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Poços artesianos são opção para quem mais sofre com falta d’água em Brusque

Empresas reconhecem aumento na procura; preços para construção variam de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil

Com os problemas da rede de água de Brusque e o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) em crise, o ramo da construção de poços artesianos e semi-artesianos para residências tem percebido aumento na procura pelo serviço. Os preços costumam ser diversos, de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil, muitas vezes dependendo da profundidade do poço e da complexidade do trabalho.

O proprietário da Poço São Pedro, Fábio Roscinski, afirma que, devido ao período de poucas chuvas recentes e aos problemas nos serviços do Samae de Brusque, a procura pelos serviços da empresa cresceu em torno de 50%.

“Poços cavados manualmente, que utilizam água de superfície, também não têm sido mais tão procurados. As pessoas têm procurado outros tipos porque há uma diminuição na quantidade desta água de superfície”, afirma.

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O proprietário da Poços Pavesi, Osnir Pavesi, relata que oferece construções de poços com até 18 metros de profundidade, e reitera que há aumento na procura, mas também que existe concorrência forte no mercado. “Já existe muita gente por toda a cidade que faz.”

O público é equilibrado e de diversos bairros, mas Thomaz Coelho, Dom Joaquim e Santa Luzia se destacam em Brusque. Em Guabiruba, moradores de Lageado Alto, Lageado Baixo, Aymoré e Pomerânia procuram mais pelo serviço, que também é feito em São João Batista e Nova Trento.

Conforme explica Roscinski, existem os poços artesianos e os poços semi-artesianos (ou mini-artesianos). A diferença é que o primeiro o poço é mais profundo, com perfuração de rocha, podendo ultrapassar os 100 metros de profundidade, enquanto que o outro tipo, como o nome sugere, é menor: a perfuração não passa pela rocha mais imediata, com a profundidade sendo costumeiramente de 15 a 60 m.

“O semi-artesiano atinge só veios de água, enquanto o artesiano pode chegar a um lençol freático”, explica o proprietário da Kalinho Poços Artesianos, Carlos Woitexen.

Existem locais mais favoráveis e menos favoráveis para a perfuração, como áreas de brejo e mangue. Dependendo do caso, a água já vem ideal para consumo, mas ferver e filtrar são processos importantes para evitar incômodos e garantir a qualidade da água.

“É raro dar água ruim em nossa região. A água retirada do solo costuma ser própria para consumo. Fazemos um estudo através de radiestesia, que permite encontrar o melhor ponto para perfuração. Não há risco de o poço secar, e a parte superficial do poço é isolada para evitar contaminação”, explica Roscinski, que afirma ainda que a bomba do poço deve ser trocada de dois a cinco anos, dependendo das condições de conservação.

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“Se o poço der água, é praticamente para a vida toda, ele não seca. É muito raro não ter água depois da perfuração ou a água ser ruim”, explica Pavesi.

Woitexen avalia a região como bastante diversa e mutável, e discorda sobre a infinidade de água no poço.

“De uns anos pra cá, o solo tem mudado. A baixa quantidade de chuvas influencia, não é suficiente. Os níveis de água dentro do solo também diminuem. Há qualidades diversas de água, profundidades diversas de poço. Não é em todo lugar que dá um poço. É questão de saber fazer bem feito. Não basta fazer um buraco e colocar um cano dentro.”