Um semestre para refletir sobre o esporte em Brusque
Coluna faz comentário geral sobre os primeiros seis meses do mundo no cenário esportivo da região
Coluna faz comentário geral sobre os primeiros seis meses do mundo no cenário esportivo da região
Estamos passando para a reta final do ano e já é possível refletir sobre o primeiro semestre no que se refere ao esporte em Brusque e região. Muita coisa foi perdida, outras passaram a ser vistas sob um novo aspecto e alguns novos movimentos surgiram, buscando espaço.
Não dá pra deixar de dizer que o atletismo faz falta em Brusque. Todo o fim de semana os atletas tinham histórias para contar, com medalhas, pódios, títulos e amostras de superação. A saída conturbada do professor João Nunes, o mestre da modalidade na cidade, culminou no fim de um projeto vencedor.
Falta também faz a equipe adulta do Barateiro, desmanchada por divergências de opinião e falta de recursos, e que agora faz um trabalho de formiguinha para voltar a ser um elenco competitivo – por enquanto, as atletas que formam a categoria de base ainda encontram dificuldades para superar seus limites.
Para a formação de novos atletas ou mesmo a retirada de crianças e jovens das ruas, a péssima notícia foi a extinção das escolinhas de voleibol. O vôlei também não teve dinheiro para manter o elenco adulto que fez boa Superliga B no início do ano, mas se despediu de Brusque.
Mas devido a força das associações e pessoas que fazem o esporte acontecer na região, novas conquistas e projetos surgiram. Foi o caso do futebol americano, que agora volta a existir em Brusque com a equipe Weavers Football. Algumas modalidades evoluíram, contando até com apoio da prefeitura, como no caso do tênis de mesa, outras decepcionaram, como o basquete adulto e sua campanha ruim na Liga Ouro.
O Bruscão não pode ser esquecido. Mesmo diante de todas as dificuldades, fez grande Catarinense, chamou os holofotes de todo o Brasil para si no jogo com o Corinthians na Copa do Brasil e disputa agora a fase mata-mata da competição. Além disso, prepara um elenco para o próximo estadual e, se de fato for realizada, a Copa Santa Catarina.
Algumas dúvidas ainda remanescem para este semestre. A Vila Olímpica é o elefante branco de Brusque, em um terreno adquirido por cerca de R$ 3,8 milhões que não parece ter destino algum. Os responsáveis pelas associações e modalidades, que deveriam dar o primeiro passo, não se manifestaram – com exceção ao Brusque Futebol Clube, que entregou documento na prefeitura confirmando interessa na construção de um estádio. E o campeonato amador de futebol, sucateado por conivência da FME de Brusque, chegará pelo menos ao fim?
Nota-se que apesar das adversidades e cortes significativos no apoio municipal às modalidades esportivas, elas seguem sobrevivendo. Porém, as associações ainda estão longe de saírem do amadorismo, investem pouco em projetos de incentivo fiscal e ainda aguardam muito de prefeituras que não conseguem acertar nem as próprias contas. Nas crises é que se descobrem os homens de engenho, que enxergam a luz onde todos só veem escuridão.
Que o restante do ano nos traga mais alegrias do que saudosismo, mais medalhas do que lágrimas e mais títulos do que lamentações. Um semestre passou no piscar de olhos, e o tempo já está correndo para que 2017 chegue ao fim. Mais do que qualquer um, os atletas sabem que cada minuto é precioso.
Projeto neotrentino de sucesso
No cenário esportivo nacional, pensar em Nova Trento é lembrar do voleibol. O município possui um dos mais consolidados tradicionais e vitoriosos projetos da modalidade, revelando atletas aqui e ali e garfando títulos – Rosamaria Montibeller é natural do município, foi garimpada pelo projeto e hoje integra a Seleção Brasileira de Vôlei. No registro da sessão, o elenco da base vencia fase regional das Olimpíadas Estudantis de Santa Catarina (Olesc), há dez anos.