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Amigos de empresário de Brusque que teve morte encomendada pela esposa falam sobre relação do casal

Segundo Polícia Civil, Elisa Zierke dos Passos da Maia mandou assassinar o marido, Edinei da Maia

Amigos de empresário de Brusque que teve morte encomendada pela esposa falam sobre relação do casal

Segundo Polícia Civil, Elisa Zierke dos Passos da Maia mandou assassinar o marido, Edinei da Maia

Após a grande comoção da morte do empresário de Brusque, Edinei da Maia, articulada pela viúva da vítima, Elisa Zierke dos Passos da Maia. Amigos do casal relataram como era o comportamento de Edinei e Elisa no dia a dia. Detalhes do crime foram divulgados na sexta-feira, 21.

Um amigo, que não quis ser identificado, trabalhou com Edinei antes dele se tornar empresário. O ex-funcionário contou à reportagem que a vítima era seu superior no trabalho, que recebeu ajuda de Edinei e que ele foi um grande amigo.

“Ele vivia dizendo que iria abrir sua própria marmoraria, e queria que eu fosse trabalhar com ele, mas também sempre foi muito piadista, nunca dava pra saber quando estava brincando ou não. Até que um dia ele abriu a empresa e me chamou para trabalhar, eu acabei aceitando. Quando entrei, éramos apenas nós dois, eu ajudava nas vendas, ajudava ele na hora de medir, na produção e também na hora da instalação na casa do cliente. E foi assim por um tempo, sempre fomos amigos desde que era meu encarregado”.

O ex-funcionário enviou, para a reportagem, vídeos de Edinei junto de amigos durante uma confraternização. Pelas imagens, é possível ver Edinei cantando e bebendo. “Na empresa, quase toda sexta-feira, ele fazia uma carne para os funcionários”.

O amigo relatou que Edinei era um homem que também se preocupava muito com o problema dos outros e relembrou um momento de solidariedade do empresário quando o funcionário sofreu um acidente de moto.

Sobre o casal, ele conta que “Elisa não tinha boca para nada”, mas não por ser violentada ou impedida pelo marido, mas sim por conta de ser seu próprio jeito. “Era alguém que ninguém jamais pensaria que faria algo do tipo”.

O amigo também menciona que, em certo momento, a viúva ficou doente e recebeu grande ajuda de Edinei. “Ela ficou umas duas vezes internada, e dava pra ver a preocupação dele, ele gastou bastante dinheiro nas internações dela”.

E também afirma que Elisa parecia ser uma pessoa reservada, mas que após o sumiço de Edinei, viu diversas fotos da viúva “bem arrumada”. “Para mim isso não é perfil de quem está sofrendo pelo marido desaparecido há dois, três meses”, ressaltou.

“Ela nunca havia falado nada da relação”

Uma amiga de Elisa e Edinei, que também não quis ser identificada, relatou como era sua relação com os dois e o baque após a descoberta de que a viúva teria articulado o crime.

Ela conta que conheceu os dois através da empresa e que já foi cliente da marmoraria. “Através dela conheci o Edinei. A partir disso, me aproximei dele [Edinei]. Ele sempre me tratou com respeito e sempre falou bem da Elisa. Nos falávamos seguidamente”.

A interação entre a amiga e a acusada ocorria através das redes sociais de Edinei, pois Elisa não possuía um perfil próprio.

Alguns dias antes de Elisa dar à luz a um bebê, a amiga encontrou Edinei sozinho em uma festa. “Então ele me disse que o casamento estava complicado. Até brinquei com ele: ‘tá complicado, aí você faz mais um filho. Ele, brincando, me disse: capaz, Elisa é minha parceira, não largo ela. Apenas vim esfriar a cabeça”.

A amiga afirma que, após a gravidez de Elisa, Edinei sempre se manteve próximo e disposto a ajudar no hospital. “Ela nunca havia falado nada a respeito da relação deles”.

Ao saber do desaparecimento de Edinei, ela e a viúva se falaram. Foi dito a ela, por Elisa, que havia uma desconfiança sobre uma suposta traição e até que o marido teria fugido com outra pessoa. “Ela chorou muito. Me solidarizei com ela”.

