Muito se fala sobre a empatia, mas o entendimento que mais gosto é de Carl Rogers, psicólogo, que explica que é muito bom quando alguém realmente te escuta, sem julgamentos, sem assumir a responsabilidade por você, ou ainda, sem tentar moldá-lo. De forma mais simples, é dizer que empatia é saber se colocar no lugar do outro.

Mas, apesar de muitos saberem o significado da palavra empatia, encontrar pessoas com escuta empática, é mais raro.

Imagine a seguinte situação: você chegou no trabalho,  não se sentindo muito bem.  Perguntam a você o que houve, e você relata que não teve uma boa noite de sono, por causa de uma enxaqueca. Ao invés da pessoa ouvir sua história e tentar se colocar no seu lugar, ela conta que a noite dela foi muito pior, e faz você achar que sua noite de enxaqueca não foi nada comparada a noite infeliz de seu colega.

Ainda há aqueles que completam a frase por você, porque não tem paciência para aguardar suas conclusões. Ou, quando a pessoa te faz uma pergunta, dessas genéricas, falando do tempo, da falta de tempo, ou como está a família, e quando você inicia sua frase ela corta, muda de assunto, conta a própria história, parecendo fazer a sua ser desinteressante.

Em várias situações, parece que as pessoas não estão verdadeiramente interessadas em ouvir.  É tanto egocentrismo, tanta necessidade de expor o “eu”, que os verdadeiros diálogos são tesouros perdidos. São casos em que “a minha dor é maior, eu sofro mais, meu trabalho é mais difícil, minha família é mais complicada”; ou, no outro extremo,  “minha viagem foi melhor, meu filho é mais inteligente, meu marido mais atencioso”.

Quando alguém nos escuta, de verdade, problemas que parecem insolúveis, ou confusões irremediáveis viram riachos claros correndo, esclarece Marshall B. Rosenberg, autor de Comunicação Não-Violenta. Isso porque após um diálogo verdadeiro, conseguimos perceber nosso mundo de uma maneira nova e ir em frente.

Rosemberg nos ensina que o que é essencial para ser empático é a capacidade de estar presente em relação ao que realmente está acontecendo dentro de outra pessoa – em relação aos sentimentos e necessidades únicos que uma pessoa está vivendo naquele mesmo instante.

Você não precisa ter uma resposta pronta ou fórmula mágica para ajudar alguém a resolver um problema. Basta estar disponível, inteiro, para uma boa conversa, e ouvir com o coração. Se você acha que pode ajudar alguém sendo empático, muito mais você será ajudado. Comece hoje mesmo.

 

Clicia Helena Zimmermann – professora, consultora e especialista em mapeamento de ciclos