Unifebe denuncia empresa que comercializa diplomas falsos

Para cursos superiores o preço varia, mas para um diploma de Ensino Médio o custo é de R$ 600

Unifebe denuncia empresa que comercializa diplomas falsos

Para cursos superiores o preço varia, mas para um diploma de Ensino Médio o custo é de R$ 600

O crime de compra e venda de diplomas de cursos de Ensino Médio, Graduação e Pós-Graduação têm se tornado cada vez mais comum no Brasil. O Centro Universitário de Brusque (Unifebe) emitiu comunicado ontem sobre o assunto. Segundo a assessoria de imprensa, foi registrado um boletim de ocorrência no em 27 de março, na Delegacia de Polícia Civil de Brusque, denunciando o site www.intercentrodigital.com, que seria responsável pela comercialização de diplomas falsos de várias instituições, públicas e particulares, do país.

A informação chegou ao conhecimento da direção da Unifebe na semana passada, pela Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) e veio à tona em uma reunião de professores em Chapecó, no Oeste catarinense. “Registramos boletim para nos resguardarmos, já que não temos envolvimento com a fraude”, explica Thayse Helena Machado, assessora de comunicação social da Unifebe. Segundo ela, a entidade desconhece até o momento que algum diploma foi emitido em nome da Unifebe. 

A Acafe enviou ofício ao Ministério da Educação (MEC) para o envolvimento da Polícia Federal no caso. Para o assessor jurídico da Unifebe, Ronaldo Uller, a situação é complexa de ser controlada porque é difícil as empresas conferirem o diploma antes de contratarem algum empregado. 

A qualidade das falsificações também dificulta a comprovação da veracidade do documento. “Pela técnica usada, a falsificação é quase perfeita. Mas se houver uma suspeita sobre a formação ou sobre a autenticidade do diploma, se deve buscar informações na instituição que expediu o diploma. Na Unifebe, basta telefonar e temos como verificar se realmente aquela pessoa se formou na instituição”, comenta o assessor.

Uller salienta que o aluno que utilizar um diploma falso pode ser responsabilizado criminalmente. “Ele passa a ser cúmplice de uma prática criminosa, pois está utilizando um meio ilícito para exercer uma profissão, conscientemente”, completa.


A fraude

A reportagem do Jornal Município tentou contato por telefone com a empresa que oferece a comercialização de diplomas de nivel médio e superior, mas sem sucesso. No site www.intercentrodigital.com consta um endereço de Curitiba e garante, incondicionalmente, a satisfação do cliente ao adquirir o produto.

De acordo com informações do site, a empresa é a única que disponibiliza formas autênticas de pagamento (boleto bancário), telefone fixo, atendimento eletrônico e várias outras formas para contato. 

Um detalhe que chama a atenção – e serve para detectar que o site se trata de uma fraude – é a quantidade de erros ortográficos. Uma instituição que se diz líder de mercado no segmento educacional, apresenta seus serviços de maneira desleixada e despadronizada (letras maiúsculas e minúsculas) e com um texto em que diversas palavras não são acentuadas corretamente.

Várias vantagens são oferecidas como o recebimento do diploma em papel timbrado, carimbado e assinado pelos responsáveis da instituição, o histórico universitário e a declaração de conclusão. O interessado é quem determinada a data de emissão do diploma de curso superior e o valor é de acordo com o curso desejado (o diploma para o curso de Ensino Médio custa R$ 600). 
Outra “garantia” oferecida pela empresa é que a espera pelo diploma leva, no máximo, 20 dias e o processo é autorizado pelo MEC e publicado no Diário Oficial da União.

Segundo o assessor jurídico, o crime envolve a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – e coloca em risco a segurança da população. “Alguém que comprou um diploma em Engenharia, por exemplo, vai assinar projetos de obras sem conhecimento técnico”, conclui Uller.
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