“O prefeito lavou as mãos como Pilatos”, diz Luciano Hang após lei sobre grafite ser sancionada em Brusque
Crítico a aprovação da lei, empresário comentou sobre o tema em coletiva de imprensa nesta quarta-feira
Crítico a aprovação da lei, empresário comentou sobre o tema em coletiva de imprensa nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira, 13, o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, fez uma coletiva de imprensa para comentar sobre a sanção da lei nº 4.631, que regulamenta o grafite e muralismo em Brusque. “O prefeito lavou as mãos como Pilatos”, disse, após André Vechi (PL) não sancionar ou vetar a lei.
Crítico ao texto, Luciano mobilizou um movimento nos bastidores para evitar a sanção do projeto de lei, que é de autoria do presidente do Legislativo, Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos).
Aprovado por unanimidade na Câmara em novembro, o texto seguiu ao Executivo. Sem a sanção ou veto do prefeito, o texto retornou para o Legislativo, onde foi sancionado nesta segunda-feira, 11.
Na coletiva, Luciano comentou sobre quando descobriu que a lei foi aprovada pelos vereadores. “Quando vi a lei aprovada na Câmara, eu liguei ao prefeito e pedi para não sancioná-la. Estava no Chile. Eu voltei e disse ao prefeito que ligaria para cada vereador, fizemos uma reunião com entidades”, relata.
Depois disso, Luciano afirma que a maioria dos vereadores decidiu retroceder e assinou o pedido de veto a André Vechi. “Eu liguei para o prefeito, expus isso e lamentavelmente ele deu uma de Pilatos, lavou as mãos e deixou o barco correr. Não teve a coragem de tomar uma decisão, a achou melhor o presidente da Câmara, autor da lei, sancionar a lei”, afirma.
Para ele, a sanção a lei trará problemas para a cidade, principalmente relacionados a poluição visual. O empresário também destaca os gastos de manutenção das obras e falta de detalhes na lei sobre regras.
Na coletiva, Luciano também mostrou fotos de estruturas pichadas na cidade, como na praça Sesquicentenário. “Se os vereadores e o prefeito, que estão na frente, não enxergam isso, como vão dar conta de tudo pela cidade?”, questiona.
Além disso, o empresário se diz contra o poder público se espelhar em capitais ou grandes centros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis, ao criar projetos de leis como este. Então, cita Pomerode, Gramado (RS), Canela (RS) e até a China como bons exemplos.
“Na China estão plantando flores, fazendo jardins, plantando árvores. Você não encontra um grafitismo, um muralismo, uma pichação, é nessa cidade onde as pessoas querem morar. Em uma cidade com muita poluição visual, as pessoas se sentem inseguras e acham que o poder público é negligente”, opina.
Por fim, Luciano comentou mais sobre a falta de um veto ou sanção de André Vechi. “O prefeito tem que cuidar para que as pessoas que o levaram até lá não se arrependam dele em tempo recorde. O prefeito tem que ter posição, saber o que é certo e o errado, ter que fazer Brusque a ‘Brusque dos nossos sonhos'”, diz.
“Pode ter vindo gente do Brasil e fora do Brasil para morar em Brusque, mas que siga as nossas tradições. Que siga o nosso legado, recebido dos nossos ancestrais, deixando uma cidade linda e maravilhosa, onde todo mundo que morar. Essa é a cidade que temos que preservar. Não destruir ela de uma hora para a outra. A destruição cultural de uma cidade é mais prejudicial do que uma passagem de água”, finaliza.
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