Tarcísio Gonçalves Pereira, o Padre Léo, nasceu em 9 de outubro de 1961 na casa dos avós maternos Seu Sebastião e Dona Brasilina. Eles moravam em Biguá, colônia agrícola do município de Delfim Moreira, em Minas Gerais. Tarcísio foi o nono dos 12 filhos de Maria Nazaré Guimarães, Dona Nazaré e Joaquim Mendes Pereira, Seu Quinzinho.
O interesse pela igreja foi aflorando aos poucos. Quando criança, fez catequese e nas horas vagas brincava de celebrar missa no quintal da casa. Em 1975 começou a participar do encontro de jovens em Itajubá (MG), e a atuou como catequista.
Com 15 anos, Tarcísio iniciou o apostolado com os colegas de classe após o fim das aulas. O grupo de oração semanal foi nomeado como “Somos Todos Amigos Renovados. Orando, nos Unimos ao Pai” (Staroup). O pseudônimo Léo surgiu para evitar confusão com outro Tarcísio do Staroup.
Apesar da proximidade com a igreja, o rapaz teve uma experiência com drogas. Ele aprendeu a fumar cigarro de palha com os avós em 1973, e depois começou a consumir maconha com os amigos. O uso começou quando um colega, que o próprio Padre Léo não lembrava o nome, ofereceu um “tapa” para ele. O vício nunca foi revelado ao pai, que faleceu em 2004.
O uso de entorpecentes chegou ao fim quando Léo decidiu seguir a vocação sacerdotal, em 1981. Apesar de largar a maconha, Léo continuou fumando cigarros até 1998, quando abandonou definitivamente o vício. Na época, ele teve que romper o noivado para entrar no seminário.
No ano seguinte, em 24 de janeiro, Léo entrou no Seminário Dehoniano (Congregação do Sagrado Coração de Jesus) em Lavras (MG). Ele fez o noviciado em Jaraguá do Sul, estudou Filosofia em Brusque na Fundação Educacional de Brusque (FEBE), em 1984, e fez a primeira profissão dos Votos Religioso, em 1984, passando a ser chamado de fráter.
“Padré Léo sempre foi pregador da Renovação Carismática Católica. Ele participou da Renovação antes mesmo de ser padre”, conta Padre Vicente de Paula Neto, atual presidente da Comunidade Bethânia.
Ele estudou Teologia no Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus, hoje Faculdade Dehoniana, em Taubaté, São Paulo, em 1987. Três anos depois ele fez os votos perpétuos, concluiu o curso e foi ordenado sacerdote.
Padre Léo começou a trabalhar como diretor pedagógico no Colégio São Luiz, em Brusque, em 1991, onde atuou até 1998. Além de começar a trabalhar no Colégio, em 1991 ele se tornou professor no curso de Filosofia da Febe. Ele conciliava o trabalho com os atendimentos aos jovens marginalizados e depois de anos, decidiu criar a Comunidade Bethânia para acolher esses jovens.
O padre teve 28 livros publicados, sendo seis publicações póstumas. Ele também fundou a Banda Vida, que realizou diversos shows pelo país. Além disso, teve vários programas no canal de TV Canção Nova e totalizou 257 pregações que são exibidas até hoje, nas segundas-feiras, às 21h.
“Ele é conhecido no Brasil como um grande pregador, um grande comunicador. Teve por anos o programa de televisão muito concorrido. Inclusive as reprises são exibidas toda segunda-feira. É um dos programas mais assistidos da Canção Nova”, enfatiza Padre Vicente.
Em 2006, Léo descobriu que sofria de um linfoma não Hodgkin, um câncer no sistema linfático. Com o tumor era maligno, o quadro era grave e as chances de vida eram pequenas.
Após meses de tratamentos e quimioterapias, Padre Léo faleceu no dia 4 de janeiro de 2007 devido à falência múltipla dos órgãos, consequência da doença.
“Ele viveu esse um ano pregado na cruz. Ele foi a vida inteira um pregador, mas encontrou a santidade sendo pregado”, afirma o Padre João Carlos Almeida, o Joãozinho.
O corpo foi exumado do túmulo da família em Itajubá, em 2015, e os restos mortais foram levados para Comunidade Bethânia, em São João Batista. Hoje, várias pessoas realizam peregrinação até o túmulo pedindo ou agradecendo pelas graças.
Confira abaixo a pregação do Padre Léo intitulada “Não tenha medo de sofrer”, gravada em 26 de setembro de 2004.
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