O pecado da cautela
No futebol, existem dois pecados que podem determinar o fracasso de uma equipe. Um, é o excesso de confiança. Cheio de si, o time entra nos gramados com um salto agulha e acaba surpreendido pelos mais frágeis – porém aguerridos – adversários. O segundo pecado, extremo oposto ao primeiro, é o que vem cometendo o Brusque desde o início deste Brasileirão Série D: o da cautela. Arriscar pouco, com medo de perder, já trouxe toda a sorte de tristeza aos mais diferentes torcedores pelo mundo.
O primeiro pecado é cometido por quem só usa o coração na hora de armar um time. O segundo seduz os que querem colocar apenas o cérebro pra funcionar, esquecendo que o futebol é vivido de emoções e apostas de fé já geraram títulos. Na partida contra o Novo Hamburgo, a vitória seria muito importante para o Brusque, pois classificaria a equipe antecipadamente. Mas o quadricolor não se impôs, só assistiu o adversário em muitos momentos da partida e, agora, não depende só de si. Vai virar torcedor, além de precisar vencer do Madureira.
Quando Mauro Ovelha decidiu colocar seu coração e apostar em jogadores de ataque no lugar de volantes, já era tarde. Rafael Xavier, dessa vez, não conseguiu decidir. Pelezinho entrou mal e errou tudo que tentou. A equipe carioca está praticamente eliminada, e deve vir a Brusque apenas para cumprir tabela, mas mesmo assim é o momento de Mauro Ovelha colocar a razão e a emoção na balança, tentando equilibrar estes elementos. Se fazer a escolha certa e definitivamente levar o Brusque para uma histórica classificação, o técnico terá em suas mãos a equipe ideal para seguir apostando nas próximas fases.
Irregularidades nos Jacobs
A situação do atleta Delmar de Moura, que foi flagrado atuando em times de dois bairros diferentes pelos Jogos Abertos Comunitários de Brusque, é apenas mais uma entre muitos casos na competição de acordo com comentários nos bastidores. Atletas de voleibol, futsal e futebol estão atuando em comunidades as quais não pertencem, uma irregularidade, segundo as normas. Falta os adversários que se sentirem lesados entrarem com um recurso contra os imprudentes. O problema é o telhado de vidro…
Catarinenses em baixa
O futebol profissional catarinense não tem muito o que comemorar nas competições nacionais, de ponta a ponta. Na série A, Chape e Figueira escorregam rumo à zona de rebaixamento. Na B, Criciúma e Avaí não se encontraram, e o Joinville foge de uma famigerada terceirona.
Pela última divisão, o Metropolitano foi eliminado com goleada, o Inter de Lages até venceu, mas as chances de classificação são mínimas e o Brusque tropeçou nos próprios pés. A bruxa está solta na Santa e Bela.
Inspiração mais próxima
Há exatos 30 anos, o comendador do esporte catarinense, Rubens Facchini, trouxe para o estado uma cerimônia inspirada nos Jogos Olímpicos. Desde 1986, todos os anos, o fogo simbólico dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) é aceso em Brusque e carregado até o município sede da competição. Facchini, por décadas, cuidou pessoalmente para que a cerimônia fosse um sucesso.
Hoje, sua fonte de inspiração estará justamente na cidade em que o fogo simbólico dos Jasc nasce. Um encontro fantástico entre o símbolo da maior competição esportiva do mundo e a cidade pioneira do esporte no estado. Na foto, o acendimento da tocha há dez anos, realizado na Arena Brusque.