Preço de gás natural aumenta quase 30% para veículos e indústrias
Reajuste é o maior dos últimos quatro semestres; dólar alto é considerado um dos vilões
Reajuste é o maior dos últimos quatro semestres; dólar alto é considerado um dos vilões
A Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) autorizou, em 21 de junho, a aplicação de reajustes nas tarifas para os consumidores de gás natural em Santa Catarina. A decisão determina aumento de 27% (equivalente a R$ 0,32 por metro cúbico ao consumidor final) na tarifa do gás natural veicular (GNV) e de 26% para indústrias. O residencial chega a 11%, enquanto o comercial terá reajuste de 15%. O reajuste entrou em vigor neste domingo, 1º.
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Apesar de ser a maior alta nos últimos cinco semestres, a tarifa praticada em Santa Catarina segue sendo a mais competitiva do Brasil, de acordo com a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás).
A empresa afirma que o custo do gás importado da Bolívia têm aumentado, o que justifica os reajustes. “Conforme o contrato de concessão dos serviços públicos de Santa Catarina, este reajuste deve ser repassado às tarifas. Cabe à Aresc promover as autorizações”, explica a SCGás.
O câmbio do dólar é um dos principais influenciadores, além do preço do barril do petróleo, e ambos têm apresentado alta. “O contrato de suprimento com a Petrobras é indexado em dólar, logo o câmbio afeta, assim como uma cesta de óleos internacionais.”
A tarifa de gás natural é atualizada no mínimo semestralmente pelo regulador por meio da conta gráfica, ferramenta criada no último mês de 2016. O objetivo da conta gráfica é garantir que o custo do gás pago pela concessionária seja repassado integralmente à tarifa.
Com cinco reajustes desde julho de 2016, o mais recente é o maior já registrado no período com a conta gráfica.
Consumo crescente
Aproximadamente 47,7 milhões de metros cúbicos (m³) de GNV foram consumidos no período de janeiro a maio de 2018 (média de 316 mil m3/dia), atingindo o maior patamar de vendas da SCGás para o segmento veicular desde 2014. De acordo com dados de junho do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), existem 95.362 veículos emplacados e adaptados para o uso do GNV em Santa Catarina. Em Brusque, são 2,3 mil.
A SCGás avalia a competitividade da tarifa aplicada aos postos de Santa Catarina e a política de preços da Petrobras — com os frequentes aumentos dos combustíveis líquidos — e a economia do estado como as causas para o aumento crescente.
Antes do reajuste mais recente, o m³ do GNV era entregue aos postos por R$ 1,1732 por m³. Com o reajuste o posto receberá o insumo a R$ 1,4926 por m³ a partir de 1º de julho. Logo, o aumento é R$ 0,32 no preço praticado aos postos. Mesmo com o reajuste, a coordenadoria automotiva da SCGás sinaliza uma vantagem competitiva de 50% do GNV na relação com gasolina e etanol. Antes do reajuste, a competitividade era de 58%.
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Indústrias são principal consumidor
As indústrias, que terão 26% de reajuste na tarifa, compõem o principal segmento de consumo do gás natural no estado. Por elas foi consumido, em maio de 2018, 81,31% do total de gás comercializado pela concessionária.
As indústrias cerâmica e metal mecânica são quem mais atuam com base no insumo. Em Brusque, 11 empresas utilizam o gás natural.