Cobertura da segurança pública nas madrugadas marca trajetória do repórter Levi de Oliveira no jornalismo em Brusque
Levi, que faleceu nesta quinta-feira aos 60 anos, foi repórter na Rádio Cidade e no jornal O Município
Levi, que faleceu nesta quinta-feira aos 60 anos, foi repórter na Rádio Cidade e no jornal O Município
O repórter Levi de Oliveira, que atuou na Rádio Cidade e no jornal O Município, faleceu nesta quinta-feira, 18, aos 60 anos. Durante a trajetória profissional, Levi trabalhou principalmente com foco na cobertura da área da segurança pública durante madrugadas e acompanhou o Brusque Futebol Clube.
Levi começou a trabalhar na Rádio Cidade em 2012. Após um período, deixou a rádio e foi contratado pelo jornal O Município, ocasião em que também atuou nas editorias segurança pública e esporte entre 2015 e 2017. Em 2018, ele retornou à Rádio Cidade e permaneceu até 2020.
O jornalista Valdomiro da Motta, da Rádio Cidade, foi colega de Levi. Ele relembra que o repórter se destacava em todos os aspectos no trabalho, tanto nos microfones da rádio quanto na escrita para o site. Valdomiro reconhece ainda o esforço que Levi tinha para trabalhar e o bom contato com as fontes de informação.
“O Levi gostava muito da cobertura policial e, inclusive, se entregava para isso. Às vezes, por conta própria, ele cobria uma ocorrência durante a madrugada e seguia nela até o desfecho. Ele construiu uma relação muito boa com a Polícia Militar e a Polícia Civil”, afirma.
Até então, Levi estava aposentado. Ele faleceu em casa em razão do agravamento dos problemas de saúde que possuía. Recentemente, o repórter passou por uma cirurgia no coração. Valdomiro conta que Levi tinha a intenção de voltar a trabalhar com jornalismo.
O expediente de Levi era noturno. Então, ele levava o carro da Rádio Cidade para casa após o horário de trabalho. Caso alguma ocorrência fosse registrada, o repórter atuava na cobertura e entregava o material. Valdomiro comenta que Levi tinha a mesma forma de atuação quando foi repórter no Paraná, estado em que nasceu.
“Era o perfil de repórter das antigas, que não tinha horário. Na rádio, ele trabalhava no horário dele, mas ia além disso. Se o Levi começava a cobrir uma ocorrência policial às 19h, por exemplo, o expediente dele acabava e ele continuava [na cobertura]”.
O jornalista Dirlei Silva também trabalhou com Levi na Rádio Cidade. Muitas vezes, quando Dirlei chegava no estúdio às 5h30 para apresentar o programa da manhã, Levi ainda estava na rádio preparando os materiais e sentava na bancada para levar informações aos ouvintes junto com o colega. Só depois que ia para casa descansar.
“Dava para passar qualquer pauta para o Levi, seja economia, política, segurança pública ou esporte. Ele escrevia para o site com muita qualidade e, no microfone, era imbatível. O Levi tinha argumentos e levava os assuntos em uma linha de pensamento que não se perdia”, relata.
Dirlei, assim como Valdomiro, classifica Levi como “radialista das antigas”. Juntos, eles também cobriram a trajetória do Brusque na segunda divisão do Campeonato Catarinense. O jornalista recorda de viagens a Concórdia e Seara, no Oeste catarinense, na companhia ainda de Alain Rezini, também repórter da Rádio Cidade na época.
No jornal O Município, Levi atuou na cobertura do retorno do Brusque à primeira divisão estadual, em 2016, junto com o então jornalista esportivo Cristóvão Vieira, hoje editor-chefe do jornal O Município Blumenau. Levi era responsável pela cobertura fotográfica nos gramados.
“Queríamos fazer algo grande, do tamanho do Brusque. Acompanhamos todos os jogos do Catarinense no estádio Augusto Bauer e viajamos muitas vezes para outras cidades. Apenas não fomos para Chapecó, mas viajamos para Lages, Criciúma, Florianópolis e Joinville”, recorda.
Cristóvão relembra que Levi era um profissional dedicado. Durante as coberturas, a dupla pôde se aproximar dos jogadores e da comissão técnica do Brusque. Ele considera o período importante para incentivar a retomada do clube à elite do Campeonato Catarinense.
“Era um momento bem antes da boa fase que o clube vive hoje. Então, no recomeço do Brusque [na primeira divisão do Catarinense], foi importante a cobertura especial que fizemos. O Levi, com certeza, faz parte desta história”, valoriza.
Os dois viajavam juntos de carro para acompanhar o Brusque e, no caminho, Levi contava histórias da vida de repórter no Paraná e em Santa Catarina. Cristóvão diz que Levi era curioso e não se contentava com pouco. Com isso, sempre buscava mais informações sobre determinado assunto.
“Recebo a notícia do falecimento com bastante pesar. Conhecia também o filho dele, Rodrigo. Imagino que seja um choque. Ele sempre falou com muito orgulho e brilho nos olhos sobre o filho. Não tenho dúvidas que o trabalho dele tanto para o jornal O Município quanto para a Rádio Cidade foi um marco”, finaliza Cristóvão.
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