Vereadores rejeitam reajuste salarial para funcionários e parlamentares da Câmara de Brusque
Salário de vereadores iria para R$ 13 mil e eles teriam mais R$ 950 de auxílio-alimentação
Salário de vereadores iria para R$ 13 mil e eles teriam mais R$ 950 de auxílio-alimentação
Nesta quinta-feira, 21, o projeto de lei sobre o reajuste salarial e do vale-alimentação dos funcionários da Câmara de Brusque e vereadores foi reprovado pelos parlamentares. A votação ocorreu em sessão extraordinária: foram seis votos contra e quatro a favor, além de quatro abstenções.
O Projeto de Lei votado traria a revisão geral anual dos vencimentos dos servidores da Câmara, ativos e inativos, e de vereadores, pela aplicação de 3,86% do INPC, além de outros benefícios. Dentre eles, estava a concessão de R$ 950 mensais de auxílio-alimentação aos vereadores.
Antes da votação, a Associação Empresarial de Brusque (Acibr) emitiu nota contra o projeto de lei, que foi de autoria da mesa diretora. No texto, salientava que, além do salário recebido, que passaria a ser de um pouco mais de R$ 13 mil, os vereadores passariam a receber também o vale-alimentação.
“Importa dizer que a Câmara de Vereadores de Brusque tem, historicamente, sido um exemplo de bom uso de recursos, o que torna ainda mais entristecedor a tomada de más práticas de outros municípios como justificativa para a implementação de um aumento de custos para os cofres públicos”, diz a nota.
“Com isto exposto, a Associação Empresarial de Brusque manifesta-se de forma veementemente contrária ao pagamento de auxílio-alimentação aos vereadores, em especial, por não ter havido a necessária conversa prévia com os maiores interessados no assunto, o povo brusquense”, completa.
Antes da votação nesta tarde, o vereador Deivis da Silva (MDB) salientou que o projeto havia causado polêmica e discussão. Em seguida, ele pediu vistas do projeto para os legisladores poderem analisar melhor o texto. “Ele já foi analisado, mas sugiro mais uma análise, porque nele está especificado os reajustes dos servidores aqui da casa, os efetivos e comissionados”, disse.
Entretanto, o pedido de vistas foi reprovado por nove votos contra seis favoráveis. Assim, o projeto foi colocado para votação. Pela maioria dos votos, os vereadores reprovaram o projeto.
O resultado frustrou Jean Pirola (PP), que votou favoravelmente ao texto. Na justificativa de voto, o vereador criticou a decisão dos parlamentares. “Vou me dirigir diretamente aos funcionários da Câmara de Vereadores, estou pedindo desculpas em meu nome. Eu votei favoravelmente a esse projeto porque eu não cedo à pressão. Pressão, quem tem é pneu de carro e a gente sabe muito bem o que aconteceu. Como vazou uma conversa interna dos vereadores e a imprensa pegou justamente um título ‘os vereadores votarão o auxílio-alimentação’ e fizeram um carnaval”, iniciou.
“Se é moral ou imoral, estamos falando da parte legal, aqui é a Casa Legislativa e aqui temos que trabalhar desta forma. Infelizmente, vocês [funcionários] não receberão aumento e nem auxílio-alimentação por conta de pressão”, continua.
Pirola afirma que 13 vereadores haviam se manifestado favoravelmente ao projeto antes da votação, diferente do resultado durante a sessão. “Quando a gente dá a palavra e, muitas vezes, a palavra dada é como uma flecha, ela não pode voltar. Honrem, têm que honrar aquilo que fazem e o que falam. Pressão todo mundo recebe e quem não está acostumado no poder legislativo ou público e não quer pressão, os supermercados estão contratando um monte de gente para empacotar compras”, critica.
Por fim, o vereador falou dos gastos dos vereadores durante o exercício do cargo. “Quando você vai defender uma classe, que é a primeira parede, que todo mundo bate, você não chega a um deputado ou senador. Aí quem apanha é o vereador. Que dá aqui a cara a tapa, que compra rifa e vai na festa de igreja. E ninguém pergunta quando a gente gasta por fora para ajudar a comunidade quando a gente vem votar um projeto”, completa.
Médica da UTI pediátrica atende crianças que chegam ao hospital entre a vida e a morte: