Samu de Brusque passa a funcionar no quartel do Corpo de Bombeiros no Centro
Órgãos avaliam que compartilhamento do espaço trará benefícios aos atendimentos
Órgãos avaliam que compartilhamento do espaço trará benefícios aos atendimentos
Desde o início de setembro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Brusque ocupa a mesma sede do Corpo de Bombeiros, na avenida Beira Rio, no Centro. Os dois serviços agora dividem o espaço com intuito de otimizar o atendimento à população.
A mudança ocorreu, especialmente, porque o Samu ocupava o prédio que abrigará a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Santa Terezinha, em frente a Unifebe.
Apesar de ocuparem o mesmo local, não há centralização entre os dois serviços. Contudo, o secretário da Saúde, Humberto Fornari, afirma que em um futuro próximo, a Central de Regulação Médica do Samu poderá ser compartilhada com o Corpo de Bombeiros.
Atualmente, quando é feito um chamado ao órgão, primeiro é feita uma triagem, para identificar a necessidade de deslocamento da equipe. “Essa central única poderá auxiliar no sentido de saber qual dos dois serviços deslocar para atendimento e, em caso de situação múltipla, encaminhar os dois”. Para Fornari, Brusque está à frente de outros municípios.
O comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Hugo Manfrin Dalossi, afirma que é importante os dois serviços estarem no mesmo local, até mesmo por realizarem o mesmo tipo de trabalho, que é o atendimento pré-hospitalar.
“Isso ajuda a evitar alguns problemas que aconteciam antes, como o acionamento do dois serviços para uma mesma ocorrência. Agora ambas equipes têm conhecimento das saídas para os atendimentos”.
Manfrin diz que, apesar do quartel não ter uma área suficientemente grande, a corporação conseguiu disponibilizar uma sala para acomodação do Samu. “O restante das instalações são compartilhadas”.
Ele avalia que em casos de ocorrências clínicas, em que o Samu é mais especializado por contar com medicamentos e regulação médica, ficará mais fácil solicitar apoio.
O secretário de Saúde diz que em breve será colocada uma placa do Samu na sede do Corpo de Bombeiros para melhorar a identificação. “Só tenho a agradecer ao Corpo de Bombeiros pelo espaço cedido de maneira generosa e espontânea”.
Mudança gera polêmica
Apesar dos benefícios com a junção dos serviços no mesmo espaço, a mudança gerou diversas polêmicas entre os próprios servidores do Samu. Entre elas, o fato do Corpo de Bombeiros ser uma instituição militar e seguir regras diferentes.
“Os servidores do Samu não precisarão seguir as mesmas normas, apesar de que minha vontade pessoal é de que nosso pessoal estivesse tão preparado fisicamente quanto os bombeiros”, comenta o secretário. Ele esclarece que num socorro é preciso, além da inteligência, preparo físico e resistência.
Outro fato que gerou contestação foram as escalas de trabalho, que foram reorganizadas. “Somos regidos por lei que determina uma escala de 12h x 36h, mas que não estava sendo cumprida. Estavam ocorrendo trocas e o pessoal ficava 24 horas de serviço”, revela o secretário.
Por isso, uma reunião foi realizada com os servidores e Fornari afirmou que poderá haver uma reivindicação para mudar a lei e, assim, ser contemplada a vontade da escala 24h x 72h. “Mas, desde que isso não venha a ferir os interesses públicos, claro”, diz.
Dia sem atendimento
Na quinta-feira, 31, um servidor apresentou atestado médico e precisou se ausentar do serviço. Com a falta do trabalhador, foi necessário baixar a viatura, ou seja, o Samu ficou sem prestar atendimento à população.
“Neste dia ainda estávamos sem uma quinta equipe de trabalho para substituir funcionários, mas o que trabalhou, deu apoio à equipe do Corpo de Bombeiros, saindo junto nas ocorrências”, afirma Fornari.
Na semana seguinte, o secretário conta que conseguiu formar mais uma equipe de trabalho para deixar como ‘coringa’. “Ou seja, ela ficará de sobreaviso para cobrir folgas, férias e casos pontuais como atestados e faltas”.
Todas as equipes de trabalho do Samu são compostas por um motorista socorrista e um técnico em enfermagem, sempre reguladas por um enfermeiro formado. “Nós recebemos um valor mensal para mantermos a sede do Samu. Como agora temos um vínculo de convênio com os bombeiros, cedemos a eles um técnico em enfermagem para implementar a equipe. Com isso, não modifica a questão financeira”.
Cada serviço continua atendendo por meio de chamados individuais: o Corpo de Bombeiros pelo número de emergência 193 e o Samu pelo 192.