“Com o passar dos dias ela foi me falando que ele tinha mudado muito, que quando bebia queria separar, mas que no dia seguinte pedia desculpa”, conta a amiga.

Ainda com base nos relatos da amiga, Elisa dizia que suspeitava de algo. “Ela [Elisa] chegou a me falar que ele sabia de algo, pois, ela dizia que um dia ele poderia sair e não voltar mais”, relata.

Períodos depois do desaparecimento de Edinei, Elisa seguiu com a vida e até chegou a fazer publicações nas redes da empresa. A acusada voltou a conversar com a amiga, que a elogiou por ter seguido com os trabalhos, mesmo com a situação envolvendo o esposo.

“Eu a parabenizei por estar seguindo, ela disse: ‘se Deus nos tira algo é porque tem algo melhor, né?’.

Suposta dívida

À reportagem, a amiga do casal pontuou que notou algo de errado quando Elisa disse estar endividada, pois, em conversa com Edinei, soube que a empresa estava em boa situação financeira. “Pois é, mas fiquei endividada”, reforçou a acusada.

E foi salientado que nunca imaginou que Elisa fosse capaz de estar envolvida em algo semelhante, e que chegou a pensar que o caso poderia estar associado à uma depressão pós-parto. “Ela sempre teve um jeito de coitada, de vítima”.

“É triste, tenho pena dos dois, pois admirava ambos. Mesmo ele sendo grosseiro com ela, isso não lhe dava o direito. Fico agora com as boas lembranças”.

Edinei e Elisa | Arquivo pessoal

O crime

O fato ocorreu no dia 22 de fevereiro, data em que foi registrado o desaparecimento de Edinei, que havia saído para fazer um orçamento de túmulo em um cemitério de Vidal Ramos.

Com a apuração da Polícia Civil, foi identificado que o veículo da vítima havia sido levado, a partir disso, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil passou a suspeitar que tratava-se de latrocínio. Posteriormente, o carro foi localizado no município de Palhoça, na Grande Florianópolis.

A polícia então concentrou a investigação em pessoas que tinham relação com esse veículo, cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão em diversas cidades.

Edinei foi rendido quando estava em Vidal Ramos e levado, dentro do próprio carro, para Canelinha, onde foi localizada a cova, que já estava aberta para enterrá-lo.

A contratação de um assassino ocorreu sob a justificativa de que o empresário agredia a mulher e abusava de crianças. Porém, a polícia investigou essa situação e descartou a hipótese.

Conforme apurado, havia um registro de violência doméstica de Elisa contra Edinei feito em 2012. A quantia exata do pagamento feito para a contratação do assassino ainda não foi apurada.

Após ser rendido e colocado no próprio carro, ele foi levado para o local de mata, que fica na região limite entre Brusque e Canelinha. Lá ele foi executado com golpes, dos quais não foram possíveis identificar os instrumentos utilizados nas agressões.

De acordo com o delegado Alex Bonfim Reis, a cova da vítima já estava aberta dias antes e que, inclusive, os criminosos fizeram um churrasco no local.

O delegado contou que a acusada ainda trocou mensagens com um dos executores falando como encenaria a dor do luto pela perda do marido. “Foi um crime premeditado e minuciosamente planejado”, menciona o delegado da DIC.

Na data do desaparecimento de Edinei, Elisa entrou em contato com a reportagem do jornal O Município para supostamente buscar detalhes sobre o desaparecimento do marido. O contato foi feito um dia após o sumiço e, posteriormente, quase dois meses depois.

Confira o momento em que ela e demais suspeitos são presos:

A motivação do crime ainda não está clara, mas de acordo com o delegado, tudo indica que Eliza não queria se separar, mas que estava insatisfeita, e optou por uma forma criminosa de acabar com o relacionamento sem perder os bens.

Todos os suspeitos estão em prisão temporária. As investigações da Polícia Civil continuam para que outros detalhes do crime sejam esclarecidos.

Os detidos devem ser indiciados por homicídio qualificado, furto e receptação de veículo roubado, além de ocultação de cadáver.


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