Semana passada, começamos a revirar os destaques da cultura pop do ano de 1977. O começo foram três discos emblemáticos, sintomáticos e icônicos: a estreia do Talking Heads, dos Sex Pistols e do Motorhead.

Claro, tem muito mais. Muito, muito mais. Vamos a mais alguns deles, um top 10 sem ordem de importância, escolhidos pelos amigos facebookianos em um tópico sobre o assunto. Pode se preparar para se apaixonar por 1977.

Heroes – David Bowie

O disco, o segundo da “trilogia Berlim” de Bowie, foi lembrado por Renato Costa. A importância e a influência dessa trilogia para a música pop que veio em seguida é, ainda, difícil de medir. Sem falar que , para mim, Heroes, a música, é a melhor música de todos os tempos. Mas essa questão, é claro, dá uma outra conversa…

Não custa lembrar: a capa de Heroes serviu de base para a volta de Bowie aos estúdios, em 2013, com The Next Day. Dá para dizer que, sendo o começo de seu “testamento musical”, aponta para a importância indiscutível do segundo disco lançado em 1977.

 

Low – David Bowie

O primeiro álbum da trilogia, lançado no começo de 77, é tão bom e tão importante quanto seu sucessor. É “melhor desenhado”, com seus dois lados distintos e coesos. É daqueles discos que precisam ser ouvidos em sequência, sem pular faixas, algumas vezes na vida. O melhor: você pode fazer isso nos serviços de música online. Antigamente, teria que correr atrás de um disco difícil de encontrar. Mais uma vantagem da vida contemporânea. Aproveite!

 

Rumours –  Fleetwood Mac

A banda já tinha 10 anos de existência quando lançou aquele que é considerado seu disco mais importante e o que melhor capturou a mistura de referências de seus membros ingleses e americanos. É mais um disco lembrado pelo amigo “muito além do virtual” Renato Costa.

 

 

The Clash – The Clash

Aqui iniciamos um pacote de boas lembranças resgatada por outro Renato, o Riffel. Em um ano com estreias de bandas absurdamente influentes, o disco The Clash é mais um na linha de frente do punk. Tem Police & Thieves, White Riot, London’s Burning. Fundamental.

 

 

Kraftwerk – Trans-Europe Express

Fugindo do padrão “primeiro álbum histórico”, o lançamento do Kraftwerk em 77 foi seu sexto disco de estúdio. E é considerado, em muitas listas, como o melhor álbum do grupo.

 

 

 

Ramones – Rocket to Russia

O terceiro disco dos Ramones cristaliza a mistura única da banda, com suas músicas próprias diretíssimas e covers que dão o tempero e a indicação mais precisa de suas referências (e, a gente já sabe, referências são tudo). Do You Wanna Dance e Surfin’ Bird que o digam. Obrigatório – ou, como dizia a revista Bizz, pura discoteca básica.

 

 

Bob Marley & The Wailers – Exodus

Renato Riffel traz à tona uma outra estreia absolutamente influente. Como seria o mundo da música sem Bob Marley e os Wailers? Além da música título, um hino básico do reggae, o disco tem também Three Little Birds, uma das canções mais conhecidas do gênero – e que virou um clipe adorável e inesquecível, na versão de Gilberto Gil – aliás, aniversariante do dia, completando 75 anos!

 

 

Saturday Night Fever – trilha do filme

Ah, pois é. Enquanto parte do mundo continuava sob a influência do progressivo, ou dos blues, ou amadurecendo o metal, ainda existia a música disco. Que chegou a uma popularidade inédita com o sucesso do filme Os Embalos de Sábado à Noite. Embora a trilha do filme não tenha sido toda preenchida com músicas dos Bee Gees, são as canções deles, especialmente Stayin’ Alive, How Deep Is Your Love, Night Fever, More than a Woman e You Should Be Dancing que remetem imediatamente ao filme e àquela cultura. Fãs anteriores da banda não necessariamente preferem essa fase “disco falsete” dos Gibb. Para quem conheceu os Bee Gees em 77 e amou a novela Dancin’ Days no ano seguinte, isso vai parecer coisa de purista. A lição que fica? Tem escolhas que são para a vida toda. O grupo nunca mais se livrou desse repertório.

 

Queen – News of the World

Leonardo Dederichs Kronemberger lembra deste disco da banda de Freddie Mercury que não costuma estar entre os principais deles, mas que tem dois de seus singles mais duradouros: We Will Rock You e We Are the Champions. Não precisa de muito mais. Era, ainda, o auge do Queen.

 

 

Pink Floyd – Animals

Super mega colaborador de nossas conversas impressas e eletrônicas, Eduardo Loos participou deste resgate com uma lista própria dos melhores de 77, centrada em bandas consistentes, mesmo que não lançando seus trabalhos mais citados. Um dos discos pinçados por ele é este do Pink Floyd. Animals é o disco seguinte a Wish You Were Here, que foi o disco que se seguiu a… Dark Side of the Moon. Ou seja, é um representante da era de ouro da banda (ou de uma das eras de ouro… já que a trajetória do Floyd é bem mais complexa do que uma única curva de início/auge-declínio poderia descrever), com uma responsabilidade “industrial” pesadíssima, para manter sucesso e nível de vendas. Não fez feio, de jeito nenhum.

1010

Na lista do Eduardo Loos entram os discos “setentessetinos” de muitos nomes gigantescos do rock, como Rush, Emerson, Lake & Palmer, ACDC, Kiss, Ted Nugent, Meat Loaf, Judas Priest, UFO, Foreigner, Supertramp, Yes, Status Quo, Scorpions, Aerosmith, Eric Clapton… ou seja, temos ainda mais uma bela seleção para relembrar na próxima semana. E ainda temos o ano de 1977 na música brasileira. E no cinema e TV.

Para quem viveu, vamos reviver. Para quem nasceu depois… inspire-se e conheça!!!