Polônia não existia como Estado no século 19
Conheça a história do país e o que levou à emigração de seus moradores
Conheça a história do país e o que levou à emigração de seus moradores
A vinda dos primeiros poloneses para a América, e especificamente para Brusque, é resultado de uma sucessão de eventos históricos que remontam às divisões políticas e geográficas da Europa no século 14.
A posição geográfica central e a abundância de recursos colocaram a Polônia em uma delicada posição em relação aos seus vizinhos, estes mais poderosos durante toda a história.
1025: o Reino Polonês foi fundado e nos 300 anos seguintes expandiu suas fronteiras. Em 1386, já no século 14, o reino se uniu ao Grão-Ducado da Lituânia sob a dinastia Jagiellon, o que deu origem à República das Duas Nações.
A partir desse momento, os poloneses experimentaram o desenvolvimento econômico e a prosperidade. O século 16 foi o auge da república polaco-lituana. A nação atingiu sua maior extensão no século seguinte, em 1634, após sucessivas guerras contra vizinhos.
Mas, nos anos seguintes, ficaram mais evidentes brigas entre facções da nobreza – em polonês, Szlachta. Por meio do Sejm, o parlamento, os poloneses adotaram posicionamentos em seu favor e desagradaram os lituanos.
1772: a Guerra Civil dividiu a república em 1758. Prússia (Alemanha), Rússia e a Áustria se aproveitaram da instabilidade interna. Em 1772, aconteceu a Primeira Partilha da Polônia. Terras no Leste ficaram com a Prússia, no Sudoeste para a Áustria e no Oeste, com a Rússia.
Até este momento, a Polônia ainda existia, embora menor. Os próximos 20 anos foram de progresso. Em 1791, uma nova Constituição entrou em vigor.
1793: a nova Carta Magna abriu caminho para novas intervenções estrangeiras e veio a Segunda Partilha. A Rússia invadiu a Polônia pelo Oeste. Nacionalistas poloneses, liderados pelo general Tadeusz Kościuszko, tentaram defender as fronteiras, mas sem sucesso. A nação foi novamente repartida entre os três poderosos vizinhos.
1795: o espírito aguerrido dos poloneses se aflorou novamente em 1794, quando Kościuszko liderou uma investida contra os invasores. O famoso Levante de Kościuszko fracassou e foi derrotado no fim do mesmo ano.
O resultado do levante foi a Terceira Partilha da Polônia, já em 1795. Os três invasores repartiram o território entre si e, literalmente, apagaram o país do mapa.
1807: no início do século 19, Napoleão Bonaparte sacudiu o Velho Continente. O general Jan Henryk Dabrowski convenceu o general francês a contar com tropas auxiliares polacas.
As legiões polonesas tiveram papel significativo nas vitórias de Napoleão contra a Prússia. Como recompensa, o francês concedeu-lhes um pequenino Estado chamado Ducado de Varsóvia, em 1807.
Mas a derrota de Napoleão, em 1812, contra a Rússia pôs fim ao sonho de independência. Dois anos depois, as potências da época, Áustria, Prússia, Grã-Bretanha e Império Russo se reuniram e reorganizaram o mapa europeu. A Polônia como Estado independente não voltou a existir.
1863-64: a mais longa revolta foi o Levante de Janeiro, que entre 1863 e 1864 reuniu combatentes contra o domínio russo, principalmente, mas também prussiano. A tentativa foi suplantada e a repressão foi violenta, com prisões e execuções.
Já nesta época a Europa estava em crise, agravada pela Guerra da Crimeia. No território polonês, sobrava mão de obra e a terra se concentrava nas mãos de poucos.
1869: esse contexto de dominação e de miséria levou muitos poloneses a deixarem para trás as terras de seus antepassados. Com a crise, os grandes impérios ocupantes liberaram a emigração e muitos deixaram a Europa para a América em busca de paz e bonança.
No meio da massa que deixava o país eslavo estavam 16 famílias, que entraram para sempre para a história da Polônia, de Brusque e do Brasil.
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