Documentos da Renaux estão excluídos da venda do patrimônio da fábrica
Materiais separados
Quando for homologada pela Justiça a aquisição do patrimônio da fábrica Renaux pela Havan, nem tudo o que está na sede da fábrica, no bairro Primeiro de Maio, poderá ser usufruído pelo comprador. O administrador judicial da massa falida, Gilson Sgrott, avisou ao arrematante que os papéis da empresa, como documentos contábeis e de RH, devem ser separados e mantidos em poder da Justiça, para serem devolvidos aos responsáveis pela fábrica após o processo de falência.
Máquinas não retiradas
Além disso, também não fazem parte do lote adquirido pela Havan as máquinas que eram utilizadas na produção da fábrica, quando esta ainda pulsava, até 2013. Isso porque o maquinário foi adquirido há dois anos, em outro procedimento de venda, pela empresa mineira Ibetex. Ocorre que, até hoje, a Ibetex não retirou os materiais do parque fabril, e está pagando pela segurança deles.
Valor menor
Em que pese ter sido alargado até maio de 2018 o contrato entre o campus de Brusque do Instituto Federal Catarinense (IFC) e a empresa CRC Engenharia, responsável pelas obras da sede própria, o valor do contrato ficará menor. Nesta quinta-feira, 28, foi assinado um termo aditivo para suprimir valores do contrato. Do total de R$ 10,8 milhões, o valor pago pelo governo federal ficará R$ 229,2 mil.
Investigação arquivada
A 1ª Promotoria de Justiça arquivou procedimento no qual se investigava irregularidade na turma do 1º ano da Escola de Ensino Fundamental Nova Brasília, em Brusque, quanto à falta de professor substituto. Conforme a promotora Fernanda Crevanzi Vailati, o objeto das denúncias foi solucionado com a contratação de professora substituta, a qual tem contrato vigente até o fim deste ano letivo. Por isso, concluiu a promotora, não houve violação aos direitos da criança e do adolescente.
Projeto avança
Continua a avançar em sua tramitação na Câmara de Brusque o projeto de lei que veda o nepotismo cruzado entre os poderes Executivo e Legislativo de Brusque. Depois de ter recebido parecer favorável, em agosto, da Comissão de Constituição, Legislação e Redação, o projeto recebeu também aval da Comissão de Serviços Públicos, cujo relator foi o vereador Leonardo Schmitz (DEM). Ainda não há data prevista para votação em plenário.
Refis estadual
Os deputados estaduais aprovaram na sessão desta quinta-feira, 28, a redação final do projeto que transforma em lei a Medida Provisória que instituiu o Programa Catarinense de Recuperação Fiscal (Prefis-SC). O documento segue agora para sanção ou veto do governador Raimundo Colombo. Em relação ao texto original da MP, editada pelo poder Executivo em julho deste ano, o projeto de conversão em lei do Prefis tem alterações substanciais. A mais significativa delas é a inclusão de pessoas físicas entre os beneficiados pelo programa. Originalmente, o Prefis era direcionado apenas para pessoas jurídicas dos segmentos de transporte intermunicipal e interestadual e de comunicação.
EDITORIAL
Um rio doente cruza a cidade
Quando os brasileiros viajam à Europa, uma das coisas que mais causa admiração é o uso dos cursos d’água para transporte e lazer. Boa parte dos rios, mesmo pequenos, têm parques à margem, bares e restaurantes aproveitam a vista e é possível fazer passeios de barco de vários tamanhos.
Na volta, em geral os viajantes mais observadores chegam a duas conclusões principais, uma animadora e outra bem triste.
A boa: nossa flora é muito rica e variada. A vegetação que encontramos aqui, mesmo perto das cidades, parece ter muito mais espécies do que o que vimos por lá. A ruim: tratamos muito mal nossas águas. Usamos rios, córregos e mesmo o mar como esgoto, local de descarte do que não presta.
Essa observação, que pode ser feita sem qualquer rigor científico, acaba de ser confirmada pelas análises que o Departamento de Química da Unifebe fez das águas do Itajaí-Mirim.
O belo (e preocupante) caderno especial que os assinantes deste nosso Município puderam ler ontem mostrou com cristalina crueza que o rio, que deveria ser uma das boas atrações da região, está doente.
Um rio com pesticidas, resíduos industriais e esgoto sanitário é sintoma de outra doença mais grave: a falta de consciência da população que vive nessa bacia. E, claro, também da falta de fiscalização adequada.
Tem-se a impressão que não há conhecimento real dos riscos que cursos d’água infectados podem representar para uma população. Como se a podridão da água não tivesse nada a ver conosco. Como se o rio sujo não nos dissesse respeito. Ou como se aqueles venenos não nos pudessem fazer mal.
Não há conhecimento real dos riscos que cursos d’água infectados podem representar
Pode ser que tanto as autoridades quanto a população ignorem, de fato, o que estão fazendo e permitindo fazer com esse bem precioso que é a água.
Pode ser que, incultos, desinformados e sem escolaridade suficiente, prefeitos, vereadores, governadores, deputados, administradores públicos de diversos níveis, empresários, professores, eleitores e contribuintes acreditem que os rios existem mesmo apenas para levar nossos dejetos embora. Como se fossem apenas a continuação da tubulação sanitária que inicia no nosso banheiro e é alimentado pela água da descarga.
E, se pensamos assim, que mal teria o fato de indústrias e lavouras aproveitarem esse esgoto a céu aberto e também despejarem seus venenos ali?
A responsabilidade de mudar essa cultura é de todos. Alguns empresários e muita gente, aqui e ali, já começam a tratar disso com seriedade. A tarefa é enorme, mas não se pode desanimar. Sob pena de acabarmos soterrados pelo nosso próprio lixo, sem ter água potável por perto, mesmo morando à beira de algum rio.