Servidores municipais reformam caminhão da frota da Secretaria de Obras
Modelo de 1981 passou por renovação completa da lataria da cabine e já voltou a rodar nas ruas do município
Modelo de 1981 passou por renovação completa da lataria da cabine e já voltou a rodar nas ruas do município
Para devolver parte da frota da Secretaria de Obras às ruas, servidores do órgão estão reformando caminhões e maquinário. Recentemente, finalizaram a restauração de um caminhão Mercedes Benz 608D de 1981, que estava parado no estacionamento da secretaria há pelo menos um ano.
Quando o diretor de obras Ádamo Zimmermann e o mecânico Renato Raulino passaram a integrar a equipe da Secretaria de Obras, em janeiro de 2017, cerca de 90% da frota de caminhões e máquinas estava parada. Dos cerca de 30 caminhões, poucos estavam rodando e, das máquinas, apenas uma das três carregadeiras e uma das seis retroescavadeiras estavam em funcionamento.
A utilização frequente do maquinário e dos veículos, naturalmente, gera um desgaste nos equipamentos. Porém, o diretor pontua que as manutenções preventivas não eram realizadas com regularidade, o que causava prejuízos à secretaria.
“Inicialmente, fizemos um trabalho mais de ‘tapa-buraco’, resolvendo os casos mais críticos. Cada máquina parada na oficina é prejuízo”, afirma Zimmermann. E foi para desviar das despesas com reparos que os funcionários decidiram reformar os caminhões na própria oficina da secretaria.
As reformas começaram com um Mercedes-Benz MB 1313, porém, as melhorias no veículos precisaram ser interrompidas devido à necessidade do uso do caminhão para transportes de tubulação. Como o MB 1313 estava sempre na rua, decidiram reformar um outro modelo, um 608D de 1981.
Como o motor e toda a parte mecânica do caminhão estavam funcionando, Renato Raulino e os colegas precisaram fazer as reformas da lataria e da parte estética da cabine. “Não dá pra deixar um caminhão todo feio e enferrujado rodando, ainda mais com o nome da prefeitura”, afirma Zimmermann.
O diretor pontua que, como as melhorias a serem realizadas seriam estéticas e de latoaria, não seria necessário recorrer à empresas terceirizadas para o serviço, visto que os próprios funcionários públicos seriam capazes de realizar o trabalho, e com custo quase zero.
“Os recursos não são abundantes, e nós sempre prezamos pela responsabilidade na hora de fazer licitações. A única coisa que nos prejudicou foi a falta de estrutura, não temos tudo o que uma latoaria de verdade tem”, diz Zimmermann. Mas, como garante Raulino, com trabalho e dedicação, foi possível fazer a restauração no caminhão. Foram cerca de quatro meses trabalhando na reforma, já que sempre havia outros trabalhos paralelos a serem realizados no dia a dia da secretaria.
Quem arcou com os custos do material foram os próprios Raulino e Zimmermann: em torno de R$ 300 foram investidos para adquirir os produtos empregados no processo. “Nenhuma empresa nos daria um orçamento nesse valor”, diz o diretor. “Tem coisas que fogem da nossa alçada, mas, o que pudermos fazer aqui, vamos continuar fazendo”, acrescenta.
O mecânico Raulino conta como foi realizado todo o processo de restauração do 608D. Como a cabine estava enferrujada, foi necessário cortar toda a ferrugem da lataria e substituir com lata nova, afinal, se apenas pintassem por cima, a ferrugem reapareceria. A lata “nova”, na verdade, é proveniente de um pequeno ferro-velho que é mantido na Secretaria de Obras.
Após a troca da lataria e eliminação das partes enferrujadas, a equipe passou uma camada de massa para deixar mais uniforme. Essa massa foi lixada e, então, recebeu a pintura. Para isso, foram necessárias uma lata de massa corrida e uma de tinta, além da lixa.
Os bancos do caminhão também foram trocados, sendo substituídos pelos de um veículo que foi a leilão. Zimmermann conta que não seria possível encontrar os bancos originais, já que o caminhão é de 1981. Porém, Raulino afirma que os novos bancos que foram colocados estão bastante estáveis, bem fixos à cabine, e servem bem para o trabalho.
Raulino é grato aos colegas que ajudaram nas reformas e que estão empenhados para as próximas. “Uma pessoa só não faria isso sozinha, se não tem ajuda, a reforma não sai”, diz.
Próximas reformas
O veículo recuperado é só o primeiro dos vários componentes da frota que serão reformados na oficina da Secretaria de Obras. Segundo o diretor Ádamo Zimmermann, a secretaria possui contrato com uma oficina terceirizada que realiza os serviços quando a reforma dos veículos é muito grande.
“Porém, quando é possível fazer as melhorias nos veículos apenas com a compra de material, estamos fazendo aqui mesmo. O que atrapalha são os dias de chuva, que impedem que seja feita a pintura nos caminhões, pois aí a tinta não seca”, diz.
A próxima meta é retomar a restauração do Mercedes 1313, caminhão cuja reforma já havia sido iniciada e foi interrompida. Além disso, há uma retroescavadeira que está há 8 anos parada na oficina, e que tem toda a possibilidade de voltar a ser utilizada.