Quero compartilhar uma experiência linda que eu tive há pouco tempo, e foi aqui pertinho no “quintal de casa” na Ilha da Magia.

Nossa capital é maravilhosa e tem muitos lugares mágicos para se conhecer, e um deles é o Projeto Tamar. Antes de contar minha experiência, vou contar um pouquinho sobre o projeto.

Localizado na Barra da Lagoa, desde 2005, o Projeto Tamar ajuda a diminuir os efeitos predatórios da pesca sobre as tartarugas marinhas da região. A sede conta com O Museu do Tamar, que auxilia no trabalho de conscientização e educação ambiental, das comunidades, pescadores e turistas.

No local há cinco tanques que podemos observar as tartarugas, com quatro das cinco espécies de que desovam no Brasil. Conta ainda com sala de vídeos e exposições, espaço infantil e loja.

E como e por que as tartarugas vão para o projeto? A maior ameaça que elas enfrentam são as redes de pesca. Pensando nisso, o Tamar faz parceria com os pescadores, pois a maioria das vezes são eles que acabam encontrando as tartarugas na hora em que puxam a rede, e acabam pescando-as sem querer. Quando isso acontece, eles chamam o pessoal do Tamar para ajudá-las. Ou em outras ocasiões podem ser encontradas machucadas por outras pessoas, que também recorrem ao projeto.

Quando as tartarugas estão aptas para voltar ao mar, depois de serem cuidadas, há um evento chamado de “A soltura da Tartaruga”, quando é informado à comunidade a data e local que o animal retornará ao seu lar. Isso é feito pois atrai muitas pessoas para ver, e auxilia no processo de conscientização. Fui convidada a participar desse evento, realizado no Costão do Santinho, que é parceiro também do projeto.

Tenho ótimas recordações desse lugar, como é “quintal de casa”, minha família muitas vezes passava algum feriado ou alguma comemoração por lá. É um resort completo, all inclusive – alimentação inclusa – com muitas opções de atividades, lazer, piscinas aquecidas, e um SPA. Eu amo SPA, e esse é considerados um dos melhores do Brasil, oferece mais de 50 tratamentos a sua escolha. Sem falar na gastronomia, que vai desde a tradicional açoriana à internacional. Não é à toa que ele é o resort mais premiado do Brasil.

Além do comum que os resorts oferecem, uma curiosidade legal do Costão é que ele é rodeado de história e repleto de registros das civilizações que viveram na região. Há uma trilha que você pode fazer, que passa pelo Museu ao Ar Livre, que é onde estão as inscrições rupestres, os desenhos foram feitos pelo Homem do Sambaqui, primeiro povo a habitar este lindo território – na Pré-História – há aproximadamente cinco mil anos.

Voltando ao assunto Tamar, antes de chegar ao evento eu pesquisei sobre o assunto, e aprendi algumas coisas bem legais. Uma das coisas que eu imaginava é que veria várias tartaruguinhas indo em direção ao mar, como muitas vezes vemos na TV. Engano meu, aqui no sul do país não nascem tartarugas, somente nas partes mais quentes, como o Nordeste.

Sendo assim, depois que crescem um pouco elas nadam até o sul para se alimentarem. Então o mar por aqui é recheado de tartarugas jovens. E foi uma dessas que foi encontrada em uma rede de pesca, a grande maioria que se machuca pela região é por causa disso.

Quando cheguei ao local da soltura, ela estava na caixinha, tinha mais ou menos de 40 a 50 centímetros de comprimento. Ensinaram-me como pegá-la para depois soltá-la, confesso que fiquei com medo de fazer algo errado e machucá-la, pois deveria colocar meus dedos dentro do casco pela nuca.

O pessoal foi super atencioso e me assegurou que estava tudo bem. Certo, vamos lá então, pois ela devia estar mais ansiosa que eu para começar. Peguei ela e a coloquei na areia, enquanto ia em direção ao mar, uma pessoa do projeto falava sobre ele a todos que ali estavam – cerca de 300 pessoas – comentando sobre a  importância da conscientização, não só dos pescadores, mas também nossa com todo o lixo e descuido que temos com o meio ambiente.

Depois de uns 15 minutos ela chegou ao mar e nadou para casa. Eu já vi esses e outros momentos da natureza diversas vezes na TV, documentários, jornais, mas estar ali e por cinco segundos – que foi pegar e soltar a tartaruga – e de alguma forma ajudar, e ver ao vivo, foi demais!

Agradeço a oportunidade e ao aprendizado que tive esse dia, pois além de participar, conversei com o pessoal na sede do Tamar, que além do local aberto ao público, nos mostrou os “bastidores” onde estão as tartarugas doentes, e como fazem para tratá-las. A parte mais triste e que trago aqui para compartilhar foi quando mostraram o que eles tiram de dentro delas, como plástico, agulha, dentre tantas outras coisas.

Por fim, convido todos a irem conhecer e se encantarem como eu. Se você quiser saber as datas das próximas solturas ou de outros eventos, é só entrar em contato

Site: www.tamar.org.br
facebook: ProjetoTamar
Mais informações: (48) 3236-2015
Aberto todos os dias, das 9h30 às 17h30, incluindo feriados