Tia Riso dedicou 22 anos e sua experiência como professora para o jornal O Município
Após se aposentar das salas de aula, ela assumiu cargo de revisora do jornal
Após se aposentar das salas de aula, ela assumiu cargo de revisora do jornal
Risolete Colzani Schlindwein, atualmente com 80 anos, dedicou 22 deles ao jornal O Município e acompanhou várias mudanças, inclusive duas trocas de sede. Professora desde adolescente, ela trocou as salas de aula pela redação do jornal em 1992 e admite que essa foi uma experiência marcante e engrandecedora para a sua vida.
Moradora do Centro, Risolete é casada com Valério Walter Schlindwein, com quem tem cinco filhos. Ela trabalhou como professora durante 32 anos, sendo que a maioria deles, 22, lecionou no colégio estadual Feliciano Pires, que fica praticamente em frente à sua casa.
Ela também foi orientadora pedagógica e trabalhou na Coordenadoria Geral de Educação durante um período até deixar as salas de aula, quando tinha 47 anos. Foi então que veio o convite para trabalhar no jornal O Município, que era comandado pelo seu irmão, Jorge Colzani.
Risolete foi convidada para trabalhar no jornal, que na época ficava em um prédio que hoje não existe mais na rua Lauro Müller, onde hoje fica a agência dos Correios no Centro de Brusque, com uma missão clara: revisar todas as páginas para diminuir os erros ortográficos e de digitação. Na época, os processos eram bem diferentes e mais manuais do que atualmente. Ela fazia as anotações à mão, usando uma caneta vermelha, como uma ótima professora que sempre foi.
“Os textos na época eram datilografados (digitados em uma máquina de escrever). Após a revisão, os repórteres tinham que digitar tudo em um computador”, lembra.
Além das reportagens, Risolete era responsável por revisar todo o tipo de material que era publicado no jornal, incluindo anúncios, o que podia ser um desafio.
“Na época, alguns classificados eram enviados ao jornal em pedaços de papel, às vezes desgastados. Uma vez recebemos o anúncio de uma moto que estava sendo vendida por R$ 50. Foi algum erro na hora de escrever. Era um trabalho, tinha que procurar o vendedor para confirmar o preço e também saber se ainda estava à venda”, lembra.
Em 2000, Cláudio Schlindwein, atual proprietário do jornal e filho de Risolete, assumiu o comando de O Município. Com isso, ela ganhou novas funções e assumiu uma coluna, o Correio Infantil. Nessa mesma época, ela ganhou um apelido, Tia Riso, que era também a sua assinatura na coluna.
“O apelido de Riso eu ganhei no jornal. Uma jornalista perguntou se eu me incomodava de ser chamada assim e eu disse que não. E aí, o apelido pegou”, lembra.
A coluna Correio Infantil era um espaço para fotos de crianças e marcou a história do jornal. Além disso, a tia Riso tinha a responsabilidade de listar os casamentos, nascimentos e óbitos. Até hoje, essas informações são divulgadas na edição impressa do jornal O Município. Mas na época, o trabalho para reunir as informações era bem mais árduo.
“Uma vez por semana, eu ia até o cartório para pegar as informações de casamentos. Tinha que ir até o local, no cartório, nas maternidades e também nas funerárias. Meu marido me levava quando era um lugar mais longe. Íamos até na funerária de Guabiruba. Hoje é uma facilidade”, conta.
Com o passar dos anos, as tecnologias avançaram, o jeito como o jornal era montado e diagramado e como as reportagens eram escritas também mudou, passaram para o computador e as ferramentas online ganharam corretores ortográficos. Mesmo assim, tia Riso seguiu no jornal como revisora e responsável pela coluna até novembro de 2013, quando teve problemas no coração e resolveu que a sua missão estava completa.
Mesmo assim, o carinho pelo jornal continua. “Fiquei com essas funções até o fim do meu período no jornal. Gostei e aprendi muito, foi muito engrandecedor para mim. O jornal é uma escola. Cresci muito culturalmente porque você é obrigado a ler e conheci muitas autoridades. Eu sempre gostei de ler e gostei de ler no papel. Não perco uma edição. Desejo muito sucesso para o jornal e para o meu filho, porque ele realmente faz acontecer”.
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