Prefeitura de Brusque e sindicatos negociam acordo sobre cotas de exames
Convênio para atendimento de filiados no SUS foi cortado neste ano sob alegação de ilegalidade
Convênio para atendimento de filiados no SUS foi cortado neste ano sob alegação de ilegalidade
A Prefeitura de Brusque propôs ao Fórum de Entidades Sindicais que um novo acordo seja feito para regularizar as cotas de exames. Em vez de um número pré-determinado de procedimentos para os sindicatos, como era até ano passado, a Secretaria de Saúde compraria serviços das instituições.
A proposta não é nova, pois já havia sido sugerida por Humberto Fornari, secretário de Saúde, em entrevista ao jornal O Município anteriormente. Contudo, foi apresentada oficialmente aos sindicato na última reunião, na sexta-feira, 1.
Quando o convênio entre prefeitura e sindicatos começou, na década de 1990, já era na forma de compra de serviços. O coordenador do Fórum, João Decker, diz que a reunião foi produtiva e há uma boa chance de acordo em 2018.
Embora exista a sinalização de uma conciliação, não há nada de concreto. Segundo Decker, não foram discutidos valores a serem repassados pela Secretaria de Saúde, tampouco detalhes burocráticos.
Parceria rechaçada
O secretário de Saúde também propôs aos sindicatos uma Parceria Público Privada (PPP). Nesse acordo, as entidades pagam pelos insumos do laboratório municipal, enquanto que a prefeitura se compromete a manter um número de servidores para fazer os exames.
“Acredito que isso possa nos levar a um arranjo bastante oportuno, onde venha beneficiar não só os sindicatos, mas toda a população brusquense”, disse Fornari na reunião.
No entanto, o coordenador do Fórum de Entidades Sindicais refuta acordo neste sentido. “Entendo que não vai existir esse acordo, porque é inviável [financeiramente]”, diz.
Os sindicalistas avaliam que gastariam muito para manter os insumos para os exames, devido à alta demanda de testes que cada sindicato possui.
Críticas
O prefeito Jonas Paegle foi criticado pelos sindicalistas. Ele foi médico do Sindicato da Indústria Têxtil de Brusque (Sintrafite) por décadas e, segundo o presidente da entidade, Aníbal Boettger, era “campeão em encaminhamentos ao SUS”.
“O senhor não ferrou somente com os sindicatos, mas com toda a população que usa os serviços do SUS e era atendida nas entidades”, disse Boettger, referindo-se a Paegle.
O ponto central da reunião foi levar as demandas encontradas em visitas às Unidades Básicas de Saúde (UBS), não o convênio, mas tomou esse rumo durante as conversas.
Uma das demandas levadas foi a falta de medicamentos. Segundo o secretário de Saúde, a licitação deste ano suplementou a demanda na cidade, por isso, ele afirmou ter sido pego de surpresa pelas reclamações dos sindicalistas. Fornari disse que irá verificar a situação novamente.