A gente se acostuma com a comodidade da rotina, a ficar em silêncio e a evitar ao máximo divergir do comportamento socialmente aceitável.
Nos acostumamos a ignorar nossos impulsos, abdicar de nossos sonhos e desejos e a reprimir cada traço de nossas personalidades. Dessa forma, a rotina já não é mais cômoda assim.
Depois de algum tempo vivendo no modo automático, acordamos um dia e já não sabemos quem é a pessoa nos encarando do outro lado do espelho. Escondemos aqueles traços e impulsos pessoais tão bem que agora não conseguimos mais encontrá-los.
Há uma relação íntima entre a rotina e o vazio existencial. Com isso, a sensação de estar sozinho no universo nos domina cada vez mais.
Alice Ádna Ferreira – 23 de fevereiro de 2018