Thayse Helena Machado

Paris

 esmod (53)A quinta-feira, 23, foi de agenda cheia em Paris para as alunas do curso EuroFashion promovido pelo Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE. Durante toda a manhã o grupo assistiu a um seminário sobre tendência na ESMOD International Fashion Institutes & Universities Group, apresentado pela professora Sylvie Maysonnave, com tradução simultânea da coordenadora do curso de Moda da UDESC, professora Mara Rúbia Sant’Anna.

Primeira escola de moda do mundo, criada em 1841, a ESMOD é referência no assunto e acolhe estrangeiros de 60 nacionalidades para estudar o tema. Na sede em Paris, as aulas são focadas em criação, modelismo e estilismo, nas línguas inglesa e francesa.

Durante a apresentação, Sylvie comentou que marketing e moda podem ser considerados um casal que não se separa, e destacou que observa uma preocupação cada vez maior das marcas com o consumidor. “A preocupação agora é mais para quem se vende do que o que se vende”, explicou.

Ela ressaltou a importância dos anos 1990 para a moda e mencionou diversos fatos históricos, como: a guerra do Golfo, a liberdade sexual do período, a disseminação do vírus da Aids – que vitimou diversos artistas e poetas, e o comportamento das top models. “Cobra-se muito da geração atual, porque o tempo se tornou outro, com outra velocidade. Vocês não têm tempo a perder”, alertou para as alunas, referindo-se aos avanços da tecnologia, que precisam ser considerados quando se trabalha com moda. “A roupa precisa de tecnologia para provocar desejo de consumo”, acrescentou.

Sylvie ainda mencionou a importância das fotografias e revistas especializadas em moda, que nos anos 1990 faziam uma organização quase teatral do setor. “A comunicação transformou a moda. Hoje uma marca lança 20 coleções por ano e os estilistas precisam mudar o modo de produzir. Só Chanel produz 40 coleções em 12 meses. As escolas estão pelo mundo inteiro. Para vocês, a concorrência é algo muito importante e não está somente no Brasil, mas em todo o planeta”, detalhou.

A professora revelou que prepara um estudo sobre “cores fantasmagóricas”, que são tendências para o verão e têm a ver com os anos 1970. “É uma cor que toca bastante, se funde. É como um sorvete que se derrete. Junto com essas cores que se derretem teremos o laranja, que será forte no verão”, explicou.

Para a aluna Adrieli Couto da Silva o seminário foi nota 10. “Aprender sobre moda aqui onde ela nasceu e saber como é feita a pesquisa de tendência em outros países agregou muito conhecimento ao grupo”, declarou.

O professor de Pesquisa Comportamental de Tendência do curso de Moda da UNIFEBE, Rodrigo Zen, também acompanhou a aula e elogiou o conteúdo apresentado. “Hoje todos os participantes tiveram contato com a maneira de pesquisa, que não envolve somente olhar para o que já foi feito no setor, mas para tudo aquilo que acontece no mundo. Fatos que inspiram e fazem a moda acontecer”, destacou.

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Museu e história

Durante a tarde o grupo visitou o museu Les Arts Décoratifs e aprendeu sobre a história de Paris com a coordenadora do curso, Edinéia Pereira da Silva Betta.

Na França, as alunas também assistirão a uma conferência no Instituto Francês da Moda, terão aula no Museu do Louvre e no Palácio de Versailles, entre outras atividades.