Brusque escapou do São Bernardo com três pontos enquanto elenco fica cada vez menor

Quadricolor segurou enorme pressão e ainda teve uma pontinha de sorte, enquanto lesões e problemas extracampo atrapalham

Brusque escapou do São Bernardo com três pontos enquanto elenco fica cada vez menor

Quadricolor segurou enorme pressão e ainda teve uma pontinha de sorte, enquanto lesões e problemas extracampo atrapalham

João Vítor Roberge

Assistir a Brusque 1×0 São Bernardo foi uma injeção de adrenalina. O empate, e até a derrota, estiveram próximos a todo momento desde que Diego Mathias marcou o golaço, ainda aos 11 minutos.

O Bernô amassou o quadricolor, com longos períodos de pressão, e o mais forte foi na parte final do jogo. Matheus Nogueira finalmente precisou aparecer de forma decisiva e a trave “fez a defesa” na falta cobrada por Rodrigo Ferreira, aos 49 do segundo tempo. E uma pontinha de sorte, que faz parte de qualquer bom trabalho e não é demérito para ninguém.

A impressão é de que o Brusque tem mesmo dificuldades de jogar no Augusto Bauer, considerando o que foram os três jogos da Série C até aqui. Desta vez, o time parecia sofrer ainda mais, se complicando sozinho em trocas de passe no meio-campo. A bola queimava no pé, o time parecia inseguro com a posse de bola, e o São Bernardo aproveitou isto para dominar o jogo.

Por outro lado, pode ter sido dificuldades de adaptação à formação que Filipe Gouveia encontrou para suprir tantos desfalques. O time voltou a jogar com três zagueiros, com posicionamentos diferentes, num 3-5-2 que pôs a boa defesa quadricolor novamente à prova. Foi uma solução acertada.

O treinador pareceu um pouco contrariado quando foi perguntado, pela primeira vez na coletiva, sobre a grande pressão exercida pelo São Bernardo. Ficou na defensiva, explicando sobre o desgaste do elenco após os jogos fora de casa contra Ponte Preta e Athletico, o que é um argumento muito válido. E usou o clássico “quem está fora não sabe”, parecendo responder a alguém não identificado que possa ter questionado a saída de Biel no intervalo contra o Athletico.

Apenas depois, com a pergunta repetida de outra forma, a resposta foi mais abrangente e certeira. Filipe Gouveia afirmou que não queria que o Brusque recuasse tanto, e deu créditos ao São Bernardo pela forma como encurralou sua equipe no campo de defesa.

Brusque São Bernardo Série C
Brusque é o atual vice-líder da Série C | Foto: Lucas Gabriel Cardoso/Brusque FC

Cada vez menos

Há um mês, Filipe Gouveia disse que o elenco estava grande demais, mas a situação já mudou. Com poucas rodadas de Série C, o Brusque vê suas opções diminuírem drasticamente. Guilherme Pira, Alex Ruan e Mateus Pivô estão lesionados, e ficarão, ao todo, mais de um mês fora. Álvaro saiu de ambulância do jogo contra o São Bernardo, com lesão certamente grave. Caiu sozinho, com muitas dores no que parecia ser o joelho direito.

Fica a dúvida sobre se o gramado teve influência na lesão, mas é importante lembrar que, há alguns anos, Edu e Gabriel Taliari tiveram lesão de ligamentos do joelho jogando no antigo gramado natural do Augusto Bauer, e todo mundo se lembra das polêmicas envolvendo a qualidade e a manutenção daquele campo.

Para piorar, Pollero não deverá ser relacionado novamente, a não ser que sua situação seja definitivamente resolvida. O uruguaio não correspondeu às expectativas, mas até fez muito pelo Brusque, sendo o único com meses de salários atrasados por meio de uma questão contratual não revelada. João Veras e Robson Luiz serão os únicos centroavantes disponíveis por algum tempo.

Quando a janela de transferências reabrir, em 10 de julho, o Brusque precisará ir ao mercado para manter um elenco competitivo. Com a lesão de Alex Ruan, Ítalo é o único lateral esquerdo de ofício. Seu reserva imediato deverá ser, a princípio o zagueiro Maurício.

Sem Mateus Pivô, o Brusque não tem laterais-direitos de ofício. O chileno Simón Contreras, pouco utilizado, deixou o clube. O zagueiro Thiago Freitas foi utilizado em dois jogos e, contra o São Bernardo, Diego Mathias foi utilizado como ala.

Pelo menos, no próximo jogo, Paulinho Moccelin e Alex Paulino retornam de suspensão. E com o Brusque jogando apenas três vezes de 1º a 28 de junho, o clube terá espaços de duas semanas sem jogos para ganhar tempo na recuperação dos lesionados.

O que falta?

O Brusque segue no G-8 da Série C. Goleou a líder Ponte Preta. Após a vitória sobre o São Bernardo, é o vice-líder. Na Copa do Brasil, diferentemente do humilhado Criciúma, caiu de forma digna, diante de um time muito maior, muito melhor e muito mais estruturado, como é o Athletico.

Então, o que falta para a torcida ir em massa para apoiar o Brusque? Apesar de o estádio ser precário, não é pior do que antes da reforma. Os ingressos são baratos, a preços acessíveis, especialmente na descoberta. E mesmo assim, vão os 1,2 mil, 1,5 mil valentes de sempre. Públicos ínfimos, dos tempos de Série D.

É falta de ligação com a equipe após os longos meses sem jogar na cidade? É sequela do rebaixamento e em meio à caótica transição para SAF? Não são motivos suficientes se, no campo e bola, a equipe responde com bons resultados.

O elenco e a comissão técnica, com toda a dedicação mostrada sob todo tipo de adversidade, merecem mais de 2,5 mil torcedores no Augusto Bauer a cada jogo. Não é um time que encanta, não é um time que vai vencer sempre, mas é um time com garra e a atitude necessária para o momento.

E vai demorar para o Brusque voltar a jogar em casa: só em 15 de junho, contra o Tombense. Depois, só em 6 de julho, contra o Figueirense.

Público tem sido composto pelos valentes que sempre vão; a equipe merece públicos maiores no Augusto Bauer | Foto: Lucas Gabriel Cardoso/Brusque FC

Assista agora mesmo!

Desenvolvedor de Guiné-Bissau, na África, conheceu Brusque após contato no LinkedIn:


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