“A ponte será a obra mais importante dos últimos 20 anos”, diz prefeito de São João Batista
Daniel Netto Cândido fala sobre as ações previstas para o município em 2019
O fim da primeira metade do mandato também marca o processo de reavaliação da equipe da prefeitura. A administração iniciou 2019 com o remanejamento de alguns servidores e mudanças no secretariado.
“Trabalhamos incansavelmente e cobramos da equipe, no dia a dia, que o povo seja bem atendido. São mudanças necessárias. Precisamos de uma equipe administrativa eficiente e motivada”, comenta.
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Terceira ponte
O prefeito afirma que a chamada “terceira ponte” de São João Batista é uma necessidade antiga do município. Ele considera que esta “será a obra mais importante dos últimos 20 anos na cidade” e trará benefícios para os próximos 50 anos no município.
“Ela será um pouco mais afastada do Centro, vai desafogar o trânsito principalmente nos horários de pico, principalmente nos horários que as fábricas abrem e fecham.”
De acordo com ele, para fazer a ponte será preciso desapropriar terrenos e todos os acessos. A prefeitura já vinha tentando há algum tempo recursos para fazer a obra – R$ 15 milhões – mas, por ser um valor bastante alto, não conseguiu respaldo do governo do estado. “O governo do estado não costuma conveniar valores como esse, então conseguimos um contrato de empréstimo com a Caixa Econômica Federal.”
O contrato com a agência bancária já foi assinado e o projeto também já está pronto. As licitações também já estão em andamento. A abertura das propostas das empresas interessadas será no dia 23 deste mês. O prefeito espera que no máximo até abril as obras no local iniciem.
O prefeito diz que a terceira ponte vai desenvolver a cidade, já que ligará dois bairros que estão crescendo muito: Ribanceira do Sul e Cardoso. “A localização é estratégica para a cidade, vai desafogar o trânsito, ampliar a cidade, vai transformar o nosso município.”
Nova subestação da Celesc
Netto Cândido destaca que São João Batista é uma das cidades que mais cresce no estado, principalmente por ser o quarto polo calçadista do país. Por este motivo, a cidade tem uma demanda muito grande de energia e já em 2014 a prefeitura protocolou na Celesc uma solicitação para melhoria e ampliação da distribuição de energia no município.
“Desse nosso pedido, já resultou uma primeira etapa que foram os religadores, que tiveram uma modificação. Quando dava muita chuva e vento, ficávamos sem energia na cidade por muito tempo. A segunda etapa seria fazer o cabeamento coberto para não ter problema com a vegetação e a terceira, a subestação”, diz.
Em novembro, a prefeitura recebeu a comitiva da Celesc no município, informando que já está no orçamento e na programação da empresa, para no máximo em 2020, ser construída uma nova subestação com a mesma capacidade que existe hoje em Tijucas, e que já alimenta a energia de todo o Vale do Rio Tijucas
“Vamos dobrar a capacidade de energia aqui na nossa região e essa subestação ficaria aqui em São João Batista. A comitiva veio para cá para fazer vistoria nos locais que podem receber essa obra e agora estamos fazendo esse diagnóstico para que a Celesc possa adquirir um imóvel e, na sequência, construir a subestação.”
Melhorias no hospital municipal
O prefeito lembra que São João Batista tinha um problema sério no hospital municipal Monsenhor José Locks, que era o plantão médico. Era difícil manter os profissionais no hospital porque a prefeitura não conseguia cobrir a oferta de outros municípios. “Tinha um problema muito grande na fila de espera, as pessoas esperavam até dois anos para fazer consultas e exames de média e alta complexidade, e o município não tinha como resolver esse problema.”
Daniel destaca que a prefeitura ficou sabendo do Instituto Vidas, que administrava o hospital de Timbó e se interessou pelo modelo adotado naquele município. “O Instituto Vidas já administra o hospital lá por muito tempo e havia uma satisfação muito grande por parte da administração e também da população e por isso iniciamos as tratativas.”
Hoje, o Instituto Vidas é responsável pelo plantão médico e plantão de gestante em São João Batista. “O plantão médico que antes de 2013 era só um médico em todo o hospital, depois de algum tempo passamos para dois médicos em alguns dias, e agora são dois médicos todos os dias, 24 horas”, destaca o prefeito.
A prefeitura também assinou contrato com o instituto para consultas de especialidades médicas.
