Preço diferenciado para pagamento em dinheiro não emplaca em Brusque
Estipulada por Medida Provisória, possibilidade não caiu no gosto de clientes e lojistas
Estipulada por Medida Provisória, possibilidade não caiu no gosto de clientes e lojistas
Criada no fim do ano passado e em vigor desde o começo de 2017, a Medida Provisória (MP) que possibilita aos comerciantes praticarem preços diferentes dependendo da forma de pagamento foi renovada pelo Congresso em 31 de maio.
A MP, que na prática permite aos comerciantes darem descontos aos clientes que pagarem em dinheiro, em vez do cartão de crédito, não caiu no gosto dos empresários brusquenses, segundo presidentes de entidades de classe.
Michel Belli, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, afirma que, em geral, a prática [preço diferenciado] não está ocorrendo.
“Realmente, em Brusque a gente não vê essa prática. Muitas vezes o consumidor paga o preço que está ali, não questiona por falta de conhecimento. Mas o comerciante também não anuncia esse desconto”, afirma.
Segundo ele, isso acontece porque a prática ainda é nova, não muito bem assimilada tanto por consumidor quanto por vendedores.
Marcelo Gevaerd, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Brusque (Sindilojas), também avalia que a nova prática não emplacou no município.
“Hoje o preço pode ser diferenciado, o comerciante pode se utilizar desta situação, e muitas vezes não utiliza. A lei está aí, o que falta é popularizar”.
Segundo Gevaerd, também há falta de conhecimento da legislação, pelo fato de ser recente. “A gente percebe que o cliente não sabe, poucos conhecem”.
Para o presidente do Sindilojas, a mudança mais sentida é a segurança que os lojistas têm, atualmente, de oferecer os descontos para pagamentos em dinheiro, caso tenham este interesse.
Segundo ele, antes da nova legislação estar em vigor, o Procon, órgão de defesa do consumidor, frequentemente “batia em cima” das empresas que ousavam praticar um preço para o cartão e outro para o pagamento em espécie.
Além disso, Gevaerd reitera outro fato: as vendas no cartão de crédito têm aumentado em grande escala na região.
Ele diz que hoje o cartão é muito utilizado pela população e que a lei que privilegia o desconto para pagamento em dinheiro “talvez” possa emplacar no futuro, quando estiver melhor assimilada.