Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Natal: presente ou presença

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Natal: presente ou presença

Pe. Adilson José Colombi

Natal é presente ou presença? O comércio e muitas famílias optam pela primeira modalidade: presente. É compreensível, o comércio precisa vender, investir, auferir lucros… Tudo isso, também, é necessário à vida de todos. Mas, só isso…! Já se sabe no que vai desembocar. Acenei, também, que muitas famílias, inclusive que se autodenominam cristãs, fazem a mesma opção – presentes e Ceia de Natal – e só. Já é grande e bela iniciativa: confraternização da família e em ambiente familiar. Reforçar os laços familiares. Sempre bem-vindos. Mas, só isso… Será que traduz tudo aquilo que é o Natal do Senhor? Não está faltando, justamente, a presença do convidado principal e o motivo verdadeiro da Festa?

Por isso, é bom recordar e mais ainda realçar que o Natal do Senhor é, antes de tudo, presença daquele que foi prometido, esperado por gerações e gerações, ao longo da História. A presença do Emanuel- Deus Conosco, o Messias, o Filho de Deus, o Príncipe da Paz. É evidente que esta segunda opção – presença ao invés de presente – exige outra opção pessoal anterior: a fé. E vida de acordo com esta escolha. Vida que cria um estilo de vida próprio. Sem a fé, será o Natal mera encenação, ritualismo, formalismo, legalismo. Belo congraçamento, com boas conversas e iguarias até diferentes, regadas com caras bebidas.

Desta forma, para quem vive a fé na Palavra eterna do Pai, o Natal do Senhor tem quase tudo o que uma pessoa ou uma família sem espiritualidade cristã faz, mas há “uma realidade a mais”, nele, que dá sentido, significação, valor, sabor diferentes, na celebração do Natal de Jesus. Começa, justamente, salientando o porquê da celebração e da comemoração em família: a presença de Jesus em nosso meio. O presente, então, é o símbolo da Presença. Presença libertadora. Presença de Alegria. Presença de Paz.

Certamente, toda essa certeza que a fé nos oferece cria todo um ambiente comemorativo, cheio de atmosfera e de aconchego familiares que causam alegria interior gratificante e enriquecedora. A presença do Deus-Conosco quer inundar nosso interior de luz e nos impulsionar a sair de nós mesmos para também praticarmos e testemunharmos a fraternidade, a solidariedade para com nossos irmãos (ãs). Particularmente, com os mais necessitados. Seja em direção aos carentes materialmente ou espiritualmente.

Se nós cristãos (ãs) não somos capazes de celebrar e testemunhar, como presença, o Natal, o natal presente (comércio/Papai Noel) tomará sempre mais espaço. Ocupam-se espaços vazios. Em espaços repletos, cheios não há lugar para mais nada. Por isso, não se trata de recriminar, condenar, julgar, menosprezar o natal/presente. Pelo contrário, é agir, é se antecipar, é ocupar espaços, é crer no Natal/Presença. Presença de Jesus, Filho de Deus, mas também Filho de Maria de Nazaré. Aprendamos com ela a presenteá-Lo aos outros.

Caros leitores (as), de coração, desejo um Feliz Natal/Presença e um Abençoado Ano Novo, cheio de alegria e paz.

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