“Agora, 90% das consultas são feitas na cidade e, com isso, conseguimos tirar da fila de exame de alta e média complexidade em 2018, 1.884 pessoas. E consultas com especialistas, foram 4.377 realizadas. Várias consultas e exames zeramos a fila, outras diminuímos a espera de dois anos para três meses. Foi uma grande sacada do nosso município essa parceria”, comemora o prefeito.
O hospital municipal também passou a ser gerido pelo Instituto Rede, que tem a responsabilidade de administrar toda a estrutura, desde contratação de enfermeiros, compra de material e equipamentos e a prefeitura faz a fiscalização do instituto e tem o poder de decisão.
“Foram opções que o município fez e que deram resultado grande. A satisfação da população aumentou, os problemas diminuíram, a gestão melhora quando coloca na mão de quem tem expertise, conhecimento, ficamos muito felizes em ter acertado”, diz.
Ainda na área da saúde, o prefeito ressalta a conclusão da obra de reforma do hospital, que deve ser entregue à população em 2019.
“Acredito que até início de fevereiro podemos entregar a reforma completa do hospital. Avançamos muito na saúde. 2018 foi um ano para ficar na história do município com a melhoria da saúde em São João Batista.”
Novas vagas em creche
O prefeito diz que São João Batista é a terceira cidade que mais cresce em Santa Catarina e, nos últimos 12 anos, a população praticamente dobrou. Com isso, aumentou a demanda na saúde e, principalmente na educação, com a necessidade de mais vagas na educação infantil.
“Desde 2013, quando assumimos, estamos fazendo um trabalho forte na educação infantil. A cidade contava com 300 vagas de creche, criamos mais 500 vagas nesse período e em 2019 vamos ofertar mais 180 novas vagas.”
Daniel diz que a cidade vai chegar a quase mil vagas ofertadas, entretanto, ele sabe que ainda não é o suficiente. “Ainda existirá fila porque quanto mais se abre vaga, mais fila acontece. O cidadão percebe que o município está ofertando e aí para de pagar particular para ir para a rede municipal.”
O prefeito diz que a prefeitura está fazendo um estudo para construir mais salas de aula e, assim, poder ampliar as vagas. “Foram mais de um dezena de salas construídas e para 2019 a previsão é abrir mais cinco salas para atender a educação infantil.”
Ajustes na prefeitura
Daniel Netto Cândido espera que em 2019 o cenário econômico seja mais positivo que 2018, mas ainda há muita incerteza. “Achava que a crise pior seria em 2015, mas percebemos que 2018 foi um dos piores. Espero que 2019 seja melhor, com os pés no chão.”
O prefeito diz que no início de 2017 realizou um corte de 47 comissionados e conseguiu reduzir em torno de 80% os aluguéis que a prefeitura pagava. Para 2019, o planejamento é fazer novos ajustes.
“Teremos que fazer mais uma reforma, um enxugamento para poder adequar a realidade, porque as despesas aumentam mais do que a receita. A receita não consegue acompanhar o crescimento vegetativo da folha, que aumenta sem a gente fazer nada, por isso, teremos que tomar mais algumas medidas difíceis para poder honrar os compromissos neste ano.”
Principal dificuldade em 2018
Além da crise financeira, o prefeito de São João Batista diz que a principal dificuldade do governo em 2018 foi a paralisação de algumas obras. “Em agosto de 2016, foi me tirado o mandato. Fui candidato naquele ano, ganhei a eleição e voltamos em 2017, mas esse período que ficamos fora da prefeitura, a administração que ficou por quatro meses resolveu paralisar todas as obras.”
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De acordo com ele, todos os contratos que o município tinha foram cancelados e quando e em 2017, quando retornou ao Executivo, tentou salvar alguns contratos e fazer a renovação, mas devido aos trâmites burocráticos, muitas obras só voltaram a ser executadas a partir do segundo semestre de 2018.
“Alguns nós perdemos, como um empréstimo no BRDE de R$ 3 milhões. uma das obras mais importantes do município, que é o esgoto, de R$ 12 milhões, tentaram cancelar o contrato e só no fim do ano conseguimos a liberação da segunda parcela para dar continuidade. Essa questão financeira e as obras paralisadas foram nosso principal problema em 2018.”
Principal desafio
O prefeito destaca que o principal desafio da prefeitura em 2019 será continuar com o enxugamento da máquina e fazer as obras que a população espera. “Todo o trabalho que estamos fazendo é para deixar a cidade preparada, porque nos próximos anos é necessária a implantação do transporte coletivo. Tenho certeza que vamos deixar esse legado para o próximo prefeito.”