gente limpa", dizem moradores da Serra do Moura
"Se o governo esquece, a gente limpa", dizem moradores da Serra do Moura
Cansados de esperar por uma resposta do governo do estado, um grupo de moradores da conhecida Serra do Moura, na rodovia SC-411, que liga Brusque a Canelinha, fizeram um mutirão, na manhã de sábado, para manutenção da via. A última vez que um órgão público havia feito a conservação no local havia mais de um ano.
Em pequenos grupos, os moradores trabalharam desde às 6 horas, munidos de foices e máquinas de roçada. O objetivo era melhorar as condições da apertada via, de estrada de barro, que faz a principal ligação entre os municípios. O local estava ainda mais prejudicado com o mato tomando conta da rua. Por isso, os próprios moradores resolveram executar a roçada.
Eles também deram um trato na via, que está constantemente esburacada. Com dois tratores, um da comunidade e outro emprestado pela prefeitura de Canelinha, o grupo nivelou as imperfeições, assim como tapou os buracos.
“Também tivemos que abrir as sarjetas, que já estavam tapadas pelo mato, e a água começou a se acumular na rua”, explica o senhor José Bertoldi, presidente da Associação de Moradores do Grande Moura.
“Promessas não cumpridas”
Ele conta que, até o momento, só o que ouviu do governo do estado foram promessas não cumpridas de que a SC-411 seria pavimentada. Contudo, para o trecho de Canelinha, ainda não houve sinalização da possibilidade de início das obras. O de Brusque, porém, está previsto para ser executado por meio do programa PAC pavimentação. Conforme Bertoldi, o secretário de Obras, Gilmar Vilamoski, se comprometeu a enviar uma equipe amanhã ao local para realizar a manutenção.
Em relação ao trecho de Canelinha, Bertoldi deposita esperança de que, assim que houver a nomeação do secretário de Desenvolvimento Regional de Brusque, as conversas possam recomeçar. “Esperamos que o próximo secretário veja com bons olhos nossa região, porque está impossível trafegar”, afirma.
Durante o dia de limpeza, o mato ao redor da rodovia era tanto que, das cinco máquinas utilizadas, duas quebraram ou apresentaram problemas, o que dificultou ainda mais o serviço. “Quem está aqui hoje são pais de família, que poderiam aproveitar o seu dia de lazer, mas estão aqui, trabalhando de graça para o governo e tendo o seu equipamento danificado”, critica Bertoldi.