O que dizem as eleições Argentinas
Olhando as últimas eleições para Presidente da República Argentina, como observador, consigo ver alguns aspectos que me parecem altamente positivos. Claro que o caro leitor e a estimada leitora, certamente, tem outro olhar. Tentarei, com minhas palavras, expressar alguns pontos que pude ver, mesmo à distância. Vejamos, então.
Primeiramente, os próprios eleitos: o Economista e Deputado Javier Milei, Presidente, e a Vice-Presidente, a Advogada e Deputada Victória Villarruel. Milei é visto como um personagem com visual um tanto excêntrico, com um linguajar não muito adequado. Economista anarcocapitalista ou libertário-liberal. Ele já foi goleiro do time de futebol Chacarita Junior, participou de vários trios, ele se identifica como um católico, que rejeita o Magistério da Igreja. Todavia, com relação ao aborto, ele expressou publicamente uma forte posição pró-vida; rejeita a inclusão de educação sexual nas escolas; firmemente contra a corrupção; menor presença do Estado, na economia. Os dois muito bem preparados.
A Vice-Presidente Villarruel disse que defende “o direito à vida, porque a vida começa na concepção”. Para ela, essa defesa não é “uma questão de religião”, mas de “pura biologia”. Durante a campanha, a vice-presidente eleita manifestou apoio à revogação da lei do aborto aprovada em 2020, conhecida como Lei de Acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVE).
Portanto, tanto o Presidente como a Vice-Presidente são fortemente afirmativos quanto ao valor vida, sobretudo, à vida humana, em todas as etapas, desde a concepção no ventre materno até seu término natural.
É bom olhar também a diferença de votos entre os dois candidatos, no segundo turno. Milei, o candidato eleito, ficou, em segundo lugar no primeiro turno, no fim de outubro, mas levou a melhor na segunda etapa da votação. Segundo dados oficiais apurados ainda na noite do dia 19 de novembro, Milei teve 55,78% dos votos (aproximadamente 14 milhões, contra 44,21% de Sérgio Massa, que obteve 11,1 milhões de votos. Diferença significativa. A maior da história da Argentina. É um alerta.
Outro ponto altamente positivo é a proposta de redução dos gastos estatais; a privatização de empresas públicas.; cortar gastos governamentais e eliminar verbas rescisórias trabalhistas para reduzir os custos do setor privado. Nas redes sociais, ele também faz referência à “poda” na administração pública, incluindo a redução de 10 dos 18 ministérios argentinos. Portanto, com só 08 Ministérios. Essa medida, com certeza, agradou ao povo, provavelmente, não aos políticos, sempre famintos de oportunidades para “acomodar” seus “cabos sociais”, em algum emprego público.
Se, de fato, conseguir implementar essas medidas, certamente muita coisa vai mudar politicamente e benefícios enormes para a população. Vai sobrar mais recursos para as políticas sociais que são extremamente necessárias, nesse momento histórico que estão vivendo, após uma sucessão de governos corruptos, medíocres e politicamente contaminados por ideologias.
Outro ponto positivo dessas eleições argentinas é a presença maciça dos jovens, seja na campanha dos candidatos Milei e Villarruel e, depois na votação. Segundo comentários da imprensa argentina, foram os jovens que garantiram a vitória, no segundo turno. Porque será que os jovens, sufragaram essa dupla liberal? Arrisco em dizer que provavelmente teve influência a educação nas escolas argentinas, com conteúdo, professores, ambiente escolar sem tanta ideologia. Isso faz diferença.
Outro também que convém acenar é a presença firme ao antissocialíssimo, sobretudo representado pelo peronismo, e afirmação de uma volta ao liberalismo econômico, na condução da administração político-econômico-financeira.
Esses são alguns pontos positivos que pessoalmente observei, certamente há muitos outros.