Já que um novo ano está começando, essa palavra não tem saído de jeito nenhum da minha cabeça.

Primeiro porque tem essa férias loucas de fim de ano, em que ou você se junta ao caos ou você se isola – e se, não cuidar muita bem da mudança drástica do frenesi da rotina louca dos dias em que vivemos, entra num tédio “marásmico” quase assassino da vontade louca que passou durante um ano inteiro precisando, tirar um tempo pra não fazer NADA.

Cada dia de férias é uma loucura interna, ou você acha que extrapola demais, gastou demais, comeu demais, bebeu demais, tomou sol demais, festou demais, ou tudo de menos e a noite vem a eterna culpa sobre tudo que fizemos ou deixamos de fazer. Na virada do ano? Reflexões, planos, ansiedade: vou trabalhar mais, vou me profissionalizar mais, ser mais organizada, fazer dieta, detox, ser uma pessoa melhor, mais altruísta, amar mais, perdoar, cuidar do lado espiritual, anotar minha lista de planos para 2019, blábláblá.

De repente, a gente começa a perceber que nem tudo sai como tínhamos planejado na tal lista. Eis que o pior dos monstros surge, como sempre, da forma mais cruel e torturante: A CULPA. Culpa do quê? Nem sabemos! Mas sentimos! Se der certo, vem culpa, se der errado, ela também vem.

No meu ponto de vista, isso acontece porque existe uma força na indústria mundial que quer nos vender tudo que não nos traga satisfação verdadeira. Que nos cegue, e que não nos deixe enxergar o “recomeçar”.

O que é recomeçar? É saber que o sol nasce de novo todos os dias! Que todos os dias nós temos uma nova chance de acordar. Que a cada instante de nossos dias, cada minuto, cada segundo, é uma nova chance de recomeço, reinício. Que a cada momento nós temos a chance de nos observar, de nos aceitar, de mudar as prioridades das nossas listas, de refazer quantas listas acharmos necessárias. Nessa repetição de dias e noites, de luas e sóis que nos presenteiam todos os dias, com a sua mágica presença, é onde podemos começar a nos encontrar, cada qual com o seu verdadeiro significado e interesse em recomeçar, sem perder as esperanças, em nós mesmos, na vida que nos cerca, na nossa cidade, no nosso governo, no nosso planeta.

 

Estamos sempre correndo tanto, que nos esquecemos até de prestar atenção no que estamos fazendo. Quantas vezes já me peguei sem me lembrar o que tinha comido no café da manhã. Me sinto no piloto automático. Mas, se estou errando hoje? Por que não tentar buscar um acerto amanhã? E se não conseguir amanhã? Por que não tentar depois? Por que não abraçar amanhã aquela pessoa que você deixou de abraçar hoje?

Existe uma frase que diz: Por que deixar pra amanhã, o que posso fazer hoje?

E eu lhes digo: Por que não fazer amanhã algo que você não conseguiu ter coragem de fazer hoje?

Viver a vida é recomeçar! Fazemos isso todos os dias ao abrir os olhos! A vida está em constante renovação e todos nós fazemos parte disso.

Talvez um dia possa ser tarde pra pensar em recomeçar, o que quer que seja. Não deixem que o tempo passe e com ele a magnífica oportunidade de recomeçar em um segundo, um minuto, ou um dia que possa nos encher de felicidade por uma simples mudança de atitude. Novos gestos de bondade, abraços, “bons dias”, gentilezas, elogios (inclusive a si mesmos).

Recomeçar aqui, agora, de um passo, um gesto, um braço, um olhar, um pensamento e muita coragem e esperança. A vida é bela! E o melhor recomeço para agora mesmo: é dar um belo de um sorriso!


Daniela Moritz – “articulista das minhas incertezas existenciais”