Os recados da Copa
Abri o celular nesta semana e vi que a seleção brasileira ainda é a primeira do ranking da Fifa, mesmo tendo caído na Copa nas quartas-de-final e com a Argentina sendo campeã em um jogo memorável contra a França. São as coisas que não se explicam, uma vez que esse ranqueamento é baseado unicamente em números, mas não no jogo em si.
Quem viu a final de domingo constatou que tanto portenhos quanto franceses estavam um patamar acima do Brasil na qualidade de jogo. Será que se o Brasil estivesse na semifinal, tomaria um pau de Messi e companhia? Não sei, futebol não tem lógica assim como a Arábia ganhou do campeão do mundo. Mas mostrou pra todos nós onde um time, qualquer que seja, tem que chegar para estar no patamar mais alto.
A próxima Copa é em 2026, e não sabemos quem será favorito lá, em uma competição inchada com 48 times e muitos jogos inúteis. Não sei se a Argentina vai ter o Messi, nem se o Neymar estará no Brasil, e nem se aparecerá nesse período um jogador tão brilhante nesse mundo.
A escolha de um treinador estrangeiro para a seleção, que era assunto proibido até uma década atrás, hoje até é bem aceito, apenas contando com a voz contrária e, porque não dizer, corporativista, dos técnicos brasileiros. A verdade é que a seleção brasileira é baseada na Europa e com um jogo criado e praticado lá. Não vejo tanto problema assim em se trazer um treinador de fora só por causa do seu passaporte não ser brasileiro. A questão aqui é a qualidade.
Qualidade que a seleção brasileira mostrou no Catar em sua individualidade, mas pecando muito no jogo coletivo e em algumas escolhas na montagem do plantel. Em um país com tantas opções e a possibilidade de se trazer 26 jogadores, não parece razoável ter que se improvisar posições para que se monte um time. Aí, em momentos-chave, falta a peça que se pode fazer a diferença.
Ainda estamos remoendo o que aconteceu no Catar. Vimos uma Argentina, com Messi inspirado, chegando ao título em uma decisão de altíssimo nível. O Brasil ficou pelo caminho e tem, agora, tempo para reestudar tudo o que aconteceu, mesmo se foi com treinador estrangeiro.
Notas
– O Campeonato Catarinense começa em três semanas, com todo mundo contratando e tentando encaixar o time ideal para a disputa. O Brusque, neste momento, não é favorito como era neste ano. Olhando para os investimentos, o Criciúma tem contratado bem, além de manter uma base do time que fez a boa Série B desta temporada. A Chapecoense também foi bem no mercado, além de trazer o bom técnico Bruno Pivetti. Figueirense e Avaí até agora não mostraram algum diferencial para fazer um bom estadual. Em se tratando de um campeonato de 12 times onde classificam oito, dá pra todo mundo se arrumar com o campeonato em andamento. O Brusque, que não pode fazer o primeiro jogo-treino ontem, terá ainda dois testes antes do jogo da Recopa contra o Marcílio.
– Uma das novidades da “gestão Luizinho Lopes” no Brusque são os jogos-treino fechados para imprensa e torcedores, nessa preparação para o Campeonato Catarinense. Sinceramente, não sei o que há tanto a “esconder”. No futebol de hoje, todo mundo sabe de todo mundo. Ainda mais fazendo jogo-treino contra o adversário da segunda rodada do campeonato, no caso, o Atlético Catarinense, na semana que vem.
– Encerro esta última coluna do ano desejando a todos os leitores um Feliz Natal e um maravilhoso ano de 2023. Passada a ressaca da Copa, esperamos ter um ano novo com boas notícias, principalmente com o nosso querido Brusque. Até o ano que vem!