Relembre a história e trajetória do Padre Flávio Morelli, que faleceu na manhã desta quinta-feira aos 94 anos

Ele foi o primeiro vigário nascido na região a assumir a Paróquia São Luís Gonzaga

Relembre a história e trajetória do Padre Flávio Morelli, que faleceu na manhã desta quinta-feira aos 94 anos

Ele foi o primeiro vigário nascido na região a assumir a Paróquia São Luís Gonzaga

Morreu no início da manhã desta quinta-feira, 7, o padre Flávio Morelli. A informação foi divulgada pela paróquia São Luís Gonzaga. O sacerdote tinha 94 anos e faleceu em Jaraguá do Sul. Com uma trajetória rica em Brusque, ele foi o primeiro vigário nascido na região a assumir a Paróquia São Luís Gonzaga, no fim da década de 1960. Ele chegou ao município em 1967, para auxiliar o pároco, padre Theodoro Becker, sendo seu sucessor.

Pelos dois anos seguintes, deu continuidade ao trabalho pastoral, com ênfase na conscientização dos fiéis sobre a importância do dízimo, o que melhorou significativamente as contribuições recebidas.

No entanto, o principal legado atribuído ao padre Flávio, em benefício não apenas da comunidade católica, mas de toda cidade de Brusque, foi o decreto do fechamento do Cemitério Paroquial.

Na época o pároco já vislumbrava que o espaço atrás da igreja Matriz era pequeno para comportar a vida, os eventos sociais e as necessidades da paróquia. Além disso, o novo templo, na época em fase de acabamentos, já tinha sua capacidade de público aumentada, o que não ocorreu, na mesma medida, com os espaços destinados ao estacionamento.

Protagonismo e retorno para Brusque

Após passagem por Brusque, no início de 1972, padre Flávio foi transferido para o serviço no Orfanato São Judas Tadeu, no interior de São Paulo. Desde então, passou por muitas cidades: ao todo, foram 22 locais diferentes, durante toda a sua vida sacerdotal. Aposentado civilmente em 1985 e, eclesialmente, em 2003, aos 75 anos, ele continuou em missão.

O retorno para a paróquia São Luís Gonzaga ocorreu em 2011, como vigário. Padre Flávio permaneceu ativo, presidindo missas e sempre envolvido nas atividades até 2020, quando precisou diminuir o ritmo, em decorrência da pandemia da Covid-19. Em 2021, imunizado, foi retomando às atividades, até sofrer uma queda, na Casa Paroquial, em junho. Desde então, residia no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul, onde recebeu cuidados e assistência de uma equipe multidisciplinar.

Em entrevista concedida ao jornal O Município, de 21 de julho de 2017, ao completar 60 anos de vida sacerdotal, padre Flávio afirmou que a missa é, também, um encontro social. Por isso, durante as celebrações, ele costumava incentivar o cumprimento entre os fiéis, com seus famosos e gentis bordões: “que bom que você veio” e “como vai essa floricultura?”.

Na reportagem o religioso citou a “pedagogia do Pai”, ou seja, que é preciso salvar as pessoas por meio das pessoas. “Eu, Deus e o outro é a receita para ser feliz. Da mesma maneira que Jesus não nasceu, viveu e morreu de braços cruzados, as pessoas devem estar à disposição dos outros para estar perto de Deus. […] O sacerdócio enobreceu, enalteceu, sublimou e divinizou a minha vida”, expressou à época.

Vida pessoal, estudos e outras cidades

Em 7 de julho de 1929, em Botuverá, filho de Luiz Domingos Morelli e Theresa Winter, nasceu o menino Flávio, disposto a chamar a atenção e a transformar realidades que lhe seriam apresentadas mundo afora. Com um sorriso, um cumprimento e um abraço, o padre dehoniano se transformou em um mensageiro da paz, alguém extremamente querido e admirado por onde passou.

Padre Flávio ingressou no seminário de Corupá, em 1943. Cursou Filosofia em Brusque, Teologia em Taubaté (SP), sendo ordenado padre no local, em 29 de junho de 1957. Designado para o tirocínio em Formiga (MG), ele também serviu em Sant’Ana, Lavras (MG) e no Colégio Dehon, em Tubarão (SC).

Padre Flávio ainda foi vigário em Candelária e em São Judas, ambas em São Paulo, tendo uma passagem decisiva por Brusque. No breve período em que desempenhou a função de pároco, determinou o fechamento do cemitério paroquial.

No início da década de 1970, padre Flávio passou a trabalhar no Orfanato São Judas Tadeu, mas voltou para Santa Catarina, onde assumiu a função de vigário, em São Martinho.

Já em 1975 foi pároco de Guabiruba e, em 1977, pároco em Presidente Nereu. A década de 1980 também esteve repleta de mudanças: Varginha, Santa Rita de Cássia, São José dos Campos (1987), Joinville (1891) e Armazém (1997). Em 1999, padre Flávio esteve em Brusque, junto à Casa Padre Dehon e, em 2000, no Noviciado, em Jaraguá do Sul.

O religioso ainda voltou para Joinville, Jaraguá do Sul, Curitiba, Florianópolis, Botuverá e Brusque. Em sua última missão, resistiu bravamente ao risco da Covid-19, mas acabou se acidentando na Casa Paroquial, em 2021. Em busca de cuidados especializados e mais atenção, ele viveu seus últimos anos no Noviciado Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul.


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