Perda de uma final e abismo entre gerações levaram Lageadense ao colapso
Equipe formada em 2004 ganhou todas as partidas, até deixar o título escapar com duas derrotas para o São Pedro
Após os vice-campeonatos da AFAB em 1996 e 1997, o Lageadense passou vários anos longe das disputas por títulos no futebol amador. Em 1997, o campeão foi o Ferroviário, da rua São Pedro, que mandava seus jogos no campo do América, do Steffen.
Na gestão de Vilmar Ebel, o clube ainda mudou de nome: de Clube Esportivo Lageadense para Sociedade Beneficente e Recreativa Lageadense. Desta forma, foi oficializado que a instituição não possui fins lucrativos e, portanto, poderia receber apoios públicos. No fim dos anos 90, o clube chegou a ter 138 sócios.
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Os títulos pararam no futebol masculino, mas houve conquistas em outras modalidades. Em 1997, o clube foi o primeiro campeão de futebol feminino do município. No mesmo ano, houve um título municipal na bocha, e no ano seguinte foi a vez do dominó.
Em 2004, um poderoso esquadrão se reuniu. “Era um time dos sonhos. Começamos goleando, com cinco, seis gols”, lembra o lateral-direito Juari Batschauer, de 39 anos. No entanto, ao fim da terceira rodada, após mais uma ótima vitória, o técnico, Gilberto Batschauer, pai de Juari, foi removido da equipe.
Juari começou a jogar os campeonatos amadores já em 1994, e também já passou por Olaria e São Pedro. Em 24 anos, chegou a nada menos que 15 finais. De 1994 a 2004, o Lageadense foi seu único clube. A edição de 2018 foi a primeira em que ele deixou de jogar, por falta de tempo.
Um dos jogos mais presentes na memória do lateral-direito foi uma vitória em casa sobre o Olaria: 1 a 0, em 2004, com gol dele próprio, no Dia dos Pais. “Na época era assim, o Kiko cruzava e eu fazia de cabeça.”
Apesar da troca de técnico, o Lageadense engatou uma série de vitórias rumo à final, uma delas por 8 a 0, sobre o Interclube. Na final, porém, a equipe enfrentou o São Pedro. Com derrotas por 2 a 1 fora de casa e 3 a 2 no Lageado Baixo, o sonho do bi acabou e, junto com ele, o Lageadense. De acordo com Juari, foram as únicas derrotas da equipe na competição.
Mesmo já tendo alcançado o título com outros clubes e com uma longa carreira amadora, ele ainda busca ser campeão com seu time preferido. “Enquanto não for campeão com o Lageadense, não vou parar de jogar”.
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Houve desinteresse para assumir a diretoria e, além disso, foi um ano de despedida para muitos veteranos. As novas gerações, na época, não vingaram. Houve poucos novos jogadores dispostos a manter o time, que acabou sendo desativado.
Juari conta ainda que sempre houve pequenas intrigas no clube, dividido entre católicos e adventistas. “A mesma turma de sempre, com o Cesário e com meu pai, conseguiu juntar católicos e adventistas, em um grande time para ser campeão, mas perdeu para o São Pedro, que tinha um time bom.” A partir de então, o Olaria, da Guabiruba Sul, começou a crescer, com a colaboração de ex-integrantes do Lageadense.
Ainda houve um breve retorno em 2008. No entanto, o projeto não ganhou força. O Lageadense havia sucumbido e deixado 30 anos de luta, conquistas e esportividade para trás.
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Veja outros conteúdos do especial:
– Introdução
– Paixão oficializada
– É campeão!
– De volta entre os grandes
– De Guabiruba para o mundo (e vice-versa)