Secretaria de Saúde de Brusque elabora plano para recebimento e descarte de medicamentos

Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde deve ficar pronto até o fim do ano

Secretaria de Saúde de Brusque elabora plano para recebimento e descarte de medicamentos

Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde deve ficar pronto até o fim do ano

O Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde (PGRSS) de Brusque está sendo elaborado pela Secretaria de Saúde. A previsão para ser finalizado, segundo a coordenadora de assistência farmacêutica, Patrícia Bernardi Sasse, é para até o final do ano. Trata-se de um plano para recebimento e descarte correto de resíduos de serviço de saúde, como medicamentos vencidos ou em desuso pela população.

Atualmente, a prefeitura não faz o recebimento deste tipo de material quando vem de fora das unidades de saúde. Patrícia diz que a finalização do plano é uma meta. “É essencial tê-lo. O município já faz o descarte adequado dos medicamentos internamente, mas o plano dá um sentido amplo. Existe uma necessidade”, conta.

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De acordo com resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente  e Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, o plano engloba cinco grupos de resíduos distintos. O grupo A trata de resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.

O grupo B é composto de resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente; o grupo C é de rejeitos radioativos. O grupo D é de resíduos domiciliares e o grupo E é de resíduos perfurocortantes, como lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, etc.

Os medicamentos se enquadram no grupo B, e uma das preocupações, segundo a coordenadora, é organizar todo o processo de recebimento desses resíduos. “Receber esse medicamento sem ter um programa de descarte, ou acompanhamento, é muito complicado”, explica.

Uma situação simulada por Patrícia é este local ser acessado por alguém sem permissão e pegar algum medicamento de controle especial. “A gente não recebe porque é uma responsabilidade, não temos um local de descarte definido”, completa.

Problemas ambientais

Jogar os medicamentos no lixo comum ou no vaso sanitário pode afetar o meio ambiente e, consequentemente, a saúde das pessoas.  A bióloga e coordenadora do Setor de Educação Ambiental da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema), Deise Nara Schafer, destaca que  estudos já comprovaram a presença de alguns fármacos em tecido de animais, principalmente em peixes.

“Pesquisas ainda são desenvolvidas para saber se isso realmente influencia na questão genética desses indivíduos, por exemplo”, conta.

O problema também atinge aos humanos. Para ela, o descarte deste tipo de resíduo no lixo comum, em Brusque, impacta mais em questões sociais e de saúde, pois são destinados ao aterro sanitário.

“Claro que, pensando de forma individual, dificilmente uma pessoa conseguiria descartar uma quantidade suficiente para uma contaminação significativa, porém estamos também falando de conscientização ambiental e desta forma estamos tratando de causas coletivas”, explica.

A bióloga ressalta que é necessário entender que cada pessoa é responsável em manter um ambiente equilibrado para todos.

“Na verdade, a questão dos medicamentos, como também de outras questões ambientais, deve contar com a participação não só de pacientes (população), mas também de profissionais da saúde, de legisladores, do governo, da indústria e do comércio, é de todos”, completa.

Alternativa

Enquanto o plano não está finalizado, os brusquenses possuem outras opções para o descarte correto de seus medicamentos. “Nós orientamos os pacientes a procurarem os planos de farmácias privadas”, indica Patrícia.

Deise explica que, em questão de legislação, empresas distribuidoras de medicamentos são as responsáveis pelo recolhimento. “Aí que entra a participação de locais para pontos de coleta e a educação ambiental da população para descartar corretamente, como já temos algumas redes no Brasil que realizam”, diz.

O Papa-Pílula, do Sesi Farmácias, é uma alternativa. O programa garante o descarte correto de medicamentos vencidos ou em desuso.

Luiz Antonello

A indicação do programa é separar os medicamentos da embalagem original e guardá-los em uma embalagem descartável. Quando tratar-se de medicamentos líquidos ou pastosos, como é o caso de pomadas, o produto deve ser mantido na embalagem original.

Nas unidades do Sesi Farmácias são encontradas as caixas do programa, uma para casa tipo de medicamento. O destino é aterro ou incineração.

Em Brusque são três unidades: na avenida Dom Joaquim, 437, Jardim Maluche; na rua Barão do Rio Branco, 12 , Centro; e na rodovia Antonio Heil, 320, Centro. De acordo com o Sesi Farmácia, desde o início do ano, 48,7 kg de resíduos foram recebidos pelo programa na cidade.

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