Paróquia Bom Pastor tem a primeira mulher presidente em 154 anos

Elisa Marizete Ott Holz assumiu a missão na Igreja Luterana pelos próximos dois anos

Paróquia Bom Pastor tem a primeira mulher presidente em 154 anos

Elisa Marizete Ott Holz assumiu a missão na Igreja Luterana pelos próximos dois anos

Em 2017, quando a Reforma Luterana completa 500 anos, a paróquia Bom Pastor, da Comunidade Evangélica Luterana de Brusque, tem pela primeira vez na sua história de 154 anos uma mulher na presidência. Elisa Marizete Ott Holz, de 53 anos, foi eleita em novembro do ano passado para assumir o comando durante o biênio 2017-2018.

Empresária do setor de confecções, Elisa se dedica à paróquia brusquense há 30 anos, quando veio morar em Brusque. Gaúcha de Pelotas (RS) e de uma família luterana de berço, ela sempre esteve envolvida com a igreja e, ao chegar ao município, foi nos trabalhos paroquiais que se encontrou e criou laços.

Nestas três décadas, Elisa já realizou diversas atividades. Foi voluntária no Culto Infantil, orientadora do Ensino Confirmatório e da Juventude Luterana, além de ser uma das idealizadoras do grupo Despertar – o grupo de mulheres luteranas. Atualmente, além da função de presidente, ela contribui com o Estudo Bíblico, com a turma do Despertar, com o Canto de Mulheres e também com o 20 Encontrar – grupo de jovens adultos.

Elisa conta que há quatro anos já havia sido desafiada pelo ex-presidente Sérgio Kuchenbecker a assumir a presidência, porém, fugia da missão. No entanto, no ano passado, acabou aceitando o desafio com alegria. “Foi uma surpresa, eu achava que era algo que não era pra mim, mas pensei, analisei e aceitei. Cada um tem o seu dom e coloca a serviço de Deus o que tem de melhor. Aprendemos na Bíblia a servir ao Senhor com alegria e estamos fazendo isso com alegria”, diz.

É um desafio e Deus nos capacita e nos prepara. Deus vai sempre estar a tua frente, te conduzir e te direcionar. Mas para isso é imprescindível ter uma vida de fé para aceitar esse desafio e foi na Bíblia e em Deus que encontro isso

Juntamente com Elisa, outras duas mulheres integram a diretoria. Cristine Bartelt Bornhausen é tesoureira e Glauce Barzé ocupa a função de secretária. Para a presidente, é uma equipe diferente e dedicada a colaborar e somar com a igreja. Ela destaca que ainda está se ambientando com o cargo e que aos poucos vem se envolvendo com os mais diversos setores que compõem a paróquia, para no decorrer dos meses poder executar alguns projetos que hoje são apenas sonhos.

“Temos algumas ideias que ainda estão no papel, no coração, mas veremos o que Deus tem para nós”, afirma a presidente, que dentre as suas funções cuida do patrimônio da igreja, das áreas administrativas, do financeiro, do pessoal, além de participar de todas as reuniões e programações que envolvem os pastores e demais voluntários da paróquia.

Seguir em frente
Para ela, que é casada com Adalberto Holz e tem quatro filhos, todos ativos na igreja, a missão de ser a primeira mulher a assumir a presidência paroquial, em meio a um cenário mundial de preconceito e machismo, não lhe abala de maneira alguma.

“É um desafio e Deus nos capacita e nos prepara. Deus vai sempre estar a tua frente, te conduzir e te direcionar. Mas para isso é imprescindível ter uma vida de fé para aceitar esse desafio e é na Bíblia e em Deus que encontro isso. E essa questão de feminismo e de preconceito vai por água abaixo. Vamos em frente e vamos servir”.

Elisa diz ainda que não defende o feminismo, pois a mulher completa o homem e o homem completa a mulher, por isso Deus os fez para andarem juntos. Ela avalia que ambos têm a mesma importância, nem mais e nem menos, e que é Deus que os aprimora.

Além disso, a presidente recorda que Catarina de Bora – freira católica cisterciense alemã e, posteriormente, esposa do líder da Reforma Protestante, Martinho Lutero -, foi uma mulher guerreira e esteve ao lado dele para que desempenhasse seu papel.

“Fala-se muito de Lutero, mas Catarina foi especial ao lado desse homem que marcou a história da igreja. Ele se dedicou a estudar o que estudou, porque tinha uma mulher especial ao lado dele”, destaca Elisa.

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