#vamos triplicar a meta
#manutecaodaprisaoemsegundainstancia #fimdoforoprivilegiado #renovacaodocongresso
O sangue esquenta e o grito de alívio com a recusa do TC de Lula, saí rompendo gargantas verde-amarelo. Seria alegria e orgulho, caso não houvesse necessidade de vigiar, de sair às ruas ou colocar advogados e desembargadores em fila. A necessidade de vigília militar. Onze horas demagogas, demoradas demais para um país que se diz democrático. Placares apertados entre o seio da população inflamada.
Como pode demorar tanto a justiça a ponto de dar sono?
Ela que deve ser cristalina, inequívoca. Rodopia de pé em pé, sobre sapatos de grifes, a enosar colarinhos brancos. Lhe falta razoabilidade, “serenidade”, respeito. Aquela noite, às duas da manhã, ao recostar a cabeça sobre o travesseiro cansado, ainda não me senti justiçada, não me senti segura. Mal sabia, que ainda haveriam mais dois dias de escárnio, de “ritos religiosos” políticos, de um “líder” covarde se escondendo atrás de cordões humanos. Me fez lembrar a frase: cada um dá o que tem para dar. Simples assim.
Como suspeitara anos atrás, o Brasil é apenas mais um dos países pré-democráticos, a cada passo adiante, deixa suas marcas enlameadas. Anima a coragem e a luta do brasileiro honesto, que dia após dia de trabalho duro, ainda recobra fôlego e sai em marcha “gritando” seus direitos. O único ganho de toda esta luta, é que hoje sabemos um pouco mais sobre nós mesmos. Um pouco mais sobre o que significa ser brasileiro em um país que ainda não tem sua democracia instaurada. Um pouco mais e o suficiente para nos ater-nos a única verdade: a pátria somos cada um de nós e é da nossa luta que ela, exclusivamente, depende.
Um dia, talvez em um amanhecer, ao acalentar nossos filhos ao colo, embalemos eles em sons diferentes. A marcha seja alegre, espontânea. Justa. Na medida do nosso esforço e dos nossos sonhos.
Minhas escusas, data vênia: em não comemorar este momento.
Méroli Habitzreuter – escritora, pintora e ativista cultural