Nos últimos quatro anos, Brusque registrou 10 casos de sífilis congênita

Segundo especialista, o índice está atrelado ao descaso das gestantes com o pré-natal

Nos últimos quatro anos, Brusque registrou 10 casos de sífilis congênita

Segundo especialista, o índice está atrelado ao descaso das gestantes com o pré-natal

20160225-8De 2012 a 2015, a Secretaria de Saúde de Brusque catalogou 10 casos de sífilis congênita no município. Embora o órgão considere o número baixo, a médica especialista em ginecologia e obstetrícia, Ana Comin, discorda. O correto, segundo ela, seria que não houvessem casos.

Como considera efetivo o sistema de saúde aplicado em Santa Catarina e no restante do sul do país, a médica afirma que os casos de sífilis congênita estão atrelados ao descaso das gestantes, que não fazem o pré-natal.

Ana explica que, durante a gestação, a mulher tem de fazer, no mínimo, dois exames de VDRL (sigla de Venereal Disease Research Laboratory), que detecta a sífilis.

Um no primeiro trimestre e outro no terceiro trimestre de gestação. Diante disso, afirma a médica, pressupõe-se que não deveriam ser registrados casos da doença.

“Quando a paciente interna no Brasil, em qualquer hospital, ela é obrigada a repetir o exame. A vigilância é extremamente grande”, diz. “Isso é falha da gestante.

Quando estou de plantão, há gestantes que chegam no hospital sem terem feito o pré-natal e eu só vou descobrir que elas têm sífilis quando peço para fazer o exame. Mas mesmo assim, o bebê passou os nove meses sofrendo na barriga da mãe”, completa.

A secretária de Saúde do município, Ivonir Zanatta Webster, a Crespa, considera baixo o número de sífilis congênita no município. Ainda assim, ela afirma que o ideal seria que não houvesse caso algum. Crespa diz também que o órgão trabalha constantemente para conscientizar a população.

“A gente faz prevenção para que não tenha nenhum caso. Quanto menos, melhor. Nós pedimos para as enfermeiras da atenção básica para fazerem os preventivos. Também fazemos folhetos e campanhas e estamos sempre trabalhando nisso”, diz.


A doença

A sífilis congênita é a transmissão da sífilis da mãe para o bebê. Segundo a médica especialista em ginecologia e obstetrícia, Ana Comin, quando o bebê nasce, a doença pode demorar alguns meses ou até dois anos para se manifestar. Devido à sífilis, a criança pode desenvolver problemas como pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez e deficiência mental. Quando a sífilis é diagnosticada durante a gestação, a mãe recebe as doses de penicilina benzatina (benzetacil). Segundo Ana, o tratamento atinge tanto a gestante quanto o bebê.

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