Termina a turbulenta campanha do Brusque no Catarinense
Quadricolor teve diversos problemas neste início de ano e agora foca na Série C; mas deveria disputar a Copa SC também?
Quadricolor teve diversos problemas neste início de ano e agora foca na Série C; mas deveria disputar a Copa SC também?
A primeira parte da temporada do Brusque termina de forma frustrante. O quadricolor não venceu nenhum jogo contra os principais clubes de Santa Catarina e, nas quartas de final contra a Chapecoense, o primeiro tempo foi muito ruim. Com exceção à pressão exercida após os 40 minutos, o time errava tudo, com a bola queimando nos pés de alguns jogadores, que pareciam sobrecarregados com o peso do jogo.
Nos primeiros 40 minutos, vários jogadores não foram sombra do que já haviam mostrado em seus bons momentos até aqui. Com exceção de Matheus Nogueira e suas defesas nos primeiros minutos, o primeiro tempo não teve ninguém se destacando positivamente.
O Brusque melhora na segunda etapa, mas o problema da finalização permanece. E faltou sorte quando a bola cabeceada por Gabriel Honório atingiu o travessão. Nos pênaltis, tudo pode acontecer, e o quadricolor foi eliminado em detalhes.
Mas é até difícil cobrar mais do Brusque neste momento. O time mal teve pré-temporada, com salários atrasados ao longo de todo o campeonato. Filipe Gouveia teve que trocar pneu com carro andando em um elenco extremamente enxuto. Até jogo sem público o quadricolor teve. E claro, no meio disto tudo, há a turbulenta transição para uma SAF, que já mostrou que a austeridade vai ditar estes momentos, contando cada centavo.
O primeiro objetivo era evitar a queda, e mesmo assim o quadricolor conseguiu se classificar na quarta posição. A campanha poderia ter sido melhor, sim. Mas, dadas as circunstâncias e ao adversário das quartas de final, o Catarinense termina de forma até compreensível.
Resta focar na sequência da temporada, esperando que o intervalo até o Brasileiro Série C sirva para estruturar a equipe e trabalhar o elenco reforçado para fazer uma boa campanha. Até agora, houve problemas e indefinições demais.
O Brusque foi finalista em 2020, 2022 (quando foi campeão), 2023 e 2024, além de ter sido semifinalista terceiro colocado em 2021. Ou seja, esta campanha mediana de 2025 foi a pior desde 2019, quando foi sexto colocado.
A posição final de 2025 ainda será definida com as demais quartas de final. Foram quatro vitórias, cinco empates e três derrotas.
E fazia tempo também desde a última derrota do Brusque em uma disputa de pênaltis. O quadricolor havia vencido nas seis últimas ocasiões: segunda fase da Copa do Brasil 2024 (ABC); quartas de final do Catarinense 2024 (Marcílio Dias); final da Copa Santa Catarina 2019 (Marcílio Dias); final da Série D 2019 (Manaus); semifinal da Série D 2019 (Ituano); e final da Copa Santa Catarina 2018 (Hercílio Luz).
Sem vaga garantida na Copa do Brasil 2026, tentará o Brusque o título da Copa Santa Catarina 2025? O quadricolor não disputa a competição desde que a conquistou pela quinta vez, em 2019.
Desde 2017, o time só ficou de fora da Copa do Brasil em 2022. Não foi finalista do Catarinense 2021 e não disputou a Copa SC daquele ano, tanto pelos custos para a competição quando pelo calendário cheio no Brasileiro Série B.
Em 2025, o calendário pode ser mais curto. A Série C tem jogos apenas nos finais de semana. Se o Brusque não se classificar à segunda fase, a temporada termina em agosto. Se jogar a segunda fase e não for finalista, joga até metade de outubro. Se for finalista, a Série C vai até o final de outubro. A Copa SC deve começar em setembro.
Seria possível conciliar com um elenco alternativo ou mesmo com o time principal. Resta saber se interessa à SAF buscar a vaga na Copa do Brasil.
A Federação Catarinense de Futebol (FCF) vive uma batalha contra o BKR Park Mall, centro comercial que forma a nova fachada do Augusto Bauer. Tentou encobrir as janelas do bar Na Cara do Gol com um banner sob medida, provavelmente sentindo-se lesada que algumas dezenas de pessoas podem assistir a jogos de seu campeonato sem pagar ingresso e sem repasse de valor algum à federação.
Mas a diferença do bar para qualquer prédio ou casa com visão privilegiada de um estádio de SC é quase nenhuma. Se o pessoal da Galera do Muro cobrasse ingresso ou valor de consumação para acompanhar o jogo por cima do muro do Augusto Bauer, a FCF faria o quê? exigiria que o Carlos Renaux subisse mais metros de muro?
Em 2020, na final do Catarinense sem público por conta da pandemia, a cobertura de um prédio na avenida Lauro Müller estava cheia de torcedores. É outro imóvel. Como a FCF interviria?
Responsável pelo bar e pelo prédio, Alex Buschirolli se resguardou com a matrícula do imóvel, que inclui metade do recuo de 3 metros após a linha de fundo. Isto torna um bloqueio da vista praticamente impossível. Mas, do ponto de vista meramente de medidas, meramente matemático, o campo não tem o recuo de 3 metros dentro de seu próprio imóvel.
Mas fato é que os pés estão fincados: ou tem jogo com janelas livres, ou não tem jogo nenhum. E o Brusque, locatário do estádio, fica no meio deste fogo cruzado.
Se a FCF quiser bancar mesmo sua posição e dobrar a aposta, poderia considerar o Augusto Bauer inadequado por não ter o recuo mínimo de 3 metros no imóvel do estádio? Compraria uma briga grande com o Brusque e até com o Carlos Renaux, que não se opõem ao bar.
Mas frente a tudo que o campeonato e seus estádios têm a melhorar, este parece um problema incrivelmente minúsculo para os esforços que estão sendo feitos por ele.
A SAF do Brusque é uma empresa formada por pessoas que não vivem o clube, pouco sabem da história do clube. O objetivo é lucro. Se o clube for salvo e tiver conquistas, ótimo, mas a prioridade é o lucro. E a SAF só é necessária para o Brusque porque ninguém assumiria o clube após 2025 no nível de investimento necessário. O caos seria ainda maior financeiramente.
E nestes primeiros movimentos, a SAF é austera e cortará centavos se considerar que não precisam ser investidos. Tentará todas as brechas em contrato para não pagar o que entender que não precisa pagar.
É neste contexto que as transmissões da TV Bruscão foram canceladas no início da última semana. Os profissionais ganhavam por cachê e as informações que saem do clube é de que ainda têm valores atrasados a receber.
Fim de show nacional lotou Amarelo Vinte e funcionária teve que ser levada ao hospital: