Dando continuidade ao tema que abri os trabalhos por aqui, venho percebendo que comportamentos ansiosos geralmente envolvem uma busca subjetiva por perfeição.
A pessoa preocupa-se exageradamente com a sequência dos fatos, pois quer que ela ocorra da melhor maneira possível. Sempre otimizando tudo para todos.
Para isso é preciso planejamento e previsão de possíveis problemas a encontrar no caminho. O sujeito, então, se depara com uma explosão de ideias ruins que deveriam ser eliminadas, mas ele já está tão submerso que é quase impossível se desvencilhar do limbo no qual caiu. Não que seja ruim prever resultados e planejar melhorias, mas nem tudo vai dar necessariamente errado, de modo que podemos prever coisas boas!
Porém, é nesse momento que o ansioso confunde seu turbilhão de negatividade com as características do que é ser realista, e justifica sua “bad” com o desejo de perfeição – ver sempre o lado bom, se aperfeiçoar, ser um bom ser humano…
Vale dizer que perfeição subjetiva nos lembra que cada um tem uma ideia diferente do que é bom para si (e pros outros também!), e que perfeição para Martha vai sempre ser diferente da perfeição para Roberta.
O problema – e a solução – disso tudo mora na máxima que diz: perfeição não existe! E mesmo que existisse, ela muda de pessoa para pessoa, ela é ardilosa e inconstante, querer tomá-la para si é medida paliativa, desnecessária para a felicidade.
Cada um de nós deve ser apenas o melhor possível; sem ambições de super-herói, pois é nossa imperfeição que nos torna únicos e absolutamente interessantes.
Sair da zona de conforto é lembrar que, para ser bom, não precisamos ser perfeitos, mas suficientes para nós mesmos. Os insatisfeitos que “se” mudem!
Eduarda Paz Padoin – psicóloga