Projeto Moda Catarina promove capacitação empresarial na AmpeBr
O palestrante citou como exemplo as grandes magazines, que estão bem adaptadas para atender esse cliente
O palestrante citou como exemplo as grandes magazines, que estão bem adaptadas para atender esse cliente
Na noite desta quarta-feira, 18, na sede da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque e Região (AmpeBr) foi realizada mais uma edição do projeto Moda Catarina, que a entidade mantém em parceria com o Sebrae.
Na oportunidade foi apresentado um workshop ministrado pelo varejista e especialista em Marketing, Josué Varella.
“O foco era o varejo e essa mudança de comportamento do consumidor, que agora valoriza mais o custo/benefício e não tanto as marcas. O palestrante citou como exemplo as grandes magazines, que estão bem adaptadas para atender esse cliente. Quem está sofrendo mais com o mercado hoje e que precisa se adaptar são os lojistas de pequeno porte”, afirma o presidente do Conselho Fiscal da AmpeBr, o empresário Francisco Lussoli.
Segundo ele, a avaliação do evento foi positiva, já que o profissional tem vasta experiência na área e citou suas pesquisas no exterior, no mercado americano e na própria Argentina.
Investimento humano
Josué Varella trabalha no mercado varejista desde 1992. Hoje, atua no grupo Top Brands, detentor também das marcas Polo Wear, Planet Girls e Hot Point. A rede é formada por 180 lojas no Brasil e tem cerca de quatro mil colaboradores.
“Existem pilares que são importantes para uma operação de varejo funcionar e dar certo. Às vezes se investe muito no bom produto, no bom ponto comercial e no bom projeto arquitetônico. Mas, se esquece do mais importante, que é o fator humano. Isso é o que faz a diferença na maioria dos negócios”, afirma Varella.
De acordo com o profissional, o consumidor contemporâneo está interessado em produtos com o melhor custo/benefício, ou seja, anseia por uma moda democrática, que reúna qualidade, design e um valor acessível.
Informação digital
Entre as mudanças de comportamento, foi inevitável citar a interferência do mundo digital. Josué Varella exemplificou, lembrando os pequenos negócios formados há mais de uma década, que iniciavam a operação na garagem de casa, depois estendendo a atuação até uma loja do bairro quando, enfim, se atingia o ápice de uma loja em algum conceituado centro comercial. Hoje, o movimento é ao contrário.
Uma loja pode nascer apenas em uma rede social e, com um bom número de seguidores, tende a se transformar em uma loja virtual. Agora são os shoppings que andam de olho neste mercado e investem em convites para que os empreendimentos estendam sua atuação também em espaços físicos.
“É inevitável estar nas redes sociais. Existe um aparelho que não fica um metro distante de todos nós e que nos referencia. O celular já dominou o mundo dos negócios e o comportamento de compras. A velocidade da mudança é tão grande que, quem não se preparou, pode ficar de fora desse mercado”, adverte.
Vendas
Você sabe qual a razão de nem toda oportunidade ser convertida em venda? Varella listou três possibilidades: produto ruim, atendimento ruim ou indisponibilidade de produto. Às vezes, mais de uma associada. E, apenas uma, pode ser suficiente para o fracasso do negócio.
“O importante é que é possível melhorar esses três aspectos e algumas perguntas devem ser feitas com um olhar crítico, indiferente da posição que se ocupa nessa cadeia. A qualidade do produto pode melhorar? Há investimento e treino da equipe? A cadeia de suprimento está preparada? A conversão de vendas já começa na vitrine. Muito lojista economiza na contratação de um vitrinista porque custa caro. Caro é não atrair cliente para dentro da loja”, enfatiza o profissional.
Proposta estética
Basta observar as grandes magazines: mais importante é passar uma mensagem bem produzida do que encher a entrada da loja com excessos. Assim, as marcas apostam em três manequins conceituais e ampliam a entrada do estabelecimento. A intenção é atrair o consumidor, já que a magia acontece do lado de dentro.
Algumas, inclusive, já desenvolvem vitrines interiorizadas, ou seja, o cliente precisa entrar para ver as peças expostas, pois a vitrine está do lado de dentro.
Gestão
“Valorizar o ser humano é nobre e essencial. Lojas exalam felicidade ou angústia e a gente percebe isso enquanto consumidor. Trabalhar com respeito e verdade é a regra do jogo. O trabalho não é apenas uma fonte de renda, ele é um ambiente que nos transforma em pessoas melhores. Dinheiro é só a consequência do esforço combinado de todos”, observa Varella.
O palestrante apresentou tabelas com indicadores que mapeiam o fluxo de vendas mensal. É através destas informações que é possível analisar o número de peças por atendimento ou o ticket médio das compras. Pesquisas indicam que 13% da renda média do brasileiro é gasta com vestuário.
“A intenção é fazer com que o cliente gaste o máximo com você. Então o painel de controle é necessário. Anote quanto a loja vende, quanto cada vendedor vende, quantas peças saem por dia, quantos atendimentos são realizados. Ao se observar isso é que se encontram as oportunidades de melhorias. E, lembrem-se: o que não se gerencia, não se controla”, salienta.