Os produtores coloniais de Nova Trento mantêm a tradição viva nas famílias. Eles vivem da agricultura familiar e produzem poucos litros de vinho, geralmente dois mil por safra. O intuito da fabricação é o consumo próprio e, de vez em quando, vender algumas garrafas para conseguir renda extra.

O morador do município, Valmor Natal Marcolla, ao lado do irmão Jaime, cuida da plantação de uvas. Eles possuem cerca de 6 mil pés na propriedade e vendem grande parte aos mercados. Para não desperdiçarem as uvas que sobram, os irmãos começaram a fabricar vinho caseiro.

Veja também:
Instituto denunciado pelo Fantástico premiou vereador de Brusque

Brusquense pesca carpa-húngara de 12 kg próximo à ponte estaiada

Disputa entre prefeitura e empresa por área no Jardim Maluche ganha novo capítulo

Eles produzem entre dois e três mil litros por safra. Segundo o agricultor, parte é consumida pela família e a outra é vendida para alguns clientes fiéis. “A maioria é de Brusque e de Guabiruba. São os dois lugares que vendo meu vinho e eles compram para consumo deles”, enfatiza.

O avô dos irmãos Marcolla também produzia vinho caseiro, mas apenas para consumo da família. “O pessoal já conhece o tipo de vinho, sabem que não tem química, é natural.”

Valmor Marcolla produz as próprias uvas e conta com ajuda do irmão Jaime / Foto: Arquivo pessoal

Renda extra
O casal de produtores agrícolas Idomar e Roberta Rubleski Battisti decidiu comercializar o vinho artesanal apenas neste ano, apesar de fabricarem a bebida há quatro anos.

Foram amigos que sugeriram a venda para ajudar no orçamento familiar. “Não tínhamos ideia que começaríamos a expandir e que o pessoal começaria a pedir. Eles queriam comprar e perguntavam ‘por que vocês não vendem?’ Aí começamos”, relembra Roberta.

A produção foi aprendida com os próprios familiares. “A gente tinha vontade de aprender e continuar com essa tradição. Produzimos um sabor de vinho diferente, sem produto, uma coisa colonial. É o meu produto e eu sei o que tem dentro.”

Diferente de outros produtores, os Battisti não plantam as uvas que utilizam no vinho. Como o irmão de Idomar tem um parreiral, eles adquirem com ele as frutas. A preferência do casal foi investir na plantação das uvas mais caras como a champanhe, a niagara branca e rosa. O cultivo gerou uma pequena safra que rendeu alguns litros de espumante.

“Vendemos pouco porque fizemos pouco. Ele tem um sabor diferente e gostoso, então por enquanto é mais para nosso consumo”, declara a agricultora.

Idomar e Roberta Rubleski Battisti já ensinam os filhos a colher a uva / Foto: Arquivo pessoal

A pequena produção de Idomar e Roberta possibilitou a participação na Feira da Agricultura Familiar e do Artesanato, realizada duas vezes por mês em Nova Trento. Além de atrair novos clientes, eles expõem os produtos coloniais que fabricam como o vinho, queijos e geleias.

Veja também:
Como iniciativa de paróquia ameniza dificuldades de moradores de rua

Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região

Enquanto esperava Uber, mulher é assaltada e agredida, em Blumenau

“As vendas na feira englobam gente da região de Florianópolis, Blumenau e Brusque. Nós vendemos garrafão e garrafa de vinho, mel, açúcar mascavo, pão e cuca.”

Novas gerações
Para os irmãos Marcolla, transformar o negócio em uma vinícola não faz parte dos planos. “Pode ser que um dia os netos façam, mas eu não”, garante. Valmor tem dois filhos e já passou todo o conhecimento ao primogênito Cleomir. “Meu filho tem interesse, mas seria coisa mínima, não é em quantidade grande”, afirma. “O dia que ele quiser tocar, está livre.”

O casal Battisti pensa diferente de Valmor. Eles têm projetos para dar início a uma empresa e aos poucos estão ensinando o negócio da família aos filhos. “Eles ainda não têm idade adequada para irem à roça, mas têm interesse em continuar o negócio.”


Você está lendo: Vinho feito em casa


Veja outros conteúdos do especial:

– Introdução
– Revolução pelo conhecimento
– Visão empreendedora
– Para manter a cultura viva