Saiba como foi o debate entre os candidatos a prefeito de Brusque
Jornal O Município realizou último debate para a cidade antes das eleições nesta quinta-feira
Jornal O Município realizou último debate para a cidade antes das eleições nesta quinta-feira
Nesta quinta-feira, 3, o jornal O Município realizou o debate entre os candidatos à Prefeitura de Brusque: André Vechi (PL), Cedê – Cedenir Simon (PT), Danilo Visconti (DC) e João Martins (PSD). Este foi o último debate realizado no município antes do dia das eleições, neste domingo, 6.
O debate foi dividido em seis blocos e mediado pelo jornalista Cristóvão Vieira, editor-chefe de O Município Blumenau. No primeiro bloco, os candidatos responderam a perguntas elaboradas pelos jornalistas do jornal, com foco na vida pública.
André Vechi foi questionado sobre sua mudança de posicionamento em relação ao uso do fundo eleitoral. Em 2020, quando concorreu a vereador, defendeu a não utilização dos recursos. Agora, como candidato a prefeito, é quem mais recebeu dinheiro do fundo eleitoral em Brusque, totalizando R$ 700 mil.
André ressaltou, em sua resposta, a necessidade de ter recursos financeiros e a dificuldade de adquiri-los via doações. Ele defendeu o uso do fundo, mas apontou diversas críticas ao recurso, como a quantidade excessiva de dinheiro destinada a este fim e a forma de distribuição. “Mas, se eu não usar, outra pessoa vai usá-lo”, disse. “Quisera que ninguém precisasse utilizar. Menos mal que o recurso veio para a cidade, para pagar pessoal e almoços”, respondeu.
João Martins foi questionado sobre propostas de seu plano de governo, como a implantação da telemedicina e o programa “Adote uma Praça”, ações que já foram implementadas pela prefeitura nos últimos anos.
Ao responder, João admitiu que os projetos existem, mas perguntou aos eleitores se eles têm conhecimento de praças adotadas na cidade e se já usaram o serviço de telemedicina. Em seguida, ele explicou ser necessário levar o projeto “Adote uma Praça” ao conhecimento do empresariado. “Por mais que existam, não estão sendo executados. Quando estão, são mal-executados”, apontou. Além disso, ele criticou a falta de espaços de lazer no município.
Danilo Visconti foi questionado sobre sua postura em relação à nomeação de pessoas com antecedentes criminais para cargos comissionados, após ter feito parte, durante anos, da assessoria jurídica de Ciro Roza, que sofreu condenações por mau uso de dinheiro público.
Na resposta, Danilo ressaltou que, como advogado eleitoral e criminalista, já advogou para outros partidos e políticos da região. “Como ocorre na medicina, a gente não escolhe o cliente. Estamos ali para que a justiça seja feita”, defendeu. Sobre os cargos comissionados, ele apontou que a ação pode evitar o que ocorreu no governo de Ciro Roza, que, segundo ele, apesar de ter sido visionário, teve falta de gestão, o que resultou nos processos posteriores.
Por fim, Cedenir Simon foi indagado sobre como pretende governar uma cidade em que a população é majoritariamente contrária às ideias do PT, seu partido.
Cedenir afirmou ter orgulho de ter participado do governo Paulo Eccel (PT), mas disse que o voto nesta eleição não deve estar relacionado ao passado, e sim ao futuro. Então, criticou os últimos cinco prefeitos, afirmando que estes deixaram a “cidade parada” em termos de moradia e transporte público. “Propomos fazer um governo de união, com participação popular, ouvindo as pessoas”, disse.
No segundo bloco, os candidatos se questionaram entre si, com um tema sorteado ao vivo.
Com o tema “corrupção”, João fez a primeira pergunta a Cedenir. Ele citou que Brusque caiu de posição no ranking de transparência e questionou o candidato sobre como ele fará para ter um governo mais transparente. Na resposta, Cedenir defendeu que a transparência começa na gestão municipal, não apenas na publicação do que é feito.
João, então, ressaltou que um foco de seu governo será apostar na transparência para a população, com um governo responsável e justo. Cedenir afirmou que, durante o governo petista de Paulo Eccel, não houve problemas com as contas públicas.
O segundo tema sorteado foi “moradores em situação de rua”, e Cedenir fez a pergunta a André. Ele o questionou sobre os serviços de dois Centros de Referência de Assistência Social (Cras), apontando que seriam necessárias dez unidades.
André respondeu que o problema das pessoas em situação de rua é antigo e disse que seu governo foi o primeiro a implementar o protocolo de internação involuntária, posteriormente apontado como modelo, além de citar outras ações.
Em seguida, Cedenir destacou a importância de unir ações com entidades e reforçou que seguirá a política do Sistema Único de Assistência Social (Suas). André retomou a questão dos moradores de rua e mencionou o plano de construção de uma nova estrutura para o Albergue Municipal, em uma área mais afastada de escolas.
O terceiro tema foi “empresas poluidoras do rio”. André fez a pergunta a Danilo, trazendo a problemática para saber quais políticas o candidato propõe aplicar para prevenir essa questão. Danilo respondeu que não vai “passar a mão em péssimos empresários”. Uma proposta apresentada por ele foi reestruturar a Fundema, com foco na educação.
André, na réplica, destacou a importância da fiscalização e apresentou ações feitas, como a inclusão de mais fiscais e câmeras, além da digitalização dos processos da Fundema.
O quarto tema foi “cargos comissionados”, e Danilo fez a pergunta a João. O candidato do DC questionou João sobre como otimizar o orçamento público com o excesso de cargos comissionados.
Então, o candidato do PSD apontou que concorda com a redução de cargos e prometeu diminuí-los, o que refletiria em mais recursos para outras áreas. Na tréplica, Danilo mencionou os altos salários de diretores em cargos e reforçou a proposta de redução.
Os terceiro, quarto e quinto blocos seguiram a mesma dinâmica de perguntas entre os candidatos, mas com temas livres.
Ao citar recursos do governo federal, Danilo perguntou a Cedenir o que será feito para melhorar a saúde pública. O candidato petista destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e a necessidade de melhorar a relação com o governo federal, exemplificando com a busca pela habilitação da oncologia.
Além de mais estruturas, Cedenir apontou que falta gestão nas UBS, já que cada uma funciona de forma independente. Na réplica, Danilo defendeu a necessidade de diálogo entre os três hospitais da cidade, incluindo o Hospital Imigrantes, para compor o sistema municipal de saúde.
Na sequência, Cedenir questionou André sobre a aposentadoria de seu pai. Ele afirmou que uma vantagem pessoal foi concedida por meio de uma lei criada por André, resultando em um benefício de R$ 11 mil ao ex-servidor. Ele questionou o candidato sobre a moralidade da ação.
André respondeu de forma incisiva, chamando a pergunta de “ataque” e apontando que a Vantagem Pessoal Nominalmente Identificável (VPNI) foi criada no Senado pelo governo Lula (PT). “Se fosse algum crime, por que você não denunciou? Porque você não tem argumento para isso. Tudo o que fizemos está dentro da legalidade. O que eu não posso fazer é, entre 500 servidores, deixar um de fora só porque é meu pai. Isso não faz sentido”, defendeu.
Cedenir rebateu, dizendo que André fugiu da resposta por saber que é imoral. “Não estou falando de ilegalidade, porque a legalidade também esconde muitas coisas. Mas é imoral”, apontou. Ele acrescentou que o pai de André se aposentou, desaposentou-se, voltou a trabalhar e, após dois meses, recebeu R$ 11 mil “a mais do que merecia” e se aposentou novamente. Na tréplica, André defendeu que, se fosse imoral, “o sindicato não pleitearia há quase cinco anos”, por exemplo.
João perguntou a Danilo sobre a qualidade do transporte público da cidade e se há mudanças propostas, caso ele seja eleito. Danilo respondeu que o contrato do transporte é precário e defendeu a introdução de micro-ônibus nos bairros. O candidato do PSD afirmou que o transporte público será uma prioridade total em seu governo, caso seja eleito.
André questionou Danilo sobre como ele apoiaria a inovação no governo. Este respondeu que traria exemplos positivos de tecnologia de outras cidades. Na sequência, André mencionou investimentos em inovação durante seu governo.
Além das propostas, os candidatos João e Cedenir criticaram André por sua postura durante o debate. João afirmou que André tenta fazer pegadinhas ao trazer perguntas técnicas e pediu mais humildade. Cedenir apontou uma fala de André sobre sua dicção, chamando o ato de zombaria e petulância. Nas respostas, André defendeu-se e reforçou que seu foco era apresentar propostas, o que fez ao longo do debate.
Ao longo dos blocos, os candidatos discutiram diversas propostas e ações, como o Plano Diretor, esporte, meritocracia, moradia popular, frota de veículos da prefeitura e terceirização, entre outros temas.
No último bloco, os candidatos tiveram 2 minutos cada para fazer suas considerações finais.
Velho Oeste Bar formou “família” de clientes e foi grande sucesso em Brusque nos anos 2000: