Era um domingo cinzento e de baixa temperatura, o vento gelado batia no rosto e as faces coravam. O roteiro do dia estava traçado, participar da reinauguração do Rijksmuseum – Museu Nacional dos Países Baixos.

Previsto para começar às 9h, fui seguindo a multidão que se aglomerava à espera da grande festa. Bandas marciais desfilavam em frente ao imponente museu, uma belíssima construção arquitetônica que combina elementos renascentistas e góticos, construído em 1885. Por fora, o visual já “causava” ansiedade do que iria encontrar lá dentro, não via a hora de conhecer a famosa obra do artista Rembrandt, RONDA NOTURNA! Após o rápido discurso da rainha Beatrix, Rainha dos Países Baixos, em sua última aparição como monarca, passando o comando para um dos seus filhos, a fila andou, e que fila!!  Ah, pulsa, coração!

E lá estava ele, gigante, imponente e belo!  Aquele quadro que tantas vezes esteve na minha pasta de imagens para as aulas de Arte agora estava diante de mim, magistralmente!  Uma pintura imensa, 380 X 454, da fase áurea da vida artística do pintor barroco Rembrandt Van Rijn, 1606/1669, em que mostra a Guarda Cívica de Amsterdam sob o comando do capitão Frans Banning Cocq.  A bela pintura capturou o meu olhar tamanho deslumbramento. Quanta história num só quadro …

As paredes do museu, em tons azuis, exibiam muito mais obras, desde Vincent Van Gogh, outro ilustre artista holandês, Johannes Vermeer, Frans Hals e muitos outros nomes consagrados da história e cultura do povo neerlandeses.

O clima frio e as construções antigas povoaram meu imaginário, me senti inserida nesse passado dos grandes mestres da arte.

Ainda inebriada, a hora é de seguir adiante e colocar o roteiro da viagem em curso – procurar a Casa-Ateliê de Rembrandt. Não foi fácil, mas quem procura encontra e achei!

Construída por volta de 1606, Rembrandt viveu ali de 1639 a 1658. O mobiliário, as tintas (naquela época cada artista vazia suas tintas a partir de pigmentos naturais), cavaletes, objetos para ajudar na criação e composição das suas pinturas, etc, tudo exatamente como na época em questão. O tempo ali parou e eu também! Algo indescritível!!  Isso tudo associado à impecável preservação dos casarões e o respeito pelo passado, pois é nele e dele que viemos   e dele devemos seguir. Sobrou emoção, trouxe aprendizados e experiências de um país que ostenta uma riqueza em cultura e preza por ela, evidências de um país evoluído.

Outros tantos museus conheci, como o Hermitage e Museu Van Gogh, mas essa história fica para outro momento de deleite cultural!

Algumas sugestões de filmes para que possam contribuir com a leitura:

O Incógnito – 1997 de John Badham,

A Ronda da Noite – 2007

Rembrandt fecit – 1669- de Jos  Stelling

E Agora?! Roubei um Rembrandt – 2003, de Jannick Johansen


Vania Gevaerd