Polícia aguarda laudo para identificar ossada humana
Ossos foram encontrados no Lageado Baixo em avançado estado de decomposição
Ossos foram encontrados no Lageado Baixo em avançado estado de decomposição
Uma ossada humana foi encontrada no fim da tarde de sábado, 7, no bairro Lageado Baixo, em Guabiruba. O caso ainda é um mistério para as autoridades, devido ao avançado estado de decomposição em que os restos mortais foram encontrados. Os ossos estavam em um matagal, a cerca de 500 metros de distância das casas, na rua Augusto Lang.
Um morador, proprietário das terras onde estava a ossada, é quem a encontrou. Irineu Celva conta que foi ao local, acompanhado de seu cachorro, para tentar captar água e, com a agitação do animal, saiu da trilha e se deparou com os restos mortais.
Sem ter a certeza de que era de humano ou de um animal, o homem chamou a Polícia Militar. O Instituto Geral de Perícias (IGP) esteve no local e recolheu os ossos. Ao lado, havia ainda uma peça de roupa, que também foi levada pelos peritos, para investigação.
O perito criminal do IGP, Rafael Viana, explica que os ossos passarão por diversos exames específicos. Entre eles, para identificar se a ossada é de um homem ou mulher.
“Esses exames devem demorar alguns meses para ficar prontos, porque é um trabalho bastante minucioso. Além disso, deve-se examinar a causa da morte, se houve ou não perfuração”, explica.
O caso foi repassado para a Polícia Civil, que procederá investigação para identificar de quem é a ossada. O delegado Juscelino Carlos Boos, responsável pelo caso, explica que aguardará o laudo do IGP. Após a identificação do sexo e a causa da morte, fará busca pelos desaparecidos da região.
Porém, ele ressalta que até o momento não há nenhuma suspeita. “No mesmo dia em que foi encontrado, foi conversado com moradores da cidade, e ninguém tinha desconfianças também”, diz.
O sargento Marciano Lucio Panca, da Polícia Militar de Guabiruba, afirma que o caso é um grande mistério, pois em nenhum momento houve desconfiança de um crime na região. “Não temos nem mesmo registros de desaparecidos recentes. Acredito que a ossada seja de alguém de fora da cidade”, comenta.
Assunto entre moradores
Moradores da rua tentam ajudar a polícia a desvendar o caso. Porém, não há nenhuma suspeita ou indícios que possam auxiliar no trabalho de investigação. Em conversa com alguns moradores, o Município Dia a Dia foi informado de que a rua é um local bastante tranquilo e calmo, com circulação apenas de conhecidos.
Roseli Marangoni, 49 anos, mora há dois anos na última casa da rua, próximo ao matagal onde estava a ossada. Ela diz que ficou bastante surpresa quando viu a movimentação da polícia e do IGP.
Mas, o que ela não nega, é que por algum tempo sentiu cheiros fortes, especialmente em dias de sol. “Já tinha até mesmo comentado com minha vizinha. Era um cheiro de carniça, mas como tem cavalos ali no mato, pensei que pudesse ser do animal”, conta.
Ela lembra que o odor começou a ser sentido há cerca de seis meses. Além de achar que pudesse ser dos cavalos, ela também associou o cheiro ao esgoto que passa em frente à casa, por isso, em nenhum momento, houve desconfiança de que restos mortais estavam no local.
Segundo os moradores, no matagal onde estava a ossada, além do proprietário das terras que costumava captar água, alguns motoqueiros também faziam trilha. Apesar da tranquilidade da rua, Roseli lembra de apenas um caso que possa ser suspeito.
Ela conta que um dia, um homem com idade entre 25 a 30 anos foi até o fim da rua e começou a olhar para dentro do matagal. “Pensei que pudesse estar procurando uma casa para alugar, mas ele olhava fixamente para o mato, parecia estar procurando por algo. Depois subiu pela rua de trás e foi embora”, conta.
O tempo de decomposição
O perito criminal Rafael Viana explica que, para identificar o estado de decomposição de um corpo, depende-se do exame de vários fatores, como a condição climática, as características físicas da pessoa, local onde morreu, e o tipo de animais que haviam por perto. Ele revela que a ossada encontrada estava na superfície, ou seja, não há indícios de que o corpo tivesse sido enterrado após a morte.
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