De repente, em meio a tanta notícia assustadora, tanta manchete que causa indignação, tanta tristeza matando e destruindo mundo afora, umas gotinhas de esperança verde adoçam nossa vida. Às vezes, a gente nem repara nelas, tamanha a força do lado negativo das coisas… ou, às vezes, a gente acha que é muito, muito pouco. Mas será que é, mesmo?

As pequenas esperanças que trago, hoje, veem de muitos lugares do mundo. De longe. Mas podem ser trazidas para perto. É mais uma questão de boa vontade.

A primeira delas veio da Tailândia. Um supermercado substituiu as embalagens plásticas de frutas, verduras e legumes, por folhas de bananeira. É tão genial que surpreende. Material abundante, sustentável e, ainda por luxo, bonito. O tipo do gesto que pode ser replicado aqui, agora, sem exigir muita adaptação ou grandes reeducações nos pontos de venda – ao contrário, ainda é uma ação de marketing (do bem) que chama a atenção imediatamente. Por que não?

Na Nova Zelândia, uma rede de supermercados fez algo ainda mais simples, mais minimalista: simplesmente retirou as embalagens plásticas dos hortifruti e deixou que suas cores e cheiros brilhassem e atraíssem os consumidores assim, in natura. Acostumá-los (e a nós) a levá-los assim para casa, sem “proteção” do plástico que entope o planeta de lixo já é uma questão de, aqui sim, reeducação. A gente pode acomodar frutas e legumes em potes não descartáveis, não pode? Podemos perder o vício nos saquinhos, não podemos? Aposto que podemos… e que seria bem fácil. Lá, houve até aumento de vendas, veja só…

Já do Vietnã vem uma outra notícia: um local descobriu um substituto natural para os canudos de plástico, vilões da vez na luta por um planeta menos entupido de plástico. É um tipo de cana, que tem o nome científico de Lepironia articulata, que, depois de lavada por dentro e por fora, pode ser usada como canudinho – e ainda pode ser reciclada e usada mais de uma vez, antes de ir para o lixo orgânico. Com tanta diversidade que (ainda) temos por aqui, é de se pensar que devemos ter algo que possa ser usado com o mesmo propósito, em lugar do plástico ou outros substitutos complicados, como o macarrão furadinho, que está se transformando em um pesadelo para os celíacos.

Com uma visão criativa, as folhas e plantas podem ganhar novos usos, mesmo que seja uma substituição lenta, que precise vencer a resistência dos viciados em plástico, que não se sensibilizam com os animais marinhos mortos e os oceanos poluídos. Quem sabe ainda dá tempo da gente chegar lá…

 


Claudia Bia
– jornalista esperançosa