A origem do uso de suplementos ocorreu na antiguidade e baseava-se no comportamento supersticioso dos atletas e soldados. Estes eram orientados a consumir partes específicas de animais, de forma a obter bravura, habilidade, velocidade ou força, características inerentes a esses animais. A utilização dos suplementos nutricionais tem sido justificada por várias crenças. Em 1993, Kim e outros autores descreveram que algumas pessoas consumiam suplementos alimentares para suprir deficiências, melhorar a saúde e bem-estar geral, bem como promover longevidade, e com a evolução e modernidade, temos os mais diversos tipos de suplementos com seus devidos fins.

Seu significado no dicionário: 1. Aquilo que supre; o que serve para suprir alguma falta. 2. O que se acrescenta a um todo para ampliá-lo ou aperfeiçoá-lo. Em geral, eles são anunciados e oferecidos como meio de melhorar algum aspecto do desempenho físico, mental, emocional. Além disso, também lhes são atribuídos outros efeitos como perda de peso, melhora da estética corporal, prevenção e tratamento de doenças e retardo dos efeitos adversos do envelhecimento.

Como o nome já diz, o suplemento foi criado para ajudar a atingir as necessidades nutricionais, seja de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) ou micronutrientes (vitaminas e minerais) quando a quantidade na alimentação é insuficiente.  Mas não só isso. Hoje temos suplementos de proteínas, vitaminas, enzimas, pré e probióticos, gorduras, plantas, extratos, chás encapsulados, xarope, tinturas, etc., justamente para “suprir” ou “aperfeiçoar” alguma necessidade do nosso organismo.

suplementos1

 

Para entender melhor, listei algumas deficiências mais comumente encontradas no consultório:

 

Quantidade de proteína baixa e excesso de carboidrato

Deficiência comumente encontrada. Neste caso não haveria necessidade de suplementar proteína, mas, sim, adequar a quantidade na alimentação. Em alguns casos específicos, quando há um treino de ganho de massa em períodos onde a alimentação fica prejudicada, poderíamos incluir o suplemento.

 

Deficiência de consumo de alimentos ricos em ômega 3

Temos grande quantidade de alimentos industrializados ricos em ômega 6 e poucos ricos em ômega 3. Neste caso, quando não há ingestão alimentar, o ômega 3 deveria ser suplementado, pois há pesquisas demostrando seu alto poder anti-inflamatório e cardioprotetor.

 

Intestino preso

Em relação ao suplemente de fibras = prebióticos, na maioria das vezes conseguimos corrigir com a alimentação, mas os probióticos = lactobacillus = bactérias boas, muitas vezes precisam ser suplementados. A quantidade e tipo de bactéria depende de cada indivíduo.

 

Deficiência de vitaminas e minerais

Facilmente corrigidas com uma alimentação rica em grãos, frutas e verduras. Mas se a carência for grande (muitas vezes diagnosticada em exames laboratoriais ou por sinais e sintomas) há necessidade de suplementar. Mas, lembre-se: nunca um suplemento deve substituir a alimentação. E temos que tomar cuidado também com suplementos vitamínicos prontos, em que os minerais não são quelados, diminuindo assim sua absorção.

Deficiência de enzimas digestivas

As enzimas são produzidas a partir de uma boa mastigação e um sistema digestório saudável. Mas dependendo de uma pré deficiência de alguns nutrientes ou uso contínuo de medicamentos, paramos de produzir essas enzimas e começamos a digerir mal os alimentos. Dores estomacais, azia, refluxo, arrotos e sensação de estufamento podem estar relacionados a não produção dessas enzimas.

 

Estresse/ansiedade

Níveis altos de estresse também exigem maior aporte de minerais que muitas vezes não conseguimos atingir pela alimentação (como zinco, cobre, magnésio, complexo B, vitamina C, por exemplo).

 

Deficiência de vitamina D

Quem ai pega sol todos os dias por 15 minutos? Estudo recente do Laboratório Verner Willrich mostrou que mais de 80% da população brusquense que dosou vitamina D no sangue em 2015 tem deficiência grave dessa importante vitamina.

 

Pelo processo de destoxificação

Poluentes ambientais, cigarro, gordura trans, plástico aquecido, estresse, sono irregular, medicamentos, agrotóxicos,  aumentam a demanda de nutrientes que auxiliam nosso processo de destoxificação. Nutrientes como selênio, zinco, complexo B, ômega 3, cobre, manganês, vitaminas antioxidantes, são fundamentais para esse processo.

 

Coadjuvantes no tratamento de doenças

Hipotireoidismo, Hipertensão, Diabetes, Infertilidade, Gastrite, Doenças autoimunes, Depressão, Doenças cardiovasculares, entre outras tem seu tratamento otimizado com a inclusão de alguns suplementos.

 

Mas não custa reforçar: Ir na farmácia, na casa de suplementos ou em qualquer outro lugar que venda esses produtos e comprar sem ter uma indicação ou recomendação de um profissional é muito arriscado. Cada pessoa tem a sua necessidade, seus sintomas, e precisa ser avaliada individualmente antes de iniciar um suplemento, pois a deficiência pode ser ruim, mas seu excesso pode ser muito pior. Como diz o ditado popular: a diferença entre o veneno e o remédio é a dose.

 

avatar ariane

 

Ariane Serpa – nutricionista