Faltam somente alguns dias para deixarmos 2018 para trás. Nesse momento de transição do ano velho para o ano novo, sempre surge aquele momento em que fazemos uma retrospectiva e nos propomos novas resoluções para ano seguinte.

Pegando esse gancho das resoluções, tenho feito esse exercício nos últimos anos e algo que de uma certa forma sempre circula pelas minhas listas é sobre como continuar buscando ser uma boa pessoa.

Dias atrás assisti a um vídeo no site do TED, era um talk chamado: How to let go of being a “good” person – and become a better person de Dolly Chugh, que em tradução livre seria: Como deixar de ser uma “boa” pessoa e se transformar em uma pessoa melhor.

Me senti cutucada, instigada e precisei assistir pelo menos três vezes para começar a formular ideias. O que Dolly, que é uma cientista social que estuda a psicologia das boas pessoas diz basicamente, é que o nosso cérebro recebe 11 milhões de informações, mas que somente 40 são processadas de forma consciente. Então ela vai mais fundo e nos provoca dizendo que o conceito que eu tenho do que é ser uma boa pessoa é diferente do seu conceito, no caso, que cada um tem o seu. Que o ser humano em função dessa pouca consciência e do automatismo está fadado a cometer erros. Que não existe curso ou manual que nos ensine de fato a sermos uma boa pessoa, como existem cursos de inglês ou tutoriais sobre como fazer um bolo gostoso, por exemplo.

Ela aperta e diz ainda, que estudos mostram que, independente da nossa crença, numa resposta rápida, é mais fácil associar o bem a uma pessoa branca, do que a uma negra e também associar ciência a um homem do que a uma mulher.

Isso tudo me fez pensar e meio boquiaberta perceber que de fato eu sei muito pouco sobre isso. Percebi de fato o quão é importante é estamos conscientes do máximo de informações para que assim, possamos tomar as melhores decisões e então, nos tornamos pessoas melhores e não somente nos preocuparmos sobre como sermos vistos como boas pessoas.

Esse talk é bem recente e foi gravado em outubro desse ano, pudera, quando o Brasil, quiçá o mundo, enfrentam profundas crises éticas. Convido você a assistir esse vídeo, quantas vezes puder, para que então, você possa buscar uma ampliação da consciência sobre o que de fato é ser uma boa pessoa.

Eu desejo que em 2019, todos possamos ampliar o espectro da nossa consciência, exercitando a empatia, mas, principalmente, se fazendo vários “Porquês?”, “Para que?” “Qual a finalidade disto ou daquilo?

Certa vez ouvi que não são as respostas que movem o mundo e sim as perguntas, então desejo que você e eu possamos ir além do óbvio, driblando nossa tendência ao automatismo, ao imediatismo e ao superficial, para que enfim, possamos nos posicionar melhor nesse mundo tão volátil, incerto, complexo e ambíguo no qual amamos viver!

Que tenhamos um 2019 cheio de deliciosas dúvidas e de profundos questionamentos e que eles possam nos proporcionar além de tudo, a sermos pessoas melhores.


Gislaine Bremer
– consultora e especialista em mapeamento de ciclos