Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

150 Anos da Imigração no Brasil – Brusque – Parte I

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

150 Anos da Imigração no Brasil – Brusque – Parte I

Rosemari Glatz

Neste mês de agosto, comemoramos os 150 anos da chegada dos imigrantes poloneses em Brusque, concedendo à cidade o título de “Berço da Imigração Polonesa no Brasil”. Ainda que alguns imigrantes polacos esparsos talvez tenham chegado antes desta data e se misturado aos imigrantes alemães, os documentos históricos apontam que o primeiro grupo etnicamente polonês chegou apenas em agosto de 1869 – e em Brusque! Por força das circunstâncias, os imigrantes polacos foram instalados na então Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro, a qual, no mesmo ano de 1869, foi anexada à Colônia Itajahy-Brusque. É uma rica e linda história e, a partir da coluna de hoje, estaremos abordando um pouco desta saga.

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O começo
O processo de ocupação do território catarinense por imigrantes europeus foi desencadeado oficialmente 1822, a partir da independência do Brasil. Em Santa Catarina, o processo de ocupação teve início efetivo apenas em fins de 1828, com a chegada dos dois primeiros grupos de imigrantes alemães, os quais, em 1829, fundaram São Pedro de Alcântara, primeira colmeia da imigração alemã em território catarinense. Mas até o final da primeira metade do século XIX a ocupação do território catarinense com imigrantes europeus foi pouco expressiva. Em 1842, uma mudança na Lei Orçamentária brasileira passou a conceder terras devolutas para a criação de núcleos coloniais, estimulando a vinda de mais imigrantes. A situação finalmente começa a mudar a partir de 1850, quando se observou acréscimo na vinda de imigrantes europeus, expressando os desajustamentos sociais no Império Prussiano do século XIX. As guerras, as lutas políticas, o excessivo crescimento populacional, os altos impostos e as terras concentradas nas mãos de poucos deixavam os camponeses em situação econômica difícil, o que veio a favorecer o desenvolvimento de novas colônias no estado de Santa Catarina.

O início a imigração polonesa organizada no Brasil
Imigrantes de outras nacionalidades chegaram em menor quantidade e entre 1828 e 1869, e os poloneses chegavam de forma esparsa e se instalavam nas colônias junto com os outros imigrantes, principalmente com os alemães. Mas foi por Brusque que teve início a imigração polonesa organizada no Brasil, quando, em agosto de 1869, um grupo de 16 famílias vindo da aldeia de Stare Siołkowice, Silésia, próximo à Opole, Polônia, região que se encontrava sob o domínio prussiano, desembarcou no porto de Itajaí. Este grupo foi instalado na Colônia Príncipe D. Pedro, a qual, ainda no ano de 1869, foi anexada à Colônia Itajahy-Brusque, concedendo a Brusque o título de “Berço da Imigração Polonesa no Brasil”.​

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Saporski e a transmigração dos poloneses de Brusque para o Paraná
A maior parte dos imigrantes poloneses que chegou à Colônia Itajay-Brusque entre 1869 e 1870 transmigrou para o Paraná pouco tempo depois. Os anais da história não esclarecem se foi por questões relacionadas à topografia dos terrenos – que em Brusque são bastante acidentados -, se foi em função do clima quente da região litorânea, se foi em razão da relação com os alemães que já estavam instalados em Brusque ou, ainda, como resultado do estímulo de Edmund Woś-Saporski para que transmigrassem.
Considerado o “Pai da Imigração Polonesa no Brasil”, Saporski obteve do Governo a concessão de terras para fins de colonização polonesa no estado vizinho, Paraná, onde ele pretendia instalar seus conterrâneos. Finalmente, em 1871, Saporski alcançou seu intento e, com o seu auxílio, a maior parte das famílias de poloneses que estavam em Brusque e mais outras famílias que acabavam de chegar da Polônia, foram conduzidas para Curitiba, onde se estabeleceram.

Continua na coluna do dia 30 de agosto.